Alguns modelos são o símbolo de determinadas marcas, mesmo que o fabricante seja muito mais antigo, sempre há aquele carro que ajudou a mudar a sua história, seja por uma inovação tecnológica ou ainda por um desempenho de mercado surpreendente. No Brasil essa peculiaridade ainda pode estar aliada a um veículo que foi responsável por deixar a marca conhecida em território nacional. No caso da Audi, foi o A3, para a BMW certamente o Série 3. E o texto de hoje é sobre o ícone da Mercedes, o Classe C.
Mesmo que eu já tenha falado isso muitas vezes, para muitos carros, com certeza um Classe C é um carro com o qual eu sonho. E é lógico que eu me reviro ao mais antigo. Lançado em 1993, com todos os traços do 190E, porém de menor porte, a Classe C veio para conquistar espaço, tal qual a Audi fez com seu A3. A primeira geração fez um grande sucesso por aqui e hoje em dia ainda é muito valorizada no mercado de usados. Seu desenho foi o mesmo até 2000 e é um clássico com grandes faróis quadrados e a estrelinha no capô.
Em 2001 veio a primeira mudança mais radical, com clara inspiração em outro ícone da marca, o Classe E (ainda teremos um texto só dele), a frente exibe dois faróis redondos unidos pelo centro do conjunto. No restante do conjunto, o porte e status se mantêm o mesmo, apenas com uma boa atualização. Esse desenho chegou para brigar com o BMW Série 3 de 1998, já desde os primórdios que esses dois automóveis são os grandes rivais entre os alemães de luxo. Seguidos à alguma distância pelo Audi A4.
Seguindo a evolução do modelo, a próxima geração chegou em 2007. Desta vez com um design agressivo e invocado, os faróis são afiados em sintonia com a frente do carro. Esse modelo teve a boa aceitação de sempre, mas o modelo como um todo perdeu um pouco de contato com seus compradores mais tradicionais. E talvez por isso mesmo, a versão posterior a esse está fazendo tanto sucesso. Lançada em 2015, a atual geração tem um ar retrô. Com faróis e cantos arredondados, remetendo à clássicos da marca talvez anteriores aos anos 1970.
Com certeza o fato de ser uma Mercedes-Benz já diz muito sobre uma máquina dessas, mas o que me chama atenção mesmo no Classe C é o porte médio, desenho sóbrio, acompanhando, aí sim a marca da estrelinha. Sim, embora eu goste muito de automóveis chamativos, eu tenho um linha clara em mente quando o assunto é carro bonito. Chamar atenção de quem entende de carro e ser discreto no dia a dia é um ideal difícil de conseguir. Você pode andar com um carro amarelo, ele chamará atenção, mas isso por si só não significa nada.
A primeira geração do Classe C é imponente, clássica e discreta. É um carro fácil de usar no dia a dia, deixa claro que você está de Mercedes e pode ser usado até para levar noiva na porta da igreja. Um sedan para quem entende de carro e gosta de carro. Entre ele e a BMW Série 3 você precisa escolher entre ser sóbrio e ser descolado. A diferença é que ser descolado depois de certa idade é sinônimo de brega. E aqui eu me refiro à idade do carro mesmo. Um BMW vai bem a partir de 1998, já entre 1993 e 2000 o Classe C é imbatível.
É sempre difícil falar em preços de um automóvel que depende mais do seu estado do que de anos e versões, pois muitas vezes um modelo mais antigo pode valer mais que o novo, ou a versão de motor mais potente pode ser mais barato que um dito mais simples. Enfim, entre 1993 e 2000 é comum encontrar um C180 na casa dos R$ 20 mil reais. Isso vai subir para R$ 35 mil num modelo 2004 e R$ 60 mil nos acima de 2007. Mas se você está de olho na última versão, aí prepare uns R$ 120 mil por um usado.
Nos modelos, um C230 de 1996, um C180 de 2015 e um C200 de 2004. E no vídeo, quero registrar minha homenagem ao vocal de duas bandas muito significativas que nos deixou recentemente, RIP - Chris Cornell. Um abraço à todos!
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