A morte de Nelson Mandela, ex presidente da África do Sul, prêmio Nobel da Paz em 1993, símbolo da luta contra a segregação e o racismo, nos faz refletir sobre o que essas causas têm a ver conosco, que estamos longe e num país onde a vida e as condições são tão diferentes. Mas será mesmo que são tão diferentes? No Brasil não há racismo, preconceito, e principalmente, um conceito que é o foco do Rápidas de hoje, a superioridade?
A homenagem ao homem que fez o mundo todo refletir sobre esses assuntos, precisa também ser ao estilo do Rápidas, e como o foco do blog é economia, hoje o assunto é diferenças sociais e pessoas que se acham superiores às outras. E para encontrar alguém assim não precisa muito, na maioria das vezes basta olhar para o lado. Seja no trânsito, na mesa do restaurante, na sua vizinhança, no trabalho, você sempre verá pessoas que se acham e muitas vezes se sentem melhores que as outras. E qual a razão disso? Qual a motivação para querer parecer melhor que alguém?
Temos duas frentes bem distintas de motivos para que isso aconteça, a primeira delas é base familiar. Pessoas que desde o início de suas vidas foram acostumadas a terem as melhores coisas, a serem tratadas como superiores e serem mimadas como tal. Pessoas assim, ao chegar na fase de faculdade, onde passam a deparar-se com pessoas diferentes, sim, pois até a escola eram todos mais ou menos da mesma classe, sejam pobres ou ricas, enfim, na faculdade começam a se separar em grupos de acordo com suas premissas sociais.
Por mais que em alguns momentos ao longo de 4 ou 5 anos de graduação essas pessoas executem tarefas junto com pessoas de menor renda, é claro como pessoas assim ainda se mantém superiores. E quando vão ao mercado de trabalho, muitas vezes conseguindo oportunidades por influência, já se instalam no novo ambiente se sentindo melhores que os demais. O destino da maioria dessas pessoas é ter uma carreira próspera, nem que seja paga pelo pai, mas no fundo são odiadas por uma maioria que não teve a mesma sorte.
A outra opção para ser odiado no futuro corporativo é nascer pobre, enriquecer, e deixar isso lhe subir à cabeça. Uma pessoas que estudou em escola pública, fez faculdade com bolsa ou desconto, conseguiu uma oportunidade numa grande empresa e se mostrou muito competente, subiu de cargo, passou a ganhar um bom salário. E de repente começou a se mostrar outra pessoa. Esnobe, que prima pela exibição de tudo que pôde comprar com o novo salário, do novo celular ao carro zero. E que ainda, por perceber tamanha arrogância, costuma dizer que está sem dinheiro porque tem muitas dívidas, que paga 2 ou 3 mil reais de cartão de crédito.
Infelizmente essa pessoa também tem tendência a ter amigos de puro interesse, já que ele costuma pagar para ter pessoas por perto, e no fundo muitos falam mal, todo o tempo. Às vezes há um coração, uma personalidade que existia antes do sucesso lhe subir à cabeça, mas poucos conhecem, e em sua maioria, nem mesmo a própria pessoa gosta do que ela era antes.
Mas é claro que há pessoas, ricas ou pobres, que nasceram bem ou que conquistaram algum sucesso depois, pessoas que ainda estão litando pelo seu lugar ao sol, pessoas que já estão em ponto de ajudar outras pessoas, pessoas com as quais fazemos questão de manter amizade, pois essas pessoas são as pessoas de bem. E para a minha satisfação, meus amigos de verdade são essas pessoas.
Se tem algo que aprendi ao longo dos anos é que a sinceridade é uma arma muito poderosa na hora de dizer quem você é. E o que sei é que eu sou sincero, assim como percebe quando não o são comigo. Não sou daqueles que barra pessoas ou vira às costas para alguém que é falso comigo. Vamos ver até onde podem chegar. Mas o que eu sei é que sei onde encontrar as pessoas certas. Sei com quem posso contar.
Sei que o texto não teve tudo a ver com Mandela, mas foi a inspiração, e fica a singela homenagem. Por fim, como de costume, carros velhos e boa música, obrigado!