sábado, 10 de novembro de 2012

O preço da gasolina...

Não adianta tentarmos fugir, ou dizer que o assunto já cansou, o tema combustível está em alta e o Rápidas aproveita hoje para desmistificar e explicar, da composição dos preços até a realidade dos cartéis. No dia 30 de novembro muitos curitibanos foram pegos de surpresa com um aumento de 50 centavos no litro da gasolina. O preço que era de aproximados 2,40 por litro saltaram para quase 2,90. Viu-se muita reclamação, queixas e até um protesto inusitado, onde diversos motoristas saíram por postos da cidade, pedindo que fossem abastecidos 0,50 centavos em seus automóveis e exigindo nota fiscal dos estabelecimentos. A ação era, além de gerar polêmica, para obrigar o recolhimento dos impostos sobre o valor, coisa que nem sempre é feito.


Mas o que aconteceu? Por que a gasolina aumentou dessa forma, da noite para o dia? Bom, primeiramente devemos encarar que a escolha da data do aumento foi plenamente desastrosa para a opinião pública. Vésperas de um feriado, datas em que costumeiramente os motoristas iriam encher seus tanques para viajar. E foram pegos com uma desagradável surpresa. Mas, além da data, há o tamanho do aumento, mais de 17% numa tacada que só não assustou os motoristas mais desligados, dos que abastecem 50 reais a cada parada no posto e vão perceber que o carro bebeu demais dessa vez. A verdade é que esse aumento foi decidido à portas fechadas pela cúpula dos donos de postos que simplesmente decidiu aumentar 4 pontos percentuais em sua margem de lucro. A cada litro vendido os postos lucravam 8,4%, margem que agora é de 12,5% conforme acordado entre eles. E quem não seguir corre risco de levar bala, como aconteceu no início da semana num posto de São José dos Pinhais, na região de Curitiba.

Agora vamos começar a falar sobre a formação de preços e entender o por que os postos não são os maiores vilões dessa história toda, apesar de nós sempre enxergarmos assim.

Vamos lá no início de toda a cadeia produtiva e vamos descobrir que há uma razão simples para todos os preços serem sempre iguais. A produção de gasolina no Brasil é feita por uma única empresa, o que configura um monopólio puro, e ainda por cima esta empresa é controlada pelo governo. Muita gente se esquece que a Petrobras é a única companhia que produz gasolina no nosso país, e a vende a preços controlados pelo governo. Ou seja, não há nenhuma opção a não ser comprar da empresa que, por um lado é orgulho de quase todo brasileiro entusiasta pela propaganda, por outro é a controladora deste mercado.

A segunda perna deste mercado está nas grandes distribuidoras. A própria Petro o faz, assim como a Ipiranga, Shell e muitas outras com nomes não tão conhecidos. Compram da fonte, quantidades do porte de atacadistas, para depois revender. Algumas bandeiras fortes possuem sua própria rede, o que não significa nada em termos de preço, outras, menores, acabam apelando para a sonegação de alguns impostos no meio das transações e conseguem repassar combustíveis a preços mais baixos, que irão acabar nos famosos postos sem bandeira que alguns são fãs de carteirinha e outros torcem o nariz e preferem pagar um pouco mais para não correr o risco de combustível adulterado.


O terceiro membro dessa brincadeira é o posto, o varejista, que compra de uma distribuidora, aplica lá os seus 12% e revende. Se pensarmos bem, 12% não é uma margem de lucro tão abusiva se formos comparar com alguns mercados, como até mesmo o de automóveis novos. Aliás, não só os novos, o que dizer do lojista do ramo de veículos usados que lhe oferece 13 mil por um carro que vale 20. E depois de você sair feliz com seu zero km, endividado, mas feliz. O lojista ainda irá lucrar 35% limpo nas suas costas. O que eu quero dizer é que, apesar de serem nossos inimigos natos, os donos de postos só estão fazendo a sua parte no processo. Se fosse você, faria o mesmo!

E por último, os otários porém sem perceber, consumidores. Nós que somos apenas reféns do sistema, que usamos nosso automóvel no dia a dia para ir trabalhar, levar os filhos para escola, ou simplesmente passear, curtindo um bem que já nos custou tão caro. De qualquer forma não podemos fazer muito se não continuar pagando, pesquisando, tentando achar lugares mais baratos, mas no fim das contas pagar o lucro do varejista, o lucro das distribuidoras e ainda o lucro da Petrobras. Sem falar da parcela do governo, os quase 50% de impostos em cima de toda essa longa história. Por essas e outras que eu sempre digo que ter um carro é uma segunda família. Continuo sendo viciado, meu hobby não irá mudar, mas é preciso ter os pés no chão para não deixar que despesas abusivas comprometam seu equilíbrio financeiro.

E por fim ainda devemos lembrar que a Petrobras possui em seu estatuto a premissa de que seus preços devem se equiparar ao mercado internacional. O que, qualquer estudioso sabe que hoje em dia não acontece. Os preços da Petro estão muito abaixo da linha do que se cobra pelo barril do petróleo lá fora. E sim meus caros, o que torna a gasolina o absurdo que é no Brasil são os impostos e ponto final. Ou seja, a presidência da Petrobras vêm pressionando e um dia o governo terá que ceder, assim que o preço aumentar na base, logo sentiremos outra pontada no bolso.


Antes do vídeo e para não deixar de falar de carros, essa semana apenas pude refletir em meu dia a dia, qual será o carro ideal? É o zero km que não te dá manutenção, tem cheirinho de carro novo e ainda está fácil de comprar? É o semi-novo completo, com preço já mais justo, que oferece muito mais custo-benefício? É o carro dos sonhos, exclusivo, único, e muitas vezes a preços bem modestos? Ou é ainda o "pau velho", carro qualquer, que só serve para ir e vir? No fim das contas essa resposta só depende do que você é. Eu sei o meu perfil e tenho minha personalidade, não importa quais são os meus termos e justificativas, alguns vão me ver como um pobre porque o meu carro não é do ano e outros vão rir e achar que eu ainda estou errado. Cada um sabe onde o calo aperta, está nas mãos de todos ter uma vida boa e sem dívidas, só cabe deixar o orgulho de lado em milhares de situações.

E para fechar com Rock, mais uma banda da turma dos menos conhecidos.


A banda nem todos podem lembra, a música até talvez, mas o guitarrista eu tenho certeza que todos conhecem. O cara dos back vocals é nada menos do que o mestre Eric Clapton!

Abraços e até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário