sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Quanto custa ser rico?

Riqueza, bens materiais, roupas caras e um carro novo. Será mesmo que ser rico é o que estamos acostumados a ver e ouvir? Pois eu digo que não, e pouca gente percebe isso.
Segundo o IBGE, Curitiba é a 4ª capital mais rica do país. Uma notícia assim pode animar, revoltar ou não significar nada. De fato, sozinha ela não significa nada, mas quando pensamos no contexto que ela envolve podemos tirar várias conclusões. Vamos a elas.

Curitiba é uma capital de negócios, grandes empresas se instalaram aqui nos últimos tempos, e grandes empresas possuem grandes e caros executivos. Seus salários são mais do que suficiente para elevar o PIB de qualquer cidade.

Curitiba ostenta, para um fã de carros até que não é ruim, mas a verdade é que o curitibano adora mostrar o carro novo. E não estou falando de populares zero km ou médios enfeitados, numa cidade onde Fusion e New Civic viraram figura fácil em qualquer esquina, quem quer aparecer precisa de mais de 100 mil reais com certeza. Até rolam umas particularidades engraçadas, como por exemplo, pude perceber que a porção da cidade que é rica a mais tempo (moradores do Batel > Ecoville) preferem o clássico Mustang. Enquanto os novos ricos (espalhados por Portão e de lá pra baixo) são mais o chamativo Camaro. Preste atenção.

Curitiba paga mais caro, já não é de hoje que a inflação em nossa cidade é maior que a média do resto do país. Se nós topamos em pagar mais é, de certa forma, porque podemos? Não sei, mas a verdade é que o custo de vida em Curitiba têm aumentado. Mas ainda assim, em comparação com cidades como, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e até mesmo Porto Alegre, ainda não pagamos tanto por uma pizza ou para sair para jantar. Deve ser por isso que (e ai comparo com Recife e Campo Grande) aqui é fácil encontrar uma Ferrari quando se está indo jantar em Santa Felicidade, nas outras não. Aliás, um vizinho meu têm uma Ferrari!
Curitiba paga não só em dinheiro. Não é tão simples achar que somos rico e só. Curitiba é também a 6ª capital mais violenta do país. Chama atenção nos negócios e nos bandidos, a insegurança nos obriga a trancar cada vez mais nossas casas, o seguro dos automóveis aumenta e nossa tranquilidade em andar na rua diminui.

Mas no fim, tudo isso é ser rico? Só sou rico se tenho um Camaro? Como eu disse antes, minha opinião é um pouco diferente. Posso não ter todos os bens materiais que gostaria, mas têm uma coisa que eu não abro e não abrirei mão tão fácil. Tranquilidade, segurança financeira e pé no chão. De que adianta assumir uma parcela de 500 ou 600 reais por mês se não é o que me fará satisfeito? Sempre soube que eu não tenho paciência para ficar com um mesmo carro por mais de um ano ou dois, sendo assim, só estaria jogando dinheiro fora. E outra, sempre tive uma ligação diferente com isso, alguns automóveis são mais do que meros meios de transporte, logo, não se trata de ano, não se trata (só) de motor, se trata de bem estar.

Acho que é isso, encontrei a expressão que procurava, Bem Estar. Quando você se sente bem consigo mesmo, com o que é e com o que têm. Não importa o que os outros pensam de você.

Você não precisa ostentar, colar na testa onde mora ou quanto ganha, só precisa estar feliz e satisfeito, ser você e não se arrepender do que faz e fala. Ser rico é um status que muitos profissionais bem sucedidos não são, e um prazer que qualquer um pode usufruir.
A riqueza está no brilho dos olhos da mulher amada, está no "sorriso" sincero do seu fiel cachorro, está na sua sensação em saber que está guiando o que é seu, comprado com seu próprio esforço, está num céu estrelado e num belo amanhecer com sol. A riqueza é você quem faz meu amigo, não o que os outros vêem de você.

Quanto custa ser rico? Pode custar a vida de quem ostentou tanto e acabou chamando atenção de quem não devia. Pode custar todo o sono de quem se endividou para parecer ter. Pode custar uma ou duas escolhas negativas na hora certa.

E como eu sempre digo, pode custar apenas um bom planejamento. Seja rico, seja feliz, seja por você e não pelos outros.

A decepção estará sempre em volta de você, com cada pessoa que você cruza no seu dia a dia. Mas ao lado dela sempre estará a surpresa boa. Saiba enxergar os dois lados e dar a importância certa para cada um deles.

Música do post, Always Somewhere - Scorpions.

Feliz Natal a todos, um imenso obrigado e um forte abraço!


