quinta-feira, 28 de julho de 2016

Guia do Usado - EcoSport

Esse eu assumo que sou fã desde o lançamento e estou sempre sondando. Tudo bem, algumas versões e anos nem são muito caras, mas quem me conhece sabe que eu dependo de vários fatores para decidir comprar um carