sábado, 8 de setembro de 2012

Palestra de Finanças Pessoais

O post de hoje possui um assunto muito especial, ele é baseado no conteúdo de uma palestra que eu ministro, como voluntário, para adolescentes do terceiro ano do ensino médio. São assuntos de extrema importância, que muita gente que já passou dos 17 anos há algum tempo, talvez não tiveram a oportunidade de pensar desta maneira. Vamos lá então, falar sobre orçamento, investimento, crédito e seguro.
Não dá para resistir, meus clássicos juntos! Gol AP 1988 e Fusca 1500 1974.

Num primeiro momento parecem coisas simples, e eu não discordo dessa visão, pois são assuntos que tratamos com muita frequência aqui no blog, e não deixam de ser a base para uma vida financeira saudável. Aliás, o nome do programa é Finanças Pessoais, criado e difundido pela instituição Junior Achievement, cujo foco é o setor de educação com introdução ao mundo do empreendedorismo. Quem quiser visitar o site e saber mais sobre outros programas, é bastante interessante: www.japr.org.br .

Então vamos começar com orçamento. Conceito básico para qualquer pessoa que começa a ganhar seu próprio dinheiro e tem que tomar decisões baseadas no quanto têm e no quanto custam suas necessidades. Junto com uma independência financeira vem uma série de compromissos. É preciso decidir entre ir ao cinema ou juntar dinheiro para comprar um aparelho de dvd. É preciso decidir entre assumir as parcelas de um carro novo ou cuidar da manutenção do seu carro usado. E nesta é lógico que a primeira alternativa seria o carro novo. Mas lembre-se que junto vêm um custo maior de imposto e revisões, além dos custos básicos comuns a um automóvel de qualquer idade. E repito algo que eu sempre disse, para quem sabe cuidar de um usado eles sempre custam menos. Enfim, orçamento é a capacidade que a pessoa tem de gastar menos do que ganha. É saber decidir com base no quanto eu tenho e nunca com base no quanto eu quero que os outros pensem que eu tenho.

E uma das faces importantes de um orçamento nos leva ao nosso próximo tópico, talvez o mais importante na visão de um economista, que é o investimento. Investir é regra, é lei, é a condição primordial na vida de um cidadão que acha que possui sua independência financeira. O básico, que deveria ser seguido por qualquer um, é que de 15 a 30% da renda mensal de qualquer indivíduo deve ser separada para investimentos. Há alguns anos era inclusive um ótimo negócio, nos tempos de juro alto podia-se ganhar muito dinheiro ao deixar de lado alguns excessos. Hoje em dia a indicação é mais para constituição da reserva de segurança. Já cansei de falar aqui o quanto é importante ter uma poupança, ou seja, um fundo de reserva para situações de emergência. E não preciso justificar dando exemplos do que seriam momentos de crise. Basta usar a imaginação e ser um pouco pessimista para descobrir que é possível precisar. E além do mais, investimento serve para muitas outras coisas. Investimento serve para não pagar juros na hora de trocar de carro, serve para não se endividar, serve para poder aproveitar oportunidades, serve para ter uma vida estável, confortável e segura do ponto de vista financeiro. Investir bem pode fazer com que você pare de trabalhar tanto atrás do dinheiro e passe a ter o dinheiro trabalhando um pouco por você.
Super raridade, Belina 4x4 (inteira) flagrada em Curitiba!

Nosso próximo tópico é o crédito. Muitas vezes eu falei mal dessa ferramenta, que no fim das contas só quer agilizar um pouco a vida de quem não sabe, ou não tem condição de investir direito. A única diferença é que o crédito cobra você, ele lhe ajuda hoje mas irá lhe cobrar com juros num amanhã que chega tão rápido quanto aquela viagem que você parcelou em 36x. Hoje em dia mais ameno, o juro continua sendo o preço de um dinheiro que não é seu. Continua sendo motivo de muitas preocupações na vida de quem não sabe planejar, ou não preveniu uma crise que chegou sem avisar. Lógico que é possível conviver pacificamente com o crédito, todo mundo passa por situações que o querer, aliado a um pouco de ambição, faz com que paguemos pelo direito de "poder" comprar algo que não podemos. E isso nós vemos naquele celular bacana, naquela tv de led, ou até mesmo naquele carro zero. Não há nada de errado nisso, desde que você saiba que o custo de oportunidade de ter aquele bem muito antes do que você achou que poderia comprar, é o risco de não poder pagar num momento inesperado. Fora o aperto que o valor daquela parcela, que parecia tão pequena, pode provocar ao multiplica-la por 72x. Cautela, é a palavra que deveria vir a mente de qualquer um que pensa em crédito como a solução para um problema.

E por fim, fechando os tópicos de nossa palestra, o seguro. O seguro nada mais é do que a união de um grupo muito grande de pessoas, administradas por uma empresa, que pagam um valor que lhes garante a tranquilidade em situações de sinistro. Por ser provável que um incidente não ocorra com todas as pessoas, ao mesmo tempo, a união dos valores pagos por todos é suficiente para arcar com as despesas de alguns. Sempre menosprezei a figura do seguro, mas para quem já teve casa assaltada, carro acidentado ou simplesmente arrombado, hoje em dia não abro mão de pagar algo, que não resolve o trauma, mas ressarce o prejuízo. E hoje em dia a categoria de seguros é tão ampla que um pouco de dinheiro investido pode lhe garantir ao menos um impacto suportável em casos de emergência. Casa, carro, vida, saúde, estar seguro não impede que nenhum mal lhe aconteça, mas lhe permite dormir melhor e acordar mais disposto.
Outra dupla memorável, Uno 97 e Monza 92. Na dúvida, tenha dois carros!

Com isso fechamos os tópicos da palestra e só o que podemos dizer para complementar é que a decisão por ter uma vida mais tranquila, mais segura, mais previsível, está dentro de cada um. O dinheiro foi feito para prover nossas necessidades humanas, e quem as escolhe somos nós mesmos. Eu que decido se ter dois carros é uma necessidade minha. Eu escolho se viajar para outro país é uma necessidade cultural que preciso suprir. Eu que escolho se posso ou não arcar com as despesas de se ter um filho. E acredite, escolho mesmo. Se você quer você planeja e faz! Se você achar que não consegue já é um passo para a derrota.

E fechando o post, mais uma vez, rock para descontrair e a menção ao ensaio, provando que carro é uma arte e a personalidade estampada em cada acessório me diz mais, muito mais, do que qualquer nota fiscal onde o ano/modelo impresso é o vigente.
Mais uma porrada para dizer que a minha é Economia, Carros e Rock N' Roll!!!

Abraços!!!

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