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mudanças, boas ou ruins?

Mudar é sempre algo ruim? É sempre algo bom? Pode significar muito como pode significar nada? No bem da verdade todas estão certas, parcialmente. O erro já começa por essa maldita palavra, sempre. Ser pra sempre está em desuso, hoje em dia não há mais sentido exato para a palavra sempre. Mas de qualquer forma, mudar, em Economia e na vida... vamos lá.
"Eu conheço bem, essa coisas são assim. Deixe o sal no mar, deixe o amor em mim".

Principalmente após a crise de 2008/2009, o mundo têm mudado, algumas potências têm se retraído. Países como o Brasil e a China têm ganhado lugar de destaque. Pena a maioria da população de ambos não ter tantos motivos para comemorar. É verdade que a nossa nova classe média está gastando e consumindo mais. Mas o que não percebem é que mais de 60% das famílias está comprometendo uma parcela muito maior do que deveria com dívidas. Casas novas, carros novos, viagens para o exterior, delírios de consumo além do limite da normalidade. E o que o governo vai fazer? Diminuir ainda mais a taxa de juros. Sim, eu diria que vamos fechar 2012 com algo em torno de 9,5% na Selic. Eu não concordo! Nunca concordei com juro baixo. Imposto baixo. Olha o tamanho desse país? Apesar de muito viverem em condições sub-humanas, ainda estamos melhor do que a imensa massa da população chinesa. É fácil achar que lá é melhor quando você só enxerga as grandes cidades e a classe alta que hoje vive, certamente, seus melhores dias.

"Algo enfim mudou e a casa não está tão vazia". (ainda está).
"O mal já passou e as noites trouxeram outros dias" (vão trazer).

O progresso e a Copa de 2014 pedem passagem, doa a quem doer. Não posso dizer que não concordo, nem fazer protesto, como a velha teoria de Schumpeter, a inovação criadora também destrói tudo que ficou pelo caminho e não têm a intenção de mudar. Curitiba está começando a ver que, mesmo para míseros quatro jogos da primeira fase, a cidade precisa se mexer. Ainda como uma onda que poucos vêem, a procura por alugueis para o período da copa começam a aumentar, as obras de infra-estrutura, sobretudo nos corredores de acesso à cidade, e principalmente, as desapropriações. Desde a região metropolitana, para construção e melhoria de ruas e estradas. Até o óbvio, a desapropriação de imóveis na região da Baixada, estádio do Clube Atlético Paranaense onde serão os jogos. Minha dica é, quem já não vendeu, venda logo! Quanto mais perto, a maquina pública vai começar a usar suas armas para retirar dali algumas casas e edificações antigas, e no final isso se dará a preço de banana. Moradores da região, fiquem espertos.

Turismo, como eu e alguns colegas de trabalho adiantamos a uns dois anos, hoje o destino preferido pelos curitibanos é a capital argentina, Buenos Aires. Já tive a oportunidade de escrever sobre esta bela cidade aqui em outra ocasião (Post Buenos Aires) e é fato, a cotação da moeda argentina, a proximidade e o fato de não precisar de passaporte transformam a cidade num dos melhores destinos da América Latina.
"A dúvida acha você, mas deixa a tristeza pra lá. É preciso errar para aprender... a acertar".

Carros, a onda de automóveis chineses provoca algo de muito positivo no mercado nacional. O lançamento de novidades a preço "justo". A Chevrolet está lançando o Cobalt, um sedã meia boca a um preço comparável aquela "maravilha" de J3 Turin. Enquanto a Nissan lança o Versa (nesse eu aposto) a um preço que parte de 35mil. Aliás, com uma tabela bem abaixo da Hyundai e o fato de ser japonesa e não coreana, estou muito confiante de que a Nissan, juntamente com a Renault, tem tudo para se consolidar como as melhores gamas de automóveis do país.

Cerveja, outrora representada e distribuída aqui pela Kaiser, a Heineken vira a mesa, compra a marca nacional e investe pesado para melhorar a desgastada imagem da cerveja do baixinho. De novo, já falamos aqui sobre a Heineken (Post Heineken) e é justamente tudo que falamos antes que torna essa gigante uma mestra em reconstruir imagens e reestruturar um mercado atualmente dominado pela maior do mundo, ninguém menos que a InBev.

Cerveja II, apesar de tudo eu continuo sendo um grande fã das boas marcas artesanais, como a pequena Bierbaum de Treze Tílias, SC, só cuidado ao abrir porque a fermentação delas é um pouco temperamental.

