quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Guia do Usado - Eclipse

Eu até fiquei em dúvida se definia o veículo de hoje como Usado ou como Sonho, não que isso mude em alguma coisa a minha admiração e reverência ao modelo, mas no fim das contas o seu valor mais "acessível" e alguma ausência no hall da fama dos supercarros me fez avaliado mais de acordo com a visão mercado. É o primeiro Mitsubishi a figurar no Rápidas, e não poderia ser outro, apesar da grande relevância dos jipões Pajero e da icônica L200, o Eclipse é um dos esportivos japoneses de maior expressividade.


Disponível no Brasil desde a abertura das importações, entre 1991 e 1992 já há relatos desses esportivos nas ruas e nas garagens de alguns afortunados, o destaque dessa primeira geração local é o desenho arrojado e o "calombo" no capô para abrigar as particularidades do motor 2.0 com 16 válvulas. Mesma solução foi adotada pela Vw do Brasil ao lançar o Gol GTi 16v em 1995. O Eclipse 1992 divide espaço com o modelo 1995 como o mais popular nas nossas ruas.

A geração de 1995 a 1998 é com certeza a mais famosa em nossas terras, mesmo que a geração pós-2000 tenha vendido razoavelmente bem, o Eclipse clássico é com certeza um GST 1995 vermelho. Outro momento histórico para o modelo foi a sua aparição em Velozes e Furiosos de 2001, o Eclipse tunning verde, que é destruído logo no início da trama, nunca mais saiu da cabeça dos fãs de carro e com certeza inspirou uma geração de personalizações no mundo automotivo.


A geração 2000 é mais sóbria, com seu desenho de linhas retas e afiadas, mais um vez foi para o cinema em +Velozes +Furiosos, ambientado em Miami, era um estilo chamativo demais, mas que cultua fãs pelo mundo afora. Por aqui é um pouco incomum, mas algumas versões do modelo fechado podem ser vistas de vez em quando. Ouve uma paralisação nas importações entre 2003 e 2004, sendo assim o modelo é disponível nos anos 2000, 2001, 2002 e 2005. Fato semelhante ocorre em 1999 quando não houve importação.

Novas gerações foram apresentadas em 2006 e posteriormente 2008/2009 sendo este seu último ano por aqui. Os modelos mais novos remetem um pouco às linhas clássicas do GST 1995, mais arredondadas e anabolizadas, casam bem com o novo motor 3.8. Aliás, o motor 2.0 16v está presente até 1998 quando deu lugar ao 3.0 até 2005. O Eclipse com certeza é um carro para poucos, seja pelo número reduzido disponível no mercado ou seja pela sua manutenção nada amigável.


Por ser um modelo esportivo, os primeiros donos desses bólidos os compraram para pisar no acelerador, e carro novo não dá muita preocupação. Quando um modelo mais interessante era lançado, a maioria ia para as mãos de pessoas menos abastadas que apostavam na desvalorização como vista de oportunidade. Só que nem tudo são flores, um modelo bem usado apresenta problemas antes dos 100 mil km, e essa manutenção não é barata, fazendo com que muitos negligenciem e os usem até os limites e depois repassem aos custos de um futuro comprador.

Esse final trágico é que nos leva a um número bem reduzido de possibilidades encaráveis, a um preço nem tão atrativo assim. R$ 20 mil reais é o que se paga por um GS 1993 em estado "por sua compra e risco". Saltando para R$ 35 mil no clássico GST 1995 e podendo passar dos R$ 50 mil num modelo 2006. Para quem pode bancar, eu não tenho dúvida de que se trata de uma relação custo x exposição bem mais interessante do que qualquer BMW ou Mercedes usada, mas isso vai muito do perfil de quem compra.


E para quem é fã de uma das franquias mais rentáveis da história do cinema, a música deve ser conhecida também. Começando pelo 1995 de Velozes e Furiosos, passando pelo GS 1993 e um modelo 2008 da última fase. Aquele abraço!

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