Essa época de campanha salarial dos bancários é ótima pra abordar esses temas, aliás, quase todo ano eu escrevo algo do gênero, mas o grande diferencial desse ano é que estamos falando do ano que o gigante acordou... e dormiu logo em seguida, além de falarmos da greve de maior duração da história mais recente dessa categoria, que vêm se mostrando, um fiasco.
Greve dos bancos, se pensarmos bem estamos, como sempre, atingindo só o lado fraco. Há pessoas que ainda vão nas agências receber seu salário, sua aposentadoria, sua pensão. Pessoas simples, que pagam suas contas na boca do caixa, que precisam da ajuda pessoal dos atendentes para executar suas pequenas transações, e pessoas que precisam de um atendimento mais pessoal, para conseguir uma boa taxa num empréstimo, ou uma renegociação. Mas a verdade é que esse público diminui ano a ano e a federação nacional dos bancos sabe disso. E não é à toa que esse ano a greve já se arrasta por mais de 20 dias sem nenhuma evolução grandiosa. Hoje é quinta-feira, 10 de outubro, e como eu digo, em economia basta estar atento e observar os sinais, a greve acaba na próxima proposta, que deve atingir, no máximo, 7,5% de reajuste.
Mas será que as grandes questões da greve estão sendo tratadas? Todo ano o sindicato faz uma pauta gigantesca, com milhares de pontos que vão desde, sim, dinheiro, até questões muito subjetivas, como metas abusivas e o assédio moral. Mas convenhamos, é quase impossível mensurar essas coisas, e dentro de uma empresa, com sua infinidade de funcionários, existem muitas pessoas que (por mero puxa-saquismo) são adeptas, gostam e vão defender sempre a conduta de gestores que o sindicato condena. Fora que um sindicato é um órgão que lhe defende de longe e de fora da empresa, não podemos esquecer que o salário quem paga é a empresa, e pronto!
A verdade é que empresas estão preparadas cada vez mais para agir em pról de seus resultados e seus objetivos corporativos, cada vez mais embasadas na velha teoria do, "tem muita gente querendo o seu lugar, então fica quieto e trabalha". Essa é a lei e não podemos mudar tanto assim. E antes que me critiquem por falar dos bancários, enquanto muita gente inveja essa categoria, eu só estou os tomando como exemplo, que mesmo uma categoria organizada e forte não consegue tudo o que quer, imaginem as pessoas comuns que trabalham em farmácias, supermercados, shoppings, que trabalhar às vezes 12 horas por dia, que trocam um domingo pela segunda, justamente pelo prazer das pessoas que querem passear e gastar no fim de semana.
Agora falando em reivindicações, greves e manifestações, não podemos deixar de falar sobre o reflexos das mobilizações que o Brasil sofreu a alguns meses atrás. Infelizmente o povo nas ruas, pacificamente, marchando e fazendo-se ouvir, foi substituído por um bando de vândalos, sem causa nenhuma, que estão ali para fazer bagunça e causar prejuízo, às pessoas e empresas que prestam serviços dos quais eles mesmos dependem. Um ônibus queimado, além de um alto custo, é um veículo a menos para lhe servir. E o pior de tudo isso, é uma Globo que ainda defende o lindo casal de namorados que não fez nada, só ajudou a virar uma viatura da polícia! Vândalo não precisa levar porrada da pm, mas precisa sim ser fichado, processado e responder perante o juiz por esses atos contra a ordem pública e o bem estar dos cidadãos de bem!
Enquanto o povo vai sendo pisado, uns não podendo ser atendidos por um serviço que pagam, outros correndo risco na mão de arruaceiros. Os políticos e mega empresários estão por aí em seus carros blindados, tendo assessores pra fazer tudo por eles, quando não passando de helicópteros e rindo dos otários nos congestionamentos da vida.
Agora um pouco de carros, mas sem sair do tema. Talvez você não saiba, mas a categoria que mais causa impacto quando se mobiliza é a dos metalúrgicos, onde estão inseridos os trabalhadores das montadoras. Por que você acha que eles são tão fortes? Simples, eu já disse isso muitas vezes e em algumas posso até ser mal interpretado, mas é a indústria automotiva que move o mundo. Inclusive para os bancos, que ganham muito com financiamento de automóveis. Você pode até comprar um carro pela internet, mas não pode transferi-lo direto pra sua garagem sem que alguém o tenha fabricado. E não é tão simples encomendar um carro desmontado e monta-lo em casa. Por isso o ensaio da semana trás belos kits, carrocerias de carros clássicos e antigos, vestindo mecânicas e acessórios modernos! Sim, todos os carros das fotos são réplicas. Talvez agora que você saiba você suba na foto e pense, nossa mas da pra ver, que mal feito, mas na rua ninguém sabe! Um Porsche 911, uma Pick Up Ford 1951 e uma Mercedes SL350. São as opções que o mundo automotivo oferece para quem gosta de carros!
E por fim, mas não menos importante, nosso vídeo da semana, que traz apenas mais um clássico do roc n' roll, para abrilhantar esse fim de post, com vocês, um trecho do show de 2011 em Curitiba, que eu fui, do Deep Purple!
Isso é que é um clássico! E digo mais, show de Rock em teatro funciona muito bem. Abraços à todos!
Oi Ney. Realmente, greve é um instrumento ultrapassado de reivindicação. Mas sabe uma coisa que eu sempre penso nessa época de greve dos bancários: qual o impacto dela na inflação? Pode parecer ingenuidade minha, mas uma das consequências da greve é a quantidade de dinheiro em circulação que diminui, pela falta de reposição nos caixas eletrônicos e pelo fechamento das agências. De fato, apenas o pequeno comércio, aquele sem maquinas de cartão de débito ou crédito, saem prejudicados e passam a vender menos, agora, de maneira geral, será que a greve tem impacto na inflação?
ResponderExcluirBeijos,
Larissa
Ótimo ponto Lari! Certamente é de se pensar em impactos de tal maneira. No entanto ainda temos uma ressalva, porque os caixas eletrônicos (por exemplo) não deixam de ser alimentados, uma vez que esse serviço é das empresas de transporte de valores. Na verdade o impacto da greve diminui ainda mais devido às liminares para os bancos funcionarem, os locais de contingência, e os funcionários que conseguem (e querem) trabalhar de qualquer forma. A greve é só um carnaval fora de época na minha opinião!
Excluir