sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Guia do Antigo - Ford Maverick

Entusiasmo é a palavra que define o momento que escrevo esses textos, a vontade de pinçar algumas informações sobre veículos dos mais diversos me faz querer passar um pouco dessa animação para quem lê. Seja nos guias dos carros ditos "comuns", para auxiliar quem está na procura de um modelinho para o dia a dia, ou seja como hoje, ao tentar descrever um pouco sobre um modelo que nem se encontra no mercado. Eu gostaria de chama-lo de Muscle Car definitivo do mercado brasileiro, ele é o Ford Maverick.


Lançado no Brasil em 1973 (apresentado em 1972 no salão do automóvel) o carro foi um grande impacto no mercado da época. É fato que o Opala já fazia seu sucesso, mas o Maverick era algo bem diferente mesmo que os dois tenham concorrido. Para os americanos o Maverick pode ser considerado até um Pony Car, pois não é tão grande quanto alguns clássicos daquele país, mas aqui no Brasil ele faz parte de um seleto grupo de carrões, com a ilustre companhia de maquinas como o Dodge Charger!

Um curiosidade bem interessante está nos motores do "Maveco". Que uma das versões mais raras do carro é a de motor 6cc em linha, entre 1973 e 1974, isso todo mundo sabe, mas que aquele motor foi desenvolvido pela Willys (marca adquirida pela Ford nos anos 1960) e que equipa as unidades nacionais do Maverick como forma de minimizar os custos da produção do Ford no Brasil, essa não é tão conhecida. O bom e velho V8 302 estava entre as opções desde o lançamento.


Em 1975 a Ford passou a produzir no Brasil um moderno motor 2.3 de 4cc, para alguns não foi bem aceito, mas no fim das contas o motor era mais eficiente que o velho Willys, tanto que o motor made in brazil foi exportado para os EUA afim de equipar modelos americanos da marca. Entre 1975 e 1979 as opções de motor eram este 4cc e o tradicional V8. As versões do lançamento do Maverick eram a Standard, a SL e o clássico GT. As duas primeiras disponíveis com 2 e 4 portas, o GT somente na carroceria cupê.

Entre 1976 e 1977 o Maverick teve algumas alterações no desenho da grade, mas no geral o carro sempre teve o mesmo estilo. É interessante ressaltar que as versões 2 e 4 portas são bem diferentes entre si, sendo o sedan bem maior, com certeza não deixam se ser clássicos e chamam atenção, mas também parecem um pouco desproporcionais. Não é nenhuma crítica ao modelo, mas as linhas do cupê são tão harmoniosas que acabam destoando com as portas adicionais. Se for um clássico nessa configuração, eu prefiro o Opala.


Com certeza hoje em dia a cereja do bolo é encontrar um Maverick GT V8. Raridade em nível máximo, a melhor possibilidade de ter um está condicionada a encontrar um em estágio de restauração e gastar uma fortuna para deixa-lo do jeito que você gostaria. Existe uma versão lançada em 1977, a LDO, que na época tornou-se o top de linha do modelo, também muito bem aceita entre os colecionadores. Por ser um carro que ficou pouco tempo em produção, só vê-lo na rua já é raro.

E justamente esse status que acompanha a imagem, é o que faz disparar a sua cotação. Um modelo 4cc, 4 portas, em péssimo estado, já pode valer em torno de 15 a 20 mil reais. São carros extremamente difíceis de vender nesse estado, mas mesmo assim tem o seu valor. Já veículos em bom estado, com configurações mais simples, sem nenhuma personalização extremas devem se aproximar de 45 mil. Por fim, já vi modelos totalmente preparados, verdadeiros show cars, vendidos por até 100 mil. Isso é clássico, isso é Maverick!


Em fotos, o maioral GT V8, o luxuoso LDO e dois modelos 4 portas. E pra fechar, um pouco de Metallica pra vocês! Aquele abraço!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Guia do Antigo - Omega

Confesso que hoje o texto é especial, poucos carros me enchem tanto os olhos como este modelo, que praticamente dominou o mercado de luxo dos anos 1990. Entre 1970 e 1990 não existiu outro carro com tamanha importância quanto o Chevrolet Opala no mercado nacional. Embora existissem Galaxie, Landau, Maverick, etc, nenhum modelo foi tão efetivo quanto o carro da GM. Não por acaso, ao fim de linha do Grande Carro Brasileiro, a marca precisava de algo para colocar em seu lugar, e o Omega estava lá para isso.


O foco principal do texto é falar do Omega nacional, disponível entre 1992 e 1998, mas é bom citar que hoje em dia a primeira geração do australiano pode ser um excelente negócio quando bem procurada. A diferença entre o Omega e o Opala está principalmente no desenho, já que em muitos casos os dois dividiram inclusive a base de motorização. A curiosidade é que o brasileiro conheceu primeiro a cópia e depois o original. Refiro-me ao Monza reestilizado lançado em 1991, cuja inspiração era o Omega (projeto de 1989 que só chegou ao Brasil 3 anos depois).

Tal qual o seu antecessor, o Omega estava disponível em versões 4 e 6 cilindros, os primeiros com 2.0 e 2.2 litros e os maiores foram lançados com o moderno 3.0 e depois, por uma questão de custo, a GM adaptou o seu 4.1 velho de guerra como topo de linha. No geral não existem versões peladas como os típicos SL da linha Opala (versão que este que vos escreve malha, mas tem um), para o Omega o que difere são automóveis sem Teto Solar, além dos câmbios manual e automático.


Para ficar fácil de associar, normalmente as versões mais fracas do sedan são batizadas de GLS, enquanto que as mais top são as CD. Existe uma versão muito exclusiva de 1994 cujo nome era Diamond, sua cor mais famosa era vinho e além de completa (bancos de couro e teto solar) contava com o excelente motor 3.0 e trazia a figura de um diamante no lugar do nome do carro nos frisos e volante. Com certeza essa é uma das versões mais procuradas e mais clássicas do carrão.

Em 1998, 3 meses depois de encerrada a produção no Brasil, a GM ressucitou o nome em um importado, o Omega Australiano era na realidade uma versão do Holden daquele país. Lançado com um desenho bem diferente e motor 3.8, nesse período ele perdeu um pouco da esportividade em nome da discrição. Entre 2001 e 2002 voltou a mudar, trazendo uma versão mais europeia, proveniente da Opel, mas naquela altura a era do Omega já havia passado.


Não poderia deixar de falar sobre a versão perua do belo carro. A Suprema fazia jus ao nome, sendo que não existia perua mais grandiosa que ela na época, de resto eram os motores e versões do sedan na roupagem station. Um pena ela ter sido tão utilizada como veículo de funerária, querendo ou não acaba sendo difícil não lembrar disso ao ver uma. Um detalhe importante, a primeira que eu andei pertencia a um dono de posto de gasolina, ou seja, prepare o bolso na hora de abastecer um monstro desses.

E falando em bolso, quando se fala em antigo não há uma regra, apenas palpites. Em média, um bom Omega custa menos do que um bom Opala, por uma questão de disponibilidade e raridade. Da pra encontrar bons modelos CD 4.1 1997 e 1998 por menos de 20 mil reais. Cuidado com versões GLS 2.0 à venda por menos de 10 mil, alguns carros com motores 4cc podem ser uma pedida para quem apenas quer ter o modelo, mas são mais difíceis de vender. Mas no geral, o grande carro da década de 1990 sempre será uma excelente opção!


E no ensaio, começamos pelo CD 4.1 de 1998, última série, seguido do Diamond vinho 1994, esse no 3.0 e por fim um Australiano 1999 com motor 3.8!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Guia do Usado - Ford Fiesta

Na ansiedade em falar dos carros que já tive, depois me empolgando para modelos que sempre gostei, acabei esquecendo por um momento de um popular que já está no mercado há pelo menos duas décadas. Um modelinho da Ford que tem muita história, está entre os mais vendidos da marca pelo mundo todo e é uma excelente opção para quem procura um bom carro para chamar de seu. Hoje em dia já não pode ser considerado tão popular, mas o nosso foco começa um pouco antes. Hoje é dia de Fiesta.


Trazido ao Brasil em meados de 1993/1994, a geração que chegou por aqui era fraca, fraca no desenho e na proposta, o nosso Escort Hobby era mais bonito. Muitos só conhecem o Fiesta de 1996 em diante, aí sim um belo carro, com o padrão da época, bons equipamentos e excelentes opções 1.3 e 1.4 de motorização. O problema dele era estar num mercado dominado pelo imbatível Gol bola, Corsa e Palio de primeira geração. Mas ainda assim se manteve na disputa, tanto que em 2000 ganhou um novo farol, mais agressivo e a versão sedan em seguida.

Já num momento de Gol G3, Novo Corsa e Palio remodelado, a Ford faz do Fiesta um mini-Focus em 2003! Para os puristas o carro perdeu um pouco do prazer de dirigir, mas como o mercado não entende muito disso, o Fiesta virou um sucesso. Entre 2003 e 2007 foi bem, em 2008/2009 a Ford estragou um pouco o carro com um farol feio e só se recuperou em 2011 com uma frente bem mais harmoniosa. Tanto que essa versão seguiu até o lançamento do Novo Ka (modelo que matou o Fiesta de entrada, deixando apenas o superior New Fiesta na parada).


O ponto alto dos fiestinhas de 1996 até 1999 são as versões completinhas com motor 1.3 e 1.4 que da pra encontrar barato e em bom estado. Para quem precisa de um carro simples para o dia a dia, essa opção traz o conforto que não se acha em outros carros da época. Já para as versões 2000 em diante, já está disponível o motor 1.6, um canhão que faz o pequeno Ford ficar bem divertido. As opções 1.0 são sempre presente e muito viáveis. Por se tratar de um carro de entrada, até mesmo versões básicas e duas portas podem ser bom negócio.

Chegando em 2002/2003, passamos a contar com um novo carro, somente na versão de 4 portas, bons equipamentos e um conceito adotado pela Ford que colocava o Ka na posição de popular enquanto o irmão maior ganhava status. Esse modelo é muito bem aceito e não sofreu mudanças drásticas até o lançamento do New, embora eu ache o modelo 2009 a 2011 feio, é uma opção para quem procura um popular. Nessa época se oficializou o sedan que seguiu até o lançamento do Ka+.


Da fase mais abrangente do Fiesta, os motores 1.0 e 1.6 podem ser considerados confiáveis em todos os níveis, cuidado apenas com a versão Supercharger (um equivalente aos Gol e Parati 1.0 Turbo) pois esses motores de potência elevada costumam quebrar com mais facilidade. Como estão fora do mercado a mais de 10 anos eu não recomendaria a compra de um, até porque geralmente foram usados por pessoas que gostavam de acelerar e podem ter forçado a barra.

E assim chegamos aos 25 mil reais pagos por um modelo 2014 completo, passando pelos 15 a 17 mil pagos numa versão 2006 em bom estado e chegando aos 10 mil que se paga num modelo Street de 2000 a 2002. Os modelos 1996 a 1999 valem em torno de 7 mil reais e o último 1995 que eu achei à venda (praticamente em estado de 0km) estava sendo vendido à 5 mil. São muitas opções no mercado de usados, uma boa procura que considere pelos menos uns 4 a 5 carros é necessária. Carro honesto e justo para o dia a dia!


Como eu não sou qualquer um, eu curto mais o Fiestinha Street lá de 2000, na sequencia temos um sedan 2005 e por fim um 2012 do último modelo antes do lançamento do New. O popular ficou por ali. E pra fechar um pouco de Grand Funk Railroad!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Guia do Usado - Renault Duster

Quase 10 anos depois da Ford revolucionar o mercado de SUVs compactos, a Renault lança mão de mais um produto da bem aceita plataforma Dacia, e mostra que há espaço para muita gente. Em um mercado que faz parte dos sonhos de muitos consumidores, é importante ter opções para todos os gostos e bolsos. Um desenho um pouco mais imponente, ainda assim com os traços típicos de um Renault, primeiro veio o jipinho e na sequência a versão pick up faz história. Vamos de Duster!


Eu lembro a primeira vez que vi um Duster na rua, foi em 2010, antes do lançamento oficial do carro. Como eu moro em Curitiba e a fábrica da Renault fica aqui perto, é comum vermos modelos em fase de adaptação por aqui, assim como acontece em Betim, com a Fiat. Oficialmente o jipinho da Renault está disponível ano/modelo 2012 no mercado. A tática era simples e certeira, brigar com o Ecosport, e assim se faz até hoje. Lembro bem de uma versão de entrada, com para-choques de plástico, rodas de ferro e pintura branca, só não sei para quem eles venderam aquilo.

Como já tratado por aqui, sabemos que Sandero e Logan são produtos vendidos na Europa pela variante romena da Renault, que se chama Dacia. Aqui no Brasil a plataforma faz um relativo sucesso desde que foi lançada em meados de 2008. E adivinhe só, o Duster nada mais é do que um Sandero que se transformou em Jipe. E não posso dizer que isso é mal negócio, pois o ótimo espaço interno, a altura (maior ainda), a boa dirigibilidade, entre outros, estão todos lá. Tudo bem que eu sempre fui fã de Renault e isso pode soar meio parcial, mas é o que eu acho.


Tive a oportunidade de dirigir um Duster, versão Dakar 2016, modelo top de linha com motor 1.6, em uma recente viagem à Bahia. Lógico que para quem está acostumado a dirigir carros simples e mais antigos, minha reação não poderia ser diferente, achei o carro fantástico. Pontos para o acerto de suspensão, motor bem calibrado (embora não estivesse amaciado), acabamento interno bem trabalhado e o piloto automático era um show à parte. Numa viagem média ele faria muita diferença.

O modelo, esteticamente falando, não teve mudanças de grande impacto desde o lançamento, apenas algumas adições de equipamentos foram efetuadas ao longo dos anos. É um modelo muito recente, são apenas 5 anos de mercado, só o que sabemos é que os motores 1.6 e 2.0 são velhos conhecidos que já passaram por Scenic, Megane, Fluence e até mesmo no bom e velho Clio. Eu só recomendaria atenção para motores com mais de 100.000 km, a essa altura o carro já vai exigir manutenção mais apurada e da pra achar com bem menos.


Talvez um dia eu venha a escrever sobre ela, mas o que a Renault não conseguiu com a Duster parece ter feito com a Oroch, uma inédita pick up derivada de SUV, com tamanho intermediário entre uma Fiat Strada e uma Ford Ranger. Numa disputa de meses pelo lançamento, já ganhou a companhia da Fiat Toro, na recém inaugurada categoria, mas dizem por aí que as duas não são tão parecidas assim. O fato é que a pick up da Renault é uma variação muito bem aceita do jipinho e o mercado agradece.

Vamos esquecer aquela versão básica que eu nunca vi no mercado de usados e vamos falar que uma Duster 2012 pode sim ser encontrada por 40 mil reais (em alguma louca promoção) numa versão completa como tem que ser. As mais novas vão subindo até os seus 60 ou 65 mil, quase preço de 0km. A Oroch mais barata que achei foi 55 mil, mas como ela foi lançada em 2016, é praticamente um 0 emplacado. Se você é o comprador da Ecosport acima de 2013, vale a pena dar uma olhada nesse modelo.


No ensaio, a "minha" Dakar 2016 na orla de Porto Seguro, uma Oroch 2016 e consegui achar uma foto da básica 2012. E sobre o vídeo, só o que da pra falar é que esse cara é um dos guitarristas mais fodas da história! Joe Satriani. E no mais, aquele abraço e muito obrigado!