sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O limite da decadência...

"Depois da última noite de chuva, chorando e esperando amanhecer, as coisas aconteciam, com alguma explicação."


10 dias sem juros no cheque especial. Quem nunca ouviu essa frase? A famosa propaganda de um banco que hoje não existe mais, assim como aquela poupança que continua numa boa. O tempo nos prova que a instabilidade é a regra e não a exceção. Os mercados em movimento, a globalização, a evolução da percepção e da desatenção. Ou por que não dizer, da ilusão que se cria a cada dia, seja quem você quiser, menos quem realmente você é. Status, aparência, negligência, é tudo parte de uma nova realidade em que, ou você se deixa infectar, ou você passa a lutar contra, e pelo visto, praticamente sozinho.

Você sabe o que é o cheque especial, ou o limite, como alguns chamam? Esse dinheiro virtual, que nos dá a falsa percepção de que temos mais do que conquistamos, é na verdade a grande jogada criada muitos anos atrás, para ganhar muito dinheiro às custas de uma das grandes características dos pobres mortais, o impulso. Quem não se anima ao ver seu extrato bancário e ao invés do 200 reais que você sabe que é o que lhe resta a certa altura do mês, se depara com seu saldo disponível de 1200, ou às vezes muito mais que isso. Uma mega promoção, só hoje, imperdível, oportunidade única... E pronto, lá está você passando seu cartão de débito e entrando nessa estrada sem volta chamada dívida.

Confesso que eu sempre tentei, e ainda tento, ser engraçado. Fazer piadas, fazer sorrir, fazer alguma palhaçada inclusive, mas com o passar dos anos eu percebi que meu rótulo para a grande maioria era mesmo o de chato, para não dizer arrogante. Quem não fala de dinheiro em algum momento? Quem não entra nesse assunto numa hora de almoço, num papo no trabalho, ou até mesmo no bar? E o que eu vou fazer? Ser contra meus princípios e entrar na onda do financiamento de carro, do empréstimo, do uso do limite? Por isso que eu digo que às vezes eu me sinto lutando sozinho contra um sociedade que não sabe pensar, que não sabe comprar, que não sabe se organizar.

Mas sabe o que me motiva a continuar nessa luta? O que me motiva a toda semana investir alguns minutos da minha vida para divulgar um texto que eu não tenho a mínima ideia de quantos vou atingir? É que ao longo dos anos eu já tive o reconhecimento, não de milhões de acessos, mas dos acessos certos. Saber que você é reconhecido pelo que faz é um dos maiores motivos de orgulho que se pode ter. E por essa lista passam professores, mestres, doutores, diretores e executivos de grandes empresas. Assim como passam alunos que consegui cativar, talvez não pelo bom humor, mas pelo amor que tenho quando falo da economia.


Economia, Carros e Rock N' Roll são coisas que pautam meu comportamento, meu jeito de falar, meus assuntos, a forma que encontrei de dar a minha contribuição à sociedade. E você? Quem é você? O que você faz para colaborar? Sua vida gira em torno dos seus afazeres e prazeres ou você tenta passar uma mensagem? Cada passo que damos na vida é um grau a mais de conhecimento que agregamos, e de nada vai adiantar se não ajudarmos a distribuir uma parte disso. As pessoas não são iguais, na verdade eu ainda digo que a grande maioria continuará sem entender, sem se preocupar com o amanhã, mas você não precisa ser assim.

Não se deixe enganar pelo brilho, pois nem tudo que reluz é ouro. Mais valioso que o cromado que chama atenção é o sorriso sincero da criança que abre os braços quando o pai chega em casa. Mais pacificador do que os vidros fechados e o ar condicionado é o prazer se sentir bem. Muitos nunca vão entender o sentimento de se estar ao volante de um Fusca ou Opala, e alguns até criarão traumas relacionados aos ditos carros velhos. Mas a verdade é que quando se começa a apreciar e entender, quando se começa a sentir as coisas com o coração, se vai muito mais além.

Sei que às vezes o texto sai meio melancólico, ai durante a semana algum amigo sempre vem me perguntar se eu estava deprimido. E algo que eu já escrevi aqui é que a depressão é uma parte importante do processo de criação. O momento, não a situação. Não importa o que está acontecendo fora do raio de 1 metro da tela do meu computador, o que importa é o que se sente ao digitar. Se é depressão ou mero cansaço, não importa, o que importa é colocar mais um texto que eu não sei quantos vão ler, quantos vão entender, quantos vão gostar ou criticar. O que importa é saber que eu estou fazendo algo.


Ensaio da semana com os mesmo carros velhos de sempre, mas o que importa é o que se sente ao volante, não importa o que você dirige, desde que seja com amor. E o vídeo da semana, é só uma banda nacional das muitas que escuto com frequência, e acho que combina com o estilo do post.


E eu quero dedicar esse vídeo a minha família, minha esposa e meu filho amado, que tornam todos os meus dias especiais.

Abraços e muito obrigado!


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