terça-feira, 15 de março de 2016

Guia do Usado - Vw Parati

Sabe aquele carro que chega quebrando a banca e em poucos km já mostra que veio pra brigar pela parte de cima do seu ranking pessoal? Famosa ela é, mas eu nunca tinha prestado tanta atenção. Talvez pelos meus traumas de mecânica AP, talvez pelas versões CL que não me descem. O fato é que eu estava tranquilo fazendo meus negócios e chegou a proposta de uma. No início achei que fosse só mais um carro dispensável, até que eu recebi a versão e motor. Hoje quero falar um pouco sobre a Parati.


Lançada em 1982/83 e descontinuada em 2012 (para a tristeza de muitos), sua última versão é derivada do chamado Gol G4, já que o G5 não contou com essa variação. Um sucesso imediato, talvez possa ser considerada a perua mais querida do mercado nacional. Praticamente não conheceu concorrentes nos anos 1980, sendo um pouco incomodada pela Ipanema no início dos 90 e só sofreu mesmo após a chegada da Palio Weekend em 1997 (outra história já contada aqui), mas ainda assim sempre teve seu lugar de destaque no mercado.

A Parati pode ser dividida em eras, a quadrada até 1995, bolinha de 1996/97/98 (única com opção 2 e 4 portas) e a G3/G4 de 1999 à 2012. Cada uma delas tem seu charme e seus fãs, mas o que não pode faltar em nenhuma delas é o motor AP. Saíram algumas versões 1.0 16v, até mesmo uma Turbo, mas eu particularmente não recomendo. Outra coisa que eu nunca gostei foi das básicas, Parati é um carro que merece destaque pelo conforto ao rodar, e conforto precisa de direção hidráulica e outros acessórios. Aliás foi isso que me fez olhar com carinho a da primeira foto. Uma GLSi 2.0 1996.


Lógico que as quadradas são bonitas e clássicas até nas simples, mas não há nada mais emblemático do que vidros, travas, ar e direção em qualquer vw quadrado no final dos anos 1980 e início dos 1990. Das bolas em diante os mimos passam a ser essenciais, por mudanças mercadológicas, e ainda mais de 2000 em diante. Há versões que são verdadeiros achados, GLS de qualquer ano, GTi bolinha e as mais novas Crossover e Track Field são exemplos de carros que não perdem valor, se estiverem em bom estado.

Atenção aos motores AP, já falei em mais de uma ocasião que esses motores são fantásticos, mas muito temperamentais. Qualquer sinal de fumaça deve ser argumento para descartar negócio, a não ser que o preço compense o reparo. Para andar são todos uns canhões, potencia de arranque e retomadas de sobra. Manutenção simples e barata, mas precisa estar sempre em dia. O nível de conforto das Palio ainda é maior, mas quem é fã de VW não costuma admitir isso.


Dentre as peruas que tive eu já dispenso a Corsa Wagon, mesmo na versão 2 portas a Parati é muito superior, mas a Palio Weekend continua sendo osso duro dependendo do ano e da versão. Falando em portas, talvez o que tenha impactado mercado tenha sido justamente isso, ela só foi lançada com 4 portas em 1997 e ainda assim existe na 2p até 1998. O que as torna menos família também as torna mais jovens e esportivas. Não por acaso a versão com menos portas é mais valorizada entre as que possuem as duas opções.

Aqui a coisa é séria, você pode encontrar uma Fiat Elba em estado de zero km por 6 mil, mas uma Parati meia boca não sai por menos de 10. Aliás, 10 mil eu acho que é o preço médio de uma boa entre 1987 e 1998. As primeiras até podem ser achadas por um pouco menos. Já nas G3/G4 o preço varia entre 15 e 20 mil numa muito boa, passando disso nas últimas unidades quando com km baixa. A procura por uma envolve muita paciência, pois pela sua valorização qualquer um chama a sua de impecável. Pode não ser a melhor perua em todos os quesitos, mas é a mais famosa.


As versões das fotos são, na sequência, GLSi 2.0 1996, GLS 1.8 1989 e Crossover 2.0 2005. No mais, aquele abraço!

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