quarta-feira, 30 de março de 2016

Guia do Usado - Mercedes-Benz Classe A

Falar sobre uma marca dessas é um desafio diferente, além de serem carros de um nicho mais específico são alvos de uma boa dose de preconceito. Pois bem, ano passado tive uma breve experiência com o modelo de hoje e pretendo descrever as vantagens e os cuidados necessários para quem tiver a oportunidade de comprar um. Há uma razoável oferta no mercado de usados, e com uma boa procura é possível encontrar modelos que valem a aposta. Ele é um Mercedes-Benz, ele é o Classe A.


A versão que está em foco hoje é carroceria de estilo monovolume fabricado no Brasil entre 1999 e 2005. Atualmente existe no mercado o Classe A hatch premium que concorre com Audi A3 e BMW Série 1, um modelo totalmente diferente. Lançado no Brasil erroneamente como o Mercedes Popular, o Classe A nacional até que vendeu bem na época, chamou bastante a atenção das pessoas o fato de ter um automóvel com a estrela no capô por um preço "acessível".

No entanto, os altos custos de manutenção e a "falha" de projeto que rendeu recall das primeiras unidades logo transformaram o carro num dos mais suspeitos da lista de usados. Hoje em dia como o mais novo já tem mais de 10 anos, acabou entrando na lista de micos por se encontrar muitas unidades em péssimo estado de conservação. Mas nem tudo são defeitos no Classe A. O das fotos, apesar de não estar impecável, tinha uma série de atributos que fazem realmente você se sentir a bordo de uma Mercedes.


A dirigibilidade é ótima, com a altura típica de minivan você se sente seguro e confortável no trânsito das grandes cidades. Outro ponto de destaque é o câmbio, eu particularmente nunca havia dirigido um carro com engates de marcha tão precisos e suaves, e olha que eu já dirigi um pouco de tudo. A motorização (no caso 1.6) responde bem ao tamanho do carro, as versões 1.9 apresentam aquela potência extra nas ultrapassagens. Coisa que nem preciso citar é o nível de equipamentos, é uma Mercedes, o básico é ser completa.

Vamos pensar nos cuidados necessários. Esse carro não é um carro qualquer, não adiantar achar que uma avaliação superficial seja suficiente para garantir uma compra. É necessária a avaliação de um mecânico que conheça o modelo para dizer se há algo em ponto de quebra. O que o leigo pode fazer é testar todos os acessórios e analisar bem os detalhes de acabamento. Um simples retrovisor elétrico não funcionando já pode ser uma fortuna para consertar. Assim como as peças do painel não podem apresentar trincados ou pedaços quebrados.


Na verdade a Classe A é uma Mercedes, mas há uma pequena ressalva, em alguns pontos ela parece ter sido projetada pela divisão de caminhões e ônibus da marca, tamanha a semelhança com o velho 180D, furgão famoso dos anos 1990 que antecedeu a Sprinter. Eu sei que parece exagero, mas não é tão absurdo pensar que alguns pontos dela tenham sido pensado pela divisão de utilitários. Enfim, é um carro para se procurar com uma dose extra de cuidado, mas da pra encontrar um que vale a pena.

Ah os valores! Um modelo em bom estado irá custar entre 10 e 12 mil reais, nem mais nem menos que isso. Se for menos não perca tempo em olhar, deve estar um lixo, se for mais não perca tempo pois está caro demais. A azul das fotos não passou por causa de pequenos detalhes de acabamento, mas no preço certo ela teria feito parte da minha lista de aquisições efetivas. Não recomendado como único carro da família. É mais uma opção para fins de semana ou carro paralelo.


Por hoje é só... Aquele abraço!

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