terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Guia do Antigo - Monza

Esse foi o primeiro carro não popular a ocupar o posto de mais vendido do país. Isso aconteceu em 1984,85 e 86 e mostrou que o Brasil queria carros maiores, mais potentes, mais bem equipados e com mais estilo. Padrão de conforto até os dias de hoje, foi substituído pelo Vectra, que só começou a perder seu reinado com o lançamento do Corolla de 2003 e depois o Civic de 2007. O meu era um 1993 de último modelo, mas a história o trata como um dos grandes carros dos anos 1980. Ele é o Chevrolet Monza. 


Lançado no Brasil em 1983 numa configuração hatchback, o que deveria ser um concorrente para o Escort e o Gol acabou de tornando um sedan de duas e quatro portas que batia, e batia forte, no velho Corcel II e depois na novidade Santana. Mais um projeto importado de outras divisões da GM, logo se tornou carro dos sonhos de muita gente e um sinônimo de modernidade. Roubando interessados inclusive dos topo de linha Opala da sua época, por conta do ar de novidade.

Quando comprei o meu eu não tomei alguns cuidados fundamentais para um carro daquele tamanho, o modelo das fotos é um SL básico. Além de ser da configuração 2 portas, o que não é um problema tão grande, pois na época eles eram populares e trazem um ar esportivo, o meu vinha com vidros manuais, não tinha direção hidráulica e ar condicionado também faltava. As travas elétricas e o alarme eu mandei colocar e as rodas de liga, essas sim eram bonitas, vinham do Vectra de 1997.


Para um carro que durou 5 anos na minha mão (um recorde incontestável e mais que o dobro do tempo do segundo colocado) o quesito manutenção foi bem diluído ao longo do tempo, algumas surpresas de valor mais considerável, até porque ele chegou aos 200 mil km comigo, mas nada absurdo. É um carro muito robusto, de mecânica confiável, e o motor da minha versão era inovador para a época. 1.8 Álcool com injeção eletrônica. Em seus melhores momentos fazia 9 km/l na cidade. Número de 1.0 flex rodando no Etanol hoje em dia.

Falando um pouco das versões disponíveis no mercado, o Monza teve poucas mudanças entre 1983 e 1990, apenas ajustes de grade, lanternas e equipamentos. Uma reestilização em 1991 gerou o famoso tubarão (ou bicudo) que durou até 1996. Se for para embarcar mesmo, prefira as versões SL/E, GLS ou Classic, sempre as topo de linha de suas épocas. Há alguns achados como os S/R de 1985/86, versão esportiva do hatch, muito valorizados. Duas ou quatro portas é questão de gosto, ambos convivem bem no mercado.


Existe um grupo que considera clássico apenas o Monza fabricado até 1990, uma vez que a reestilização o transformou numa versão pequena do Ômega, mas isso é bem relativo, já que a versão nova possui um design muito agradável. Certamente os veículos mais antigos, quando conservados em estado impecável, chamam mais atenção do que os últimos modelos. Não chegam a ser considerados raridade, mas são muito estimados no mercado de antigos.

Falando em valores, como o Monza vendeu relativamente bem e era um ótimo carro, ele sofre de rotatividade de mercado. É um carro que no geral se encontra mais em mau estado e precisando de uma reforma. Mas é possível encontrar uma versão em bom estado, precisando dos toques de um dono, na faixa de 7 a 8 mil. É uma decisão complicada, pois por menos do que isso não se encontram bons carros e chegando na casa dos 10 mil já é possível encontrar Vectra de 2ª geração (1997). É questão de oportunidade, se aparecer um bom negócio pode abraçar que vale a pena!


Aquele abraço!

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