Para finalizar a microssérie dedicada às peruas (lembrando que o termo perua é como são conhecidas as station wagons em algumas regiões, o mesmo termo designa o utilitário Kombi em São Paulo, por exemplo) vamos falar hoje sobre mais um automóvel que eu tive, e que tem uma grande legião de admiradores. Ela é a Chevrolet Corsa Wagon.
Família revolucionária lançada no Brasil em 1994, os Corsa foram os carros-chefe da marca nos anos 1990. O hatch veio para substituir o já cansado Chevette (que terá artigo no Guia em breve), que só sobreviveu na configuração sedan em seus últimos suspiros, estratégia aliás muito comum na GM, o hoje velho corsinha sedan que o diga. Eu gosto de destacar o desenho dos hatch de 2 e 4 portas que são bem diferentes na traseira, lembranças de um tempo em que produto era mais valorizado do que custo. Sedan, Pick Up e Wagon completavam a família.
A perua é um carro muito bem acertado. O conforto típico da Chevrolet se manifesta bem nessa versão, com um ótimo acerto de suspensão, bons acessórios e motor potente. A versão das fotos é uma GL 1.6 8v, que peca na ausência da direção hidráulica, já que ar condicionado não era tão popular naquele tempo. Mas não é difícil achar um bom carro com todos esses acessórios, embora o quebra-cabeças de versões deve ser estudado com calma.
Elas existem como motorização 1.0 16v e 1.6 de 8 e 16v, explicando, o número de válvulas interfere diretamente na potência e economia do motor, no entanto, tem um peso também na sua manutenção. Fazendo um paralelo, podemos afirmar que quatro marcas distintas são destaque positivo e negativo nessa questão. A Volks, pioneira no uso das 16 válvulas, não acertou a mão e junto com a GM tem os piores motores nessa configuração. Já a Fiat e a Renault são destaques por versões potentes e econômicas. Mas não se preocupe, escolha o 8 válvulas (no caso da GM) e tudo fica bem.
Voltando aos Corsa, então a melhor versão em motor é 1.6 8v, que possui manutenção barata (para o padrão GM) e melhor relação potência x consumo. Eu não indico a 1.0 16v porque apesar de ter sido muito popular hoje é bem desvalorizada. Quanto às versões de acabamento, se não achar uma GLS em bom estado, aposte nas GL completas, são ótimos carros e tem o mesmo peso no mercado de usados. É comum achar carros com rodas de liga de outros da marca, como a minha que tinha rodas do Vectra de mesma época.
Vamos aos problemas. Embreagem em carros com mais de 100 mil km são sempre um ponto crítico, ela não é diferente, a troca do kit completo gira em torno de 600 reais. Uma revisão mais apurada em caixa de câmbio pode ser necessária em alguns carros, pois o câmbio dos Corsa não são os mais confiáveis. No geral é um carro que não dá muita manutenção, mas suas peças e mão de obra costumam ser mais caras que Fiat e Volks, mais populares.
No mercado de 1997 a 2001/2002 a tarefa mais difícil é achar uma muito boa, como eram carros com apelo jovem acabavam caindo na mão da "piazada que gosta de dar pau". Uma perua bem estruturada, em ótimo estado, custa na casa de 10 mil reais. Para pessoas que procuram um segundo carro, ou até mesmo para aqueles que estão com limitações financeiras, é um carro grande, bom para a família, apto a viagens, só que com um desenho mais antigo.
Das minhas Peruas ela fica na terceira posição, mas não por incompetência dela e sim por qualidades muito superiores da Palio Weekend e exclusividade da Cordoba Vario. Lógico que há muitas opções no mercado, desde as Parati que já faziam briga com Marajó e depois Ipanema, passando pelas Escort SW e chegando às grandes Quantum e Suprema. Cada station tem um estilo, um mercado e um apelo. Eu falei das que tive, mas quero experimentar muitas outras ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário