quinta-feira, 30 de junho de 2016

Guia do Usado - Vw Golf

Ainda na batida dos hatch médios, carros com vocação esportiva, agilidade, presença nas ruas e um bom espaço interno, damos continuidade à categoria falando de um modelo bem conhecido dos brasileiros. Ele é o irmão viciado em academia do pequeno Gol, meio ovelha desgarrada que não consegue constituir família, já teve sedan e hoje em dia tem uma perua pra acompanhar. Hoje ele é um dos carros-chefe da Volks e com certeza um dos mais evoluídos tecnologicamente. Ele é o Golf!


Lançado no Brasil em 1994, ainda na versão importada, o Golf sempre teve aura de carro top de linha, tanto que na época ele dividia espaço nas lojas com o Pointer, que era um ótimo carro, mas nunca os dois poderiam ser considerados rivais. O Golf era um importado alemão (ou mexicano) que trazia o que havia de mais avançado em tecnologia na época, enquanto o Pointer era um misto de peças Ford-Vw lá dos tempos de Autolatina. As versões da época eram GL, mais simples de motor 1.8, GLX, completa 2.0 e a famosa GTi que dispensa comentários.

Em 1998 foi lançado o Golf Sapão, geração que tivemos junto com a Europa, o carro veio ainda mais poderoso, tecnológico e bonito. Inaugurou inclusive a linha de montagem da Vw no Paraná, onde dividiu plataforma com o Audi A3, outro hatch que fazia o pessoal babar no fim dos anos 1990. O lançamento com o ótimo motor 1.6 SR foi uma tacada de gênio para melhorar as vendas, afinal de contas todo mundo gostava do Golf mas nem todos queriam ou precisavam de um 2.0.


O Golf nacional acabou ficando defasado em relação ao europeu, pelo simples motivo que aqui o carro vendia bem e a matriz resolveu não investir muito. Entre 1998 e 2006 ele foi igual e em 2007 ganhou uma reestilização que levou o modelo até 2014. Somente em 2015 a Vw trouxe a próxima geração que hoje usa motores 1.4 turbo e são verdadeiros mitos entre os automóveis atualmente à venda. Tanto que a versão GTi do Novo Golf é vendida em torno de absurdos 100 mil reais!

O Golf mais popular que temos entre os usados é o tal do Sapão mesmo, motores confiáveis, interior (segundo um amigo meu) pobre demais, e design agradável em todos os modelos. Apenas tome cuidado com o custo do seguro e ainda mais com onde estaciona. O Golf sempre teve fama de carrão e sempre chamou atenção de mais do que apenas boas pessoas. É um carro visado. Tanto o 1.6 quanto o 2.0 foram recebendo melhorias ao longo do tempo e a manutenção é na média de carros mais sofisticados, quer pagar barato compre o Gol mesmo.


Os GTi sempre foram e sempre serão os mais famosos, mas ali perto de 2010, um pouco mais um pouco menos, uma versão muito procurada era a Sportiline. Um bom teto solar e bancos de couro dão aquele ar especial nos carros, se estiverem muito bonitos. Há uma infinidade de Golf por aí que passaram pela mão de gente que gosta de aparecer, seja pelo tamanho da roda ou seja pelas besteiras que comete ao volante. Então a dica certeira na hora de procurar um é quanto mais original melhor!

Se os acima de 2015 não são encontrados por menos de 70 mil, um Golf de 2007 até 2014 ainda é bem valorizado, coisa de mais de 30 mil reais e aqui a procura é grande, pois nessa época ele não vendia tão bem. A geração de 1998 até 2006 é vendida na casa dos 20 mil reais, alguns até mais baratos, mas requerem atenção e outros bem mais caros que requerem exclusão. Se você gosta muito de Golf mas tem o orçamento bem mais limitado, a opção é procurar um 1994 a 1997, que pode ser encontrado por 10 mil em bom estado. Cada um tem seu público, mas todos são Golf!


O ensaio contempla os modelos GTi de 1995 e 2002 e o Sportline de 2010. E no vídeo, um pouco de Korn de um jeito diferente!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Guia do Usado - Ford Focus

Oficialmente eu posso chama-lo de substituto do Escort, o que para quem entende, é uma grande responsabilidade. Hoje começo a falar sobre uma categoria que sempre chamou atenção, apesar de nunca ter sido a queridinha dos brasileiros, que são os Hatch Médios. No passado não se sabia exatamente quem eles eram, pois o Gol quadrado até poderia ser considerado um, mas o Gol bola não. Assim como o próprio Escort, que foi compacto popular e hatch médio ao mesmo tempo entre 1992 e 1996. Enfim, hoje é o dia do Ford Focus.


Lançado no Brasil em 2001, seguindo o exemplo do que o Ka fez em 1997, era futurista pra época. Tanto que se manteve quase inalterado até 2013, tendo nesse período um único facelift em 2009. Sim, houve uma versão sedan, mas o foco aqui é falar do hatch, um carro esportivo por natureza, feito para quem gosta de conforto, motor forte e presença nas ruas. O que difere essa categoria é que eles são tão bem equipados quanto um sedan, mas são mais esportivos e ágeis no trânsito do dia a dia.

No entanto, o Focus teria tido um melhor desempenho no mercado se tivesse chegado um pouco antes. O Golf, conhecido do brasileiro desde 1993/1994, passou a ser produzido no Brasil em nova geração já em 1998, e só perdeu força de mercado quase 10 anos depois. Na mesma época foi lançado o Astra nacional, que também abocanhou ótimas vendas. A Fiat naquele tempo tinha o Brava, que durou pouco e não teve muita expressividade. Em um mercado assim que a Ford trouxe o design, o interior muito bonito, mas não teve conjunto para dominar nada.


Mesmo assim o Focus tem a fama de ser o hatch médio mais equilibrado entre os anos 2001 e 2008. Para nós que priorizamos muito o custo x benefício talvez eu deva chamar a atenção que ele entrega muito por um preço menor do que a concorrência. A manutenção do motor 1.6 é tranquila e Ford no geral é bom de mecânica. Já para os 2.0 os custos crescem proporcionalmente ao prazer de dirigir. Quem quer ter mais cavalos à disposição precisa estar apto a alimenta-los mais.

Entre 2009 e 2013 o Focus recebeu apenas uma atualização em seu desenho, para manter-se em dia com o mercado até a chegada da nova geração. Na essência ele era o mesmo carro de 2001, o que significa dizer que ele é o mesmo bom carro que já era antes. Passou a ser flex entre 2007 e 2008, o que só tem apelo mercadológico, pois eu sou da turma que defende que um carro flex nunca é tão bom quanto um carro só gasolina ou só etanol.


Em 2014 foi lançada sua nova geração, essa mudou bastante, tanto por fora quanto por dentro e mecanicamente. E ainda que a Ford tenha desrespeitado um pouco seus clientes, já em 2015 veio uma versão remodelada. O modelo atual possui um trunfo difícil de bater, os 168cv da versão mais forte são algo pra lá de impressionantes. Mas, ainda que o modelo esteja aí, o foco do guia é sempre nos usados, pois são os carros que podem ser comprados pelos simples mortais. Eu me incluo nisso! A nova versão ainda é cara demais para ser considerada bom negócio entre usados.

E por isso mesmo que sempre fechamos nos preços. Os da série de 2001 a 2004/2005 podem ser encontrados na faixa dos 15 mil reais em excelente estado. Entre 2006 e 2008 a conta sobe para 20 mil, por conta do ano e km mais baixa (quando a km for mais baixa). Levando para os 2009 até 2013, ainda é comum encontrar esses carros na faixa dos 30 mil. Já os da nova geração não custam menos de 45/50 mil. Eu particularmente indico, para quem não se importa com ano/modelo, o modelo 2007/2008. Carro bom, preço bom, e ainda em dia no mercado.


A trilogia das imagens é das versões 2008, 2013 e 2015. Já o vídeo é da paranaense Motorocker!

terça-feira, 14 de junho de 2016

Guia do Antigo - Puma

Para variar e descontrair, hoje é dia de sair do mercado comum e falar um pouco de clássicos e antigos. E nesse caso específico, além de clássico é também uma parte importante da nossa história, uma marca brasileira que começou com o sonho de um piloto de corridas e ganhou ótimas proporções. Ao longo dos anos esse carro passou por algumas eras, a fábrica enfrentou crises e foi se adaptando até o desfecho derradeiro de suas atividades no Brasil. Hoje é o dia do famoso Puma.


Foi no início dos 1960 que o piloto Rino Malzoni criou um belíssimo esportivo com plataforma da extinta DKW. Após a compra daquela marca pela Volks, no final da década a Puma, que já fabricava e vendia seus carros, mudou a plataforma para a do estiloso Karmann-Ghia. O motor de Fusca era o que empurrava o carrinho. Os mais famosos Puma são os do início dos anos 1970 até o fim dos anos 1980. Entre outras denominações estão os conhecidos GT, GTS e GTE. Há ainda o GTB que era produzido sobre plataforma do Opala e levava também a mecânica do Chevrolet.

O Puminha é com certeza o mais clássico, dada a dificuldade de se encontrar os primeiros DKW, muitas pessoas só conhecem os Puma com mecânica e plataforma VW. O desenho é mais harmonioso e um símbolo dos anos 1970, com clara inspiração na Ferrari Dino. A versão conversível, além de charmosa, era uma entre as poucas opções com essa configuração no mercado. Carroceria feita em fibra de vidro, posição de dirigir quase deitado, o pequeno Puma nunca passa despercebido.


Mas nem só de desenho bonitinho e motor de Fusca vivia a Puma, em 1974 foi apresentado o Puma GTB, nas piadas conhecido como Pumão. Era da leva de muscle car nacionais que tivemos naquela década. Não por acaso tinha plataforma e mecânica do bom e velho Opalão. O desenho era mais invocado, com a frente reta e grande e traseira mais curta. O Puma GTB mais famoso é o do início dos anos 1980, já na sua segunda "geração" podemos chamar assim, o primeiro modelo é bem raro de encontrar.

A história da Puma passa por diversas fases e donos diferentes. Desde a mudança de base do início dos anos 1970, passando pela quase falência em 1986, momento em que sua produção foi trazida para Curitiba e o modelo passou por uma reestruturação, até os idos de 1994/1995 quando a marca foi vendida para um grupo sul-africano que opera até hoje produzindo as carcaças para serem montadas ao gosto do dono. É legal lembrar que a Puma fabricava caminhões até 1999.


Falando sobre a fase de produção local, diga-se o período em que a controladora da Puma era a Araucária Motors, nessa fase os conhecidos GT foram trocados por AM. Os modelos conhecidos como AMV mantinham o desenho clássico com umas pitadas de modernidade. Chegou a existir, no final dos anos 1980, modelos com mecânica VW AP. Isso mesmo, são raros, mas garimpando pode-se encontrar Puma AP. Quem conhece esses motores sabe o que isso significa.

Eu lembro como se fosse hoje, mas foi entre 1997 e 1998, um Puma 1980 conversível em estado normal (nem impecável, nem destruído) à venda por 2.800 reais. Depois disso nunca mais. Hoje em dia modelos em fase de restauração custam em torno de 15 mil. Modelos prontos e aptos para uso no dia a dia pode preparar 30 mil reais. Independente do ano e do modelo, Puma virou artigo de colecionador e sua valorização é imensa. Mas é merecedor, pois é um pedaço da história da indústria nacional e um carro digno de exposição.


