quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Pequenos Erros - Desinformação Bancária

Quando um adolescente de 18/19 anos, que acabou de abrir sua conta universitária, com limite de crédito e cheque especial, consegue a façanha de, em 6 meses, estar totalmente negativado e parcelando fatura, é um sinal de que as coisas não estão bem. Talvez aí tenha faltado alguma educação financeira, que hoje é responsabilidade da família, nos anos anteriores, quando o pequeno cidadão já tem contato com o dinheiro, mas não sabe o custo das coisas, sabe só o preço. É normal que um jovem se empolgue ao ver um limite de crédito em suas mãos como se fosse dinheiro seu. Na verdade é, para a loja, para a balada, para o cinema, o dinheiro é do jovem; o problema é que para o banco não. Na minha opinião, como nem todas as famílias se preocupam com essa questão, assim como as famílias não tem total capacidade de ensinar história ou biologia, deveria ser obrigatória uma materia de finanças pessoais para os alunos das escolas. Só isso seria capaz de deixa-los em condições de chegar à vida financeira adulta sabendo onde estão pisando.


Outro problema sério da sociedade financeira é o orgulho. Quando uma pessoa, que ganhava muito bem, tinha uma vida de luxo e conforto, dirigia um ótimo carro e frequentava ótimos lugares passa por uma situação de desemprego, ou um negócio mal sucedido, e se vê tend que repensar sua vida financeira, raras vezes essa pessoa admite que precisa se adequar a uma nova vida. Só a manutenção, a gasolina ou o imposto do carrão, já são gastos não mais suportados. Mas que os amigos e familiares vão pensar ao ver o Land Rover virar um Gol do dia para a noite? Essa atitude, simples e radical, já seria suficiente para dar um fôlego e superar os tempos difíceis. Mas na maioria das vezes o que acontece? O Land Rover vira algo como uma Ranger ou S10, que no fim das contas gera um saldo suficiente para pagar a conta do cartão daquele mês. Orgulho, palavra engraçada que serve para designar o quanto nos preocupamos mais com a opinião dos outros do que com o nosso bem estar verdadeiro.


O empréstimo resolve tudo. E infelizmente é assim que muitas pessoas pensam. Pegar um empréstimo para pintar a casa, trocar de carro, pagar os gastos de uma festa, uma viagem, é normal. Quando não se tem dinheiro não adianta inventar, e as pessoas que não querem esperar, ou até algumas que não podem mesmo, acabam recorrendo ao produto mais desejado do mercado, o dinheiro. Dinheiro vivo, na sua conta, pra você gastar como quiser e pagar... em dobro. É bem por aí, ao pegar um emprestimo desses "camaradas" acabamos pagando em dobro, ou mais. E a dica aqui é simples, quanto mais fácil for a aprovação e liberação, mais caro vai sair. E para não entrar nessa furada? Uma única vez abra mão de alguma coisa! Não troque de carro agora, guarde o dinheiro e troque sem financiar. E depois, sem pagar juros, sem parcela, cultive o hábito de guardar um pouquinho cada mês para ter sempre mais e emprestar menos, até não precisar. Não é do dia pra noite, mas uma hora precisa começar.


Não tem emprego, ou não tem o emprego que eu quero? Essa última percepção me surgiu depois da n-ésima greve do transporte coletivo de Curitiba, que ocorreu essa semana. A URBS estava cadastrando automóveis para fazer o transporte alternativo de pessoas, ao custo de 6 reais por pessoa. Conversei com alguns motoristas e alguns usuários, ambos concordaram que o serviço era um modo justo de ajudar à todos. E os motoristas que trabalharam nos dois dias, nos horários de pico, chegaram a tirar algo em torno de 1.000 reais. Se pensar bem, é um salário razoável em uma atividade de comércio ou atendimento por aí. E bastava o que? Um carro documentado, uma habilitação em dia e tempo. Coisa que muito desempregado tem. Lógico que isso é só um simples exemplo, mas na minha opinião, quem precisa se adapta, muitas vezes se sujeita, mesmo que não esteja vivendo o sonho, ainda.


E são essas as impressões do dia a dia de quem presta atenção, de quem trabalha com dinheiro, de quem vê muitas coisas que parecem mais fáceis de serem resolvidas do que o drama da sociedade moderna. Eu tenho muitos problemas que não sei resolver, quem sabe uma hora dessas eu acho um blog de psicologia que me ajude! Enquanto isso, no ensaio da semana, uma homenagem àqueles carrinhos simples que já passaram pela garagem, que a gente dava pouco valor, mas que fizeram grande diferença. E no vídeo, um clássico da banda que acabou de passar pelo Brasil!

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