domingo, 23 de julho de 2017

Guia do Usado - Alfa Romeo 164

Eu sou um fã incondicional dos automóveis dos anos 1990, talvez por isso eu fique indo e voltando a essa década quando compro e vendo carros, mas o fato é que muitos desses carros que fizeram sucesso no Brasil após a abertura das importações, já haviam sido projetados e lançados na década anterior. É o caso do próprio Omega, que nasceu em 1986 e o texto de hoje é sobre um ícone do conforto e potência sob a carroceria três volumes clássica, o perfeito sedan de luxo, também projetado nos anos 1980, o Alfa Romeo 164.


Seu projeto teve início em 1984, para substituir o Alfa 2300 (aquele que chegou a ser fabricado no Brasil), mesmo após a incorporação da Alfa pela Fiat em 1986, o projeto não sofreu prejuízos e o carro foi lançado em 1987. Desde 1990, com a abertura do mercado, a Fiat trouxe a máquina ao Brasil. Nos primeiros anos não foi um grande sucesso, pois seu preço era absurdo, devido aos impostos. Mas uma redução nas tarifas entre 1993 e 1994 acabou beneficiando e deixando o 164 com o preço próximo ao do Omega nacional (carro mais caro produzido no Brasil, na época).

O ano de 1994 foi o de maior expressividade nas vendas do Alfa, que possuía motor V6 3.0 de pouco mais de 200cv. Seu desenho excessivamente quadrado era seu maior trunfo, sua frente baixa, linha de perfil inclinada e sua lanterna traseira que tomava toda a tampa do porta-malas. Eu admiro muito os carros "quadrados", sejam esses Alfa, os Volvo de mesma época e até mesmo nosso Santana 1984 a 1990. Foi um estilo imponente que não volta mais.


Mas no fundo, o que está em jogo aqui são carros que possuem um design mais clássico do que o de outros do seu tempo. Assim como Azera e Fusion fizeram quando foram lançados, eles buscavam o comprador de sedan clássico. Embora tenham evoluído drasticamente nas versões posteriores, o começo de vida desses carros deixa claro quem eles queriam conquistar. O maior impacto da Fiat nos automóveis da Alfa Romeo, foi pegar emprestado algumas peças para fazer dos seus mais atraentes. Caso do Fiat Tempra, que tinha um grau de parentesco alto com o Alfa 155.

O que impede um simples mortal de comprar um Alfa Romeo 164? Com certeza o preço não é, pois de uma forma geral eles são até acessíveis. O problema está no que aflige 9 em 10 proprietários de importados antigos, qualquer problema mais sério de mecânica que dependa de uma peça específica, pode deixar o carro parado por meses, fora os custos. Outro pesadelo é andar nas ruas caóticas de qualquer cidade grande com um automóvel que não possui peças de reposição de funilaria.


Devido a isso estamos cada vez mais acostumados a não ver essas naves abrilhantando os centros urbanos. Em vez disso, eles estão guardados em garagens fechadas, pois embora sejam clássicos, ainda não podem ser tratados como peças de museu. Talvez sejam esses motivos pelos quais eu sou completamente alucinado por carros dos anos 1990. Pois eles são menosprezados pelos consumidores normais e subvalorizados pelos antigomobilistas mais tradicionais. 

Quando eu disse acessível, sim, eu quis dizer que um Alfa Romeo 164 custa entre R$ 15 e R$ 20 mil reais e que você pode acha-los com uma breve busca na internet. No entanto, achar um é só o primeiro estágio de um processo de inspeção detalhada e muita coragem antes de digitar sua senha e efetuar uma TED para o vendedor. Infelizmente esses carros são mais para serem admirados como obras prima do estilo e elegância, e menos para te levar ao trabalho no dia a dia.


Como trata-se de um modelo que nunca mudou significativamente, as imagens são só mostrando os belos traços dessa maquina italiana. Antes de terminar, RIP Chester Bennington.

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