sexta-feira, 3 de março de 2017

Guia do Usado - Mitsubishi Pajero

É lógico que quando se fala de Fora de Estrada, muitas pessoas lembram do Jeep, alguns mais excêntricos talvez lembrem até dos Land Rover, mas se há uma lenda nesse terreno, ela se chama Mitsubishi Pajero. Consagrado nos Rallis desse mundo afora, trata-se de um Off Road na essência, claro que com muitas versões cheias de itens de conforto para serem usados na cidade, mas a marca sempre preservou o espírito de aventura que o ajudou a chegar onde ele é visto.


O Clássico Pajero data de 1992 aqui no Brasil, com alguma sorte pode-se achar alguns de importação independente de algum período dos anos 1980. Nas versões 2 e 4 portas, o jipão era um só até 1997. Junto com outros modelos da Mitsu, o Pajero era para poucos e até hoje eu considero aquela versão como uma das mais emblemáticas. Eis que em 1998 a marca resolveu comandar uma revolução no modelo, pegou o nome Pajero e o dividiu em três modelos de segmentos e públicos diferentes.

Foi em 1998 que chegaram ao Brasil o Pajero Sport, um utilitário esportivo mais urbano, para agradar a um público cada vez mais crescente; o Pajero io, que nada mais é do que o predecessor do nosso TR4 de 2002, para o qual só muda o nome mesmo, e o velho Pajero seguiu com o sobrenome de Full. E foi subdividindo sua lenda em três maquinas novas que a Mitsubishi abocanhou mais fatias do mercado. Desde de 2002 o pequeno TR4 é o sucesso da marca no país.


Fama comum à praticamente todas as marcas japonesas, há duas formas de se encarar os gastos de manutenção desses automóveis. Os motores são ditos inquebráveis, mas se estiverem com problema os custos podem ser relativamente altos. Mas se um Corolla já é difícil de estragar, imagine um carro feito para disputar o Paris x Dakar?! Lógico que há um exagero nessa frase, mas uma boa revisão num local especializado já lhe dirá se vale a pena pagar o valor de um popular zero por um Pajero com mais de 20 anos de uso.

Entre 1998 e 2002 o nosso pequeno TR4 era chamado de Pajero IO (que nada mais significa do que EU em italiano). Eu particularmente também acho que TR4 é mais a cara do modelo, mas o que nem todo mundo sabe, é que o nome foi trocado devido à justificativa da marca de que o nome IO poderia ser confundido com 1.0 na traseira do carro. Parece engraçado, mas os departamentos de marketing das empresas são pagos para prestar atenção à esses detalhes. Fato que o TR4 vende bem, pode ter a ver com isso ou não.


Para terminar as linhas evolutivas do modelo, ao longo dos anos 2000 a Mitsubishi foi fazendo seus tradicionais upgrades de design, a Sport passou a ter a mesma cara da L200 Triton, e em 2009 foi lançada a versão Dakar da Pajero, de certa forma substituindo a própria Sport. A Full e a TR4 continuam firmes na luta, cada uma em sua categoria. Percebe-se que com os recentes lançamentos do mercado e até da própria marca, como ASX e Airtrak, a linha Pajero perdeu um pouco de força ultimamente.

Como grandes carros e grandes clássicos, não é o ano que define o preço, mas sim o estado e a versão. A Pajero mais barata que se pode comprar é da dupla IO/TR4 entre 1998 e 2005/6, em torno de R$ 25 mil reais por um bom exemplar. As clássicas de 1992 a 1997 chegam perto de R$ 30 mil, mas devido ao seu tamanho e seus motores à diesel. Uma Sport ano 2000 e acima vai custar a partir de R$ 40 mil, enquanto que uma Full acima de 2007 não sai por menos de R$ 60 mil. É um clássico, é para poucos, é Pajero!


E nos modelos, um clássico 1994, um Sport 2000 e um TR4 2007. Atenção ao vídeo dessa semana com uma versão ao vivo de Dream On... Assista até o fim! Aquele abraço!

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