segunda-feira, 12 de junho de 2017

Guia do Antigo - Variant e TL

Depois de uma pequena volta pelo mundo dos carros, dos esportivos aos luxuosos, nada como voltar para a Terra e lembrar dos antigos nacionais. A linha Vw à Ar dos anos 1960/1970 é um verdadeiro conjunto de clássicos. Nem só de Fusca e Kombi vivem os fãs dessas máquinas que trazem no coração o velho boxer criado por Porsche lá nos anos 1930, há muito mais a se explorar e se colecionar, cada um com um estilo e magia diferente. Hoje uma voltinha de Variant, TL e outros clássicos Vw à Ar!


Estabelecendo uma linha do tempo, sabemos que o Fusca e a Kombi passaram a ser comercializados no Brasil no início dos anos 1950, o que representa a entrada da Volks no país, mas foi no final dos anos 1960 que a Vw constituiu família por aqui. Me refiro primeiramente ao VW 1600, um sedan de 4 portas lançado em 1968 para brigar com o Ford Corcel. Não há muito o que se falar sobre este sedan, exceto que ele foi bem aceito num primeiro momento, mas isso não se refletiu em vendas, talvez seu maior destaque seja o apelido pelo qual ficou famoso, Zé do Caixão.

Em 1969 nascia um carro que mudaria os paradigmas da história, pelo menos no meu modo de ver as categorias automotivas, foi lançada a Variant, uma perua espaçosa mas ao mesmo tempo compacta. Receita que a Ford seguiu de 1970 até 1977, até lançar a Belina II. Mas a Variant foi sim um grande destaque, vendeu bem e fez a alegria das família que precisavam de um carro grande e barato. Foi reestilizada em 1971 e ganhou uma versão Variant II em 1977 (mas ainda era compacta), foi a avó da perua mais amada da história desse país, a Parati.


E em 1970, o membro mais invocado esportivo dessa leva (deixando o SP de fora, pois ele merece um texto único), a Vw TL chegou com a velha frente alta, mas com 4 faróis redondos, e já em 1971 passou à frente baixa e seu sucesso só cresceu. 1972 e 1973 foram grandes anos para o TL que chegou a ter versão de 4 portas, já que substituiu o Zé do Caixão. Mas, como o mundo anda rápido, a Vw resolveu lançar o Passat em 1974 e isso aniquilou as vendas do TL. Seguiu em linha até 1976 com número de vendas caindo sempre. Mas é um clássico em estilo e design.

Confesso que nunca tive contato próximo com os modelos que escrevo hoje, certa vez avaliei uma TL 1972 quando estava à procura do meu primeiro Fusca, e dois grandes amigos já tiveram Variant (coincidência ou não, ambas vermelhas). O Zé do Caixão, conheci um colega de trabalho que tinha um, na cor vinho. O que sabemos é que não há problema se o assunto é motor e o comportamento é muito próximo ao do Fusca. No mais, foi uma forma da Vw diversificar seu portfólio, mas infelizmente essa plataforma não faria mais sucesso nos anos 1980.


Hoje em dia há verdadeiras seitas que idolatram os velhos Volkswagen, clubes espalhados pelo Brasil e pelo mundo ainda mantêm viva a história dessas peças fundamentais na evolução dos automóveis. E digo mais, para quem quer entrar no mundo dos antigos, não há nada mais acessível do que um bom Volkswagen. Há muita disponibilidade no mercado, nos mais diversos estados, e no geral a restauração de um carro em mau estado é muito simples e barata.

Lógico que o campeão dos preços baixos ainda é o Fusca, mas é possível encontrar boas TL e Variant em torno de R$ 10 mil reais. Se você achou muito caro, saiba que hoje em dia um Corcel I, Chevette Tubarão ou Passat de faróis redondos, dificilmente custam menos que isso. Sem falar que esses Vw possuem um charme e carisma herdados do carro mais simpático do mundo (na minha humilde opinião), o que torna eles mais reconhecidos como antigos do que os outros citados, preferidos pelos "boy de vila".


Lá do início, uma bela Variant frente alta 1970, seguindo de um TL 1973 no estilo que o consagrou e fechando com a Variant II de 1978. Aquele abraço!

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