O Ensaio conta com uma versão Targa do início dos anos 1970, um GTB S2 de 1980 e um AM4 que saia de fábrica com o AP do Santana. E no vídeo um pouco de Genesis! Aquele abraço!

terça-feira, 7 de junho de 2016

Guia do Usado - Toyota Corolla

Se na semana passada falamos do seu principal rival, hoje é a vez de falar de um dos carros mais vendidos do mundo, que não por acaso, é da maior fabricante de automóveis do mundo. Na verdade a Toyota se reveza com a GM na liderança em volume de produção anual, mas mesmo assim é uma das maiores companhias do planeta. O carro de hoje é figura conhecida nossa já há tempos, é um sedan médio, robusto, confiável e que, apesar de mais conservador, tem um desenho muito agradável. Toyota Corolla.


Exatamente como no caso do Civic, o Corolla chegou ao Brasil em meados de 1992, a diferença é que nesse caso já da pra considerar um modelo "comprável". Um sedan bom de tamanho, de desenho tradicional que lembra inclusive alguns americanos da mesma época. Entre 1997 e 1998 houve uma horrenda versão de faróis redondos, da qual é mais fácil achar algumas peruas perdidas por aí, eu particularmente acho bem estranha. Em 1998/99 (mais uma vez como o Civic) a Toyota começou a fabricar no Brasil, o modelo que segue até 2002 é um bom carro, mas discreto até demais.

Em 2003 foi a hora da revolução, ao lançar a nova geração do Corolla, o carro que apareceu era grande, com um desenho imponente e um estilo que até hoje chama atenção nas ruas. Não fosse pela chegada do New Civic em 2007 a Toyota não teria mais perdido terreno, mas essa história foi a da outra semana. A questão é que nos modelos 2003 e acima você estará em um carro realmente superior, um sedan para quem gosta de carro.


Mecanicamente falando, os motores da Toyota tem a mesma fama, ou até melhor, que qualquer japonês. Manutenção em valores justos dada a categoria do carro e confiabilidade que me faz defender que esse tipo de carro raramente dá problema. As primeiras versões à venda no Brasil tinham motor 1.8, de 2003 em diante se acha de 1.6 a 2.0, da pra fazer um paralelo entre 1.0 e 1.6 para carros pequenos, o motor mais fraco é indicado para quem roda mais na cidade.

Entre 2009 e 2010 o Corolla recebeu alguns ajustes no desenho e em 2014 foi lançada uma nova geração (essa que novamente tomou conta do mercado). Aqui eu gostaria de destacar a versão XRS, uma versão com um toque extra de esportividade, o motor é o 2.0 e a carroceria possui vários detalhes estéticos como saias, spoilers e aerofólio. Uma tentativa da marca de dar um ar mais jovem a um carro tão racional e conservador. Mesmo que isso não o deixe nem perto do estilo do Civic, é uma versão bem atraente.


Aqui cabe um trecho dedicado à perua. Como eu disse antes, há uma versão (feia) de 1997 em que já se encontra a station do Corolla, mas não é dessa que eu falo, e sim da Fielder lançada quase em simultâneo com o modelo de 2003. Um excelente Corolla com o diferencial de ser uma perua. Só quem é fã incondicional desse tipo de carro sabe o que isso quer dizer. Uma pena ela ter sido descontinuada na primeira remodelação do modelo em 2010. Talvez porque o mercado dessa categoria não seja mais tão rentável, deixou saudades.

E assim chegamos aos valores. O mais barato que você vai pagar por um bom Corolla a partir de 2003 será em torno de 25 mil, até desconfie de carros muito mais baratos que isso. O que representa um grande vale em comparação aos modelos 1998 até 2002, cujo valor máximo beira os 15 mil. Atenção apenas à quilometragem e a manutenção do câmbio quando automático. Exclua aquela versão 1997, se você ver saia correndo, e antes dela os 1992 até 1996 não custam mais de 10 mil.


O post em imagens: Corolla 2008, Corolla 1995 e Corolla 2002. E no vídeo, Van Morrison! Abraços!