segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Guia do Antigo - Gol e Voyage (quadrado)

Famosos é pouco para descrever a linha de quadrados da Volks do fim dos anos 1980 até metade dos anos 1990. Sucesso de vendas, excelente desempenho e baixo custo de manutenção são as grandes características que chamam atenção até hoje. No entanto, a motorização sempre levada ao limite e o pacote de equipamentos pobre demais tem que entrar na conta de quem busca um desses ícones nacionais. Minhas impressões são maiores do Gol e Voyage, mas as dicas são gerais e valem também para Parati e Saveiro, sempre entre 1987 e 1995.


A história do Golzinho começa lá na metade dos anos 1970, quando a VW começou a projetar um substituto para o Fusca e Brasília e concorrente para Chevette, Fiat 147, entre outros populares da época. Lançado em 1980 com motor de Fusca, foi recebendo pequenas mudanças e modelos para criar a família. Os grandes blocos do quadrado foram de 1980 até 1986, de 1987 até 1990 e de 1991 até 1995. Foi em 1987, já com o motor AP 1600 e 1800 que o Gol tornou-se o carro mais vendido do país, título que manteve até 2013.

Os carros que eu tive foram um Gol e um Voyage, ambos de mesma versão, GL 1.6 AP 1988. Nos dois casos a compra foi para trocar um carro dito "pior" e não necessariamente uma procura específica. O Gol era o prata (que demorou até ficar como nas fotos) e o Voyage na cor cinza que não recebeu grandes modificações. As configurações eram iguais, apesar do nome GL não ser o basicão, os carros sempre tinham vidros manuais, sem travas. Os "acessórios" eram o ar quente e desembaçador traseiro.


Começando pelo Gol, a dirigibilidade era o ponto alto, é um carro para quem gosta mesmo de dirigir, sobretudo de pisar fundo. Com o passar do tempo ele foi recebendo atenção aos detalhes estéticos e ambiente interno. Rodas, capô preto, grade lisa, isulfilm, suspensão um pouco rebaixada, som de qualidade, foram dando a cara que depois tornou-se um carro que chamava muita atenção onde passava. Terminou sua história com um acidente que acabou comprometendo demais a parte mecânica. Foi consertado, mas como não era mais o mesmo, foi trocado por um Monza.

Já o Voyage chegou com a missão de rodar mais de 50 km por dia, e como não correspondeu a expectativa inicial, foi trocado por uma perua importada apenas seis meses depois. O bom motor precisou ser refeito, pois já estava no limite. O carro tinha muito potencial, mas necessitava de uma atenção na funilaria e interior. Rodas de liga simples, isulfilm e um som simples foram companheiros de um estilo de direção mais contido, no entanto o AP estava lá e a qualquer pisada mais forte no acelerador ele lembrava sua verdadeira vocação.


Os motores AP são feitos para correr, portanto ao procurar um usado é necessário uma boa verificação disso, normalmente eles estão em ponto de quebra. A manutenção desses carros é constante, por serem carburados eles desregulam com muita frequência. Peças e mão de obra são baratas, mas as visitas em oficina podem desanimar quem pega um carro desses para uso diário. Sobre os acessórios, é questão de gosto, mas hoje eu prefiro carros mais equipados. Ar + direção eu nunca encontrei, vidros e travas só de quem mandou instalar depois.

Para quem lê até parece que não foram dos melhores carros que eu tive (o Gol até que foi, o Voyage não mesmo), mas o relato é justamente para enfatizar o quanto um carro desses precisa ser comprado com cautela e atenção. Há modelos em excelente estado que só darão prazer, mas a maioria dos que estão por aí dará algum trabalho. Outro ponto crucial é o preço, como são muito procurados os preços não são tão atrativos. Mas no geral, após muita negociação e pesquisa, um carro em bom estado deve custar na casa de 8/9 mil reais.


Se você gostou do texto recomende este guia para outras pessoas. Críticas e sugestões são sempre bem vindas!

Um comentário:

  1. Achei bem legal esse novo foco em carro dos seus posts. Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

    ResponderExcluir