quarta-feira, 18 de abril de 2018

Guia do Usado - Kia Cerato

A categoria de sedans médios foi a mais disputada no Brasil, na primeira década dos anos 2000. Tirando os compactos (tradicionais mais vendidos em virtude do preço), a categoria foi a grande febre por muitos anos, sendo substituída recentemente pelos SUVs. Embora alguns automóveis ainda permaneçam firmes, como o Corolla, por exemplo. Nessa linha, toda marca precisava de um sedan médio entre 2000 e 2010 (e adiante), e o eleito de hoje é o representante coreano, Cerato.


O Cerato existe desde 2003, mas no Brasil ele só chegou em 2006, antes disso era vendido nos EUA e na própria Coreia. Durou apenas três anos em sua primeira geração por aqui, e não pode ser considerado um modelo expressivo no mercado. Tanto que poucas pessoas conhecem essa versão, de desenho discreto, linhas arredondadas e um quê de carro japonês dos anos 1990. Apesar disso, é possível ver alguns por aí, e trata-se de um modelo cujo diferencial principal é conforto.

Já em 2008 (no Brasil em 2009) chegou a segunda geração, essa sim que impulsionaria as vendas no mercado nacional. Com linhas mais retas e agressivas, o Cerato passa a ser visto nas ruas, um sedan com muito mais estilo, adequado às expectativas do brasileiro, que valoriza majoritariamente o design sobre a real qualidade do que compra. Não que todo carro bonito seja de má qualidade, mas a Peugeot é um exemplo de carro que (infelizmente) demanda mais manutenção que o habitual, mas são carros chamativos.


Mesmo não sendo um concorrente em pé de igualdade com Civic e Corolla, não havia quem chegasse perto desses dois, o novo Cerato cumpriu bem o seu papel e foi um dos carros chefe da marca no período de sua segunda geração. Devo destacar ainda o modelo esportivo derivado dele, o Cerato Koup é um cupê duas portas, com pequenas alterações na dianteira, que trás uma autêntica dose de exclusividade aos seus compradores. Belo exemplar que merece atenção!

Passam os anos e os automóveis precisam evoluir, se na minha opinião o Azera de 2008 possui o desenho ideal, o mercado do status discorda disso. A Kia logo soube perceber que o Cerato perdia forças e o atualizou em 2013/2014. Inspirado claramente nas novas plataformas da Hyundai (marca com quem divide os projetos) o novo modelo perde a exclusividade, mas torna-se um sedan padrão nova década. Suas vendas não são tão expressivas como a geração anterior, mas isso deve-se também à mudança de categoria nessa faixa de preço.


Tudo começou com a Ecosport ainda em 2004, e o brasileiro começou a sentir interesse nos "SUVs", mesmo que muitos deles não façam jus à esse nome. Vieram a Tucson e a nova Sportage em 2005/2006 e o boom tomou conta após 2013 com a chegada da Duster. Hoje em dia HR-V e Renegade dominam esse nicho. A própria Kia já vendia a velha Sportage desde 1996/97, no entanto aquela geração ainda era da fase nebulosa das coreanas no Brasil. São de lá histórias como Accent da Hyundai e outras marcas como a Daewoo.

Hoje mesmo estive buscando na internet, achei um Cerato 2006 por R$ 15 mil reais. É uma opção interessante nessa faixa de preço? Talvez, se o carro estiver em ótimo estado, é um automóvel grande e confortável, bom de ano, por um preço bem atrativo. Na segunda geração em torno de R$ 30 mil, aí falamos de um sedan médio de verdade. Finalizando, a terceira geração, pensando já em carros 2016/17, prepare-se para arcar com mais de R$ 60 mil. Na minha opinião o novo já não vale a pena.


Começando pelo modelo pouco conhecido de 2006, passando ao Koup de 2010 e por fim o novo na versão 2015. Por hoje é isso. Abraços!

terça-feira, 3 de abril de 2018

Guia do Usado - Bora e Jetta

No mundo todo, as mais diversas marcas automotivas batizam seus automóveis pelas mais diversas razões, e não raro um mesmo carro pode ter nomes diferentes conforme o país em que é vendido. Um caso clássico é do Fusca, que só oficializou este nome no Brasil no meio dos anos 1980, e nos Estados Unidos sempre se chamou Beetle (de besouro). Pois bem, o carro de hoje é um caso desses, com uma curiosidade a mais, ele foi vendido no Brasil em duas gerações e com dois nomes ao mesmo tempo. Eles são Bora e Jetta.


A história deste sedan, que para muitos pode ser interpretado como uma versão 3 volumes do famoso Golf, começou em 1979 no México. Projetado para o mercado americano, cumpriu o seu dever e faz um relativo sucesso por lá até hoje. Muitos devem se lembrar do filme Velozes e Furiosos em que um dos automóveis da gangue de Toretto era justamente um Jetta da mesma geração do Golf IV, todo personalizado.

No Brasil ele desembarcou em 2001 como Bora, um sedan médio que veio para disputar com o Vectra e os já sucessos Civic e Corolla, em um mercado em que o Santana já não conseguia mais sobreviver em vendas e o Passat queria se destacar como um algo a mais. Com este nome ele ainda foi reestilizado em 2008 e seguiu firme até 2011, mesmo convivendo com o irmão mais novo desde 2006 no nosso mercado. Como eram gerações diferentes, foi justificável a presença de ambos, ainda mais quando o Santana disse adeus no mesmo ano de 2006.


E assim chegou o Jetta, antes mesmo de sua versão equivalente do Golf (se bem analisado a Vw fez uma grande bagunça naquele período), motor 2.5 aspirado, com um visual jovem e agressivo, o novo sedan apelava para a esportividade, ainda que no tamanho e sofisticação não pudesse ser considerado um rival do tradicional Corolla. E o golpe que a Vw sofreu na época foi o lançamento do New Civic, que abocanhou o mercado pelos anos seguintes.

Eis que em 2011, quando chegou a nova versão do Jetta, com motor 2.0 turbo herdado do Passat, a visão do sedan começou a mudar de novo. Dessa vez maior e mais sóbrio, começou aos poucos a garantir um espaço (pequeno, mas seguro) no mercado nacional. Importante destacar, ainda da versão anterior, o modelo Variant, sobrenome tradicional das peruas da Vw, encontrar uma entre 2006 e 2010 pode ser um exercício de paciência, mas que acaba valendo muito a pena.


Hoje em dia apresentado até em uma versão 1.4 turbo, o Jetta é um dos carros-chefe da Vw Brasil para um público de maior poder aquisitivo. Enquanto isso o Bora acabou se confirmando no mercado de usados como aquele importado que inspira admiração e cautela, pois quem os teve quando novos eram pessoas que tradicionalmente não tem tanto cuidado com manutenção e costumam forçar um pouco o pedal do acelerador, tal qual Golf dos anos 2000.

E assim chegamos ao ponto crucial, quanto custa um carro desses? De uma forma geral um Bora pode ser encontrado a partir de R$ 15 mil reais em versão manual e ano 2000/2001. No caso do Jetta, a primeira versão aqui no Brasil parte de R$ 30 mil (2006/2007) e os novos, a partir de 2011, começam em R$ 45 mil. São carros de um nível mais sofisticado, que possuem um status embarcado. Na minha opinião só pecam pelo preço, pois são extremamente prazerosos.


Sei que mal falei dela, mas o ensaio começa com ela mesmo, a Variant 2006. Seguida pelo Bora de 2002 na clássica cor verde e fechando com o Jetta 2012, muito parecido com o atual. Aquele abraço!