Não chego a fugir muito da categoria que venho falando nas últimas semanas, esse carro certamente pertence a ela, só faz parte da geração anterior. Nos anos 1990 ele era um inegável sucesso e símbolo de status, mas ainda assim guardamos ressalvas com relação aos famosos hatch médios, pois ele certamente concorria com o Gol Quadrado e o Escort Europeu, mas não chegava a fazer sombra em presença para o Golf importado. Eram outros tempos, mas a emoção era a mesma. Com vocês, o Kadett!
Lançado no Brasil em 1988/89, oriundo da Opel alemã, o hatch era uma alternativa menor ao Monza, uma vez que a versão compacta deste havia sido descontinuada, e também uma opção mais tecnológica e moderna ao velho Chevette. Aliás, o Chevette nacional nada mais é do que o Kadett alemão dos anos 1970. Ou seja, a GM poderia ter lançado o "novo chevette", mas como aqui a indústria gosta de recauchutar e deixar em produção, eles lançaram mais um carro. Teve uma reestilização em 1996, aqueles retoques na frente e traseira para dar um ânimo no mercado.
O Kadett veio acompanhado de uma das peruas que eu considero entre as melhores daquela década, a Ipanema era maior e melhor do que as rivais em muitos aspectos. Da Parati ela ganhava porque tinha 4 portas e da Elba porque era bonita. Lógico que a perua da Volks não perdeu seu trono, mas teve que conviver com uma pedra bem preparada no sapato. O problema da Ipanema é que, por motivos que só o mercado sabe, ela não virou clássica. Hoje em dia além de ser difícil acha-la, normalmente estão em péssimo estado.
Já para o lado do Kadett a coisa foi diferente, cheio de boas versões, até mesmo as básicas podem servir como ótimo tapa buracos. Digo dessa forma porque o Kadett não é nenhum carro de colecionador, mas quem tem um pode colecionar grandes histórias de prazer ao dirigir. Partindo então das SL, normalmente peladas, passando pelas SL/E, entre muitas outras, da pra encontrar carros com painel digital, ar condicionado, vidros, travas e direção. Sempre com motores fortes, só se acha no 1.8 ou 2.0. Com muito destaque para o MPFi de 1996 em diante.
Ele foi produzido até 1998, quando então deu lugar ao Astra nacional, mas o Kadett tem um estilo inconfundível. Somente 2 portas em toda a sua história, era um carro destinado ao espírito esportivo, e por ser pequeno e ágil, era um carro à mão e para quem gosta de pisar no acelerador. Por dentro, todo o conforto e sofisticação do Monza, o todo poderoso da época. Manutenção fica tudo sob controle, famosos por não dar problema, os GM só precisam ser comprados com cuidado, mas estando em bom estado não há com o que se preocupar.
Houve sim uma versão Sport de final de linha, mas o Kadett que merece mesmo destaque é o famoso GSi, como já disse aqui ele é o equivalente ao GTi e ao XR3, só que eu o considero mais equilibrado e mais confortável. A versão conversível, essa sim, clássico dos clássicos, não tem preço hoje no mercado. Mas mesmo o GSi "fechado" já é diversão garantida, completão, com direito ao Teto Solar (quem me conhece sabe o quanto eu gosto desse acessório) é uma grande pedida para quem quer um clássico mais acessível.
O Kadett é comumente encontrado em mal estado e em lojas de periferia, então uma boa procura é fundamental. Da para encontrar um carro em excelente estado na casa dos 8 mil, quem sabe um Sport 1997. Já para os GSi (frente antiga) partimos dos 10 mil em carros que já da pra ir nos encontros sem dar vergonha. Sinceramente, o último conversível que achei à venda estava pra lá de 20 mil. O Kadett é um clássico, muitos não o veem assim, mas ele merece destaque no cenário automotivo.
E as estrelas de hoje são, um modelo GSi conversível de 1992, um Sport 1998 de última série e um SL/E de 1989. E já que é Dia Mundial do Rock, nada mais adequado e que dispensa apresentações. Aquele abraço!
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