"Seja como for, é preciso seguir caminho. Eu roubei as flores e me feri com os espinhos. Não deixe o sonho morrer. O mundo ainda vai te provar... tanta coisa".

Banda curitibana, de reggae, já tive a oportunidade de ir em alguns bons shows.
"Deixa esse medo pra lá..."

Música, os clássicos nunca saem de moda, e também há a possibilidade de ser um novo clássico. Tipo música de nicho, que poucos conhecem mas é capaz de satisfazer a quase todos. A dica de hoje é, Joss Stone!

Gostaria de agradecer publicamente aos bons amigos que contribuíram para cada detalhe de mais uma semana. Um almoço, um bom dia, o questionar da noite de sono, uma música, e a todos que não pensaram em nada disso. Muito obrigado a cada um que lê esses textos, ora gigantes e complexos, ora simples e por vezes até com pouca graça. Forte abraço com a certeza de que sem os acessos isso aqui não seria nada...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Inflação e Novos Mercados

Nada mais justo do que falar um pouco sobre inflação, bem na semana em que o Copom baixou a taxa selic para 11%. Uns comemoram, outros se preocupam. A grande maioria nem faz ideia do quanto isso influencia a sua vida.
A verdade é que só quem viveu financeiramente nos anos 80 de fato conhece o mal que a inflação pode causar. Época em que, de um dia para o outro, o dinheiro que você tinha na carteira perdia todo seu valor.

Hoje, quando falamos em inflação, não se dá muita importância. Mas eu tenho um exemplo claro que nos mostra o quanto esse assunto é importante. Há alguns meses atrás, quando ia ao supermercado comprar algumas coisas para o fim de semana, gastava em torno de 40 reais sem muito excessos. Hoje em dia, as mesmas coisas, nos mesmos lugares, sem nenhuma alteração significante, não sai por menos de 70 reais. Sim, quem costuma ir ao mercado toda semana, ou até mesmo faz compras mensais, percebeu que as coisas aumentaram e muito nos últimos tempos.

mas a tática atual do governo é incentivar o consumo, portanto, mais um corte na taxa de juros. Que deve cair ainda mais nas próximas reuniões. Política é política, se decidem assim, o que vamos fazer. Só digo que os preços devem continuar aumentando, mesmo que aos poucos, daqui um tempo vamos ver a diferença. Enquanto os salários aumentam (pouco, muito pouco) uma vez ao ano.

Mudando um pouco de assunto, percebi uma tendência, não sei se da minha região ou no geral, da abertura de adegas e delicatessen. Lambrusco italiano virou algo simples e barato para qualquer um. Cervejas importadas, queijos, vinhos. Um pouco de requinte e novos sabores, agora cada vez mais perto. É engraçado, mas isso não deixa de ser um reflexo dos mecanismos políticos. Incentivo ao consumo faz com que tenhamos uma crescente na busca por novos produtos. Até porque, crédito extra não fará com que você consuma mais feijão.
Ao passo em que fica um pouco menos vantajoso investir e só guardar. Mesmo com uma razoável alta nos preços, os tempos são bons mesmo para consumo. Mas só quem pode aproveitar são os que no passado tiveram a inteligencia de se preparar. Quem soube usar os momentos de crise para guardar, pode hoje gastar um pouco sem medo. Mas quem só se endividou ainda mais, hoje está tentando pagar essas contas.

Mas isso não significa que é hora de torrar dinheiro, mas sim hora de aproveitar as oportunidades. A cesta básica encareceu, isso é fato. Mas os produtos adicionais, complementares, aqueles que são cortados em tempos de crise, estes estão atrativos. Repetindo, do Lambruco aos carros importados, mesmo se o aumento do IPI pegar. Tudo está vantajoso.

E falando em carros, sim, os importados estão cada vez mais fortes. Mas não se deixe enganar. Chinês continua sendo chinês, as nacionais estão começando a fazer carros mais baratos, os japoneses estão fazendo populares e alguns coreanos estão exagerando muito na propaganda. 

Inflação, cuidado porque ela está rondando e aos poucos começamos a sentir algumas consequencias.

Selic, está na cara que o objetivo é consumir. Apenas cuide para não se endividar.

Anos 80, um exemplo histórico de um passado que ninguém quer de volta.

Adegas, nicho ou novo mercado? A popularização do requinte ajuda a melhorar o padrão e a qualidade de vida de toda uma sociedade.

Carros, não se deixe levar tanto pela propaganda, pense muito e aposte no que te faz sentir bem.
Música, mal toquei nesse assunto hoje, mas uma das bandas que mais surpreendeu nos últimos anos, com hits marcantes e um baterista brasileiro, foi o The Strokes.

Abraços!