Revisando meus arquivos, vi que eu até citei esse carro há uns tempos atrás, mas não relatei motivos para ter ou não escrito sobre ele. A questão é que se trata de um modelo (e uma marca) que convive entre admiração e receio do consumidor. Ao mesmo tempo em que sabemos da qualidade e exclusividade de seus automóveis, a sua desvalorização acentuada e manutenção de valores elevados assusta a maioria das pessoas comuns. Hoje falamos sobre a linha C4 da Citroen.
O C4 é um modelo que me atrai mais pelas estratégias de marketing adotadas pela montadora do que pelo carro em si, lógico que trata-se de um automóvel sofisticado e que chama bastante atenção, mas a forma de colocação no mercado (como veremos a seguir) demonstra um claro objetivo de visar públicos bem definidos e aos poucos ir abrangendo mais. Prova disso é que a versão 4 portas só chegou ao Brasil 4 anos depois da apresentação e também foi responsável pela descontinuidade do 2 portas.
Então foi mais ou menos assim, em 2006 a Citroen lançou o C4 VTR, um hatch esportivo de 2 portas, cujo principal destaque era o vidro traseiro dividido em 2 por causa de uma espécie de aerofólio / spolier. Apenas em 2009 foi lançado o hatch de 4 portas, aí sim um modelo mais normal, mas ainda assim muito interessante. Porém em 2008 veio ao Brasil o Pallas, um sedan quase tão grande quanto um Omega, que foi vendido até 2013. O VTR foi descontinuado em 2009 e o 4 portas seguiu até 2014.
Em paralelo a história acima, outro sobrenome de peso da Citroen veio a utilizar-se do C4, trata-se das minivans Picasso e Grand Picasso que povoam as ruas desde 2008. Já em 2014 a Citroen substitui o Pallas pelo sedan Lounge, todos com o nome de C4, e no fim do ano encerra o hatch. Hoje em dia é neste Lounge que repousa o nome do modelo. Hoje então, apenas um sedan médio sofisticado, mas que continua com a discreta presença nas ruas de outros Citroen e Peugeot de categorias superiores.
E falando em Peugeot, nunca é demais lembrar que essas duas marcas pertencem a um mesmo grupo, PSA, e que compartilham muitos itens de mecânica e plataformas de automóveis. O exemplo clássico é nos populares 206/7/8 e C3, que quase sempre dividem a motorização. Isso é relevante no sentido de que a manutenção de ambos é muito próxima em termos de valores, e nós já sabemos que não é dos mais atrativos.
Recentemente tive a oportunidade de testar um C4 automático, além do volante de miolo fixo (característica desse carro) pude perceber que o 2.0 casa bem com o câmbio, garantindo boas retomadas e um desempenho compatível com a capacidade cúbica do motor. Um ponto de atenção deve ser nas peças de funilaria, já que o carro avaliado estava com um farol paralelo devido a uma pequena batida, e o mesmo não se encaixava corretamente. Pude notar posteriormente que isso é bem comum na linha C4 devido ao alto custo das peças.
Então vamos às ofertas, pois aqui que mora a oportunidade. Um C4 VTR 2006/2007, um hatch esportivo e exclusivo, pode ser encontrado a partir de R$ 25 mil reais. Esse é o mesmo valor do sedan Pallas, que impõe muito respeito nas ruas e tem um visual que não envelheceu ainda. Até mesmo o hatch 4 portas 2009 pode ser encontrado por esse preço. Mudando de categoria, quaisquer C4 Picasso em bom estado vai começar na casa dos R$ 35 mil. E os novos Lounge, de 2014, partem de R$ 45 mil. Para quem quer um carrão e não tem medo de manutenção mais salgada, está aí mais uma dica!
O esportivo VTR de 2006, um pacato 4 portas de 2010 e um Pallas 2008. Aquele abraço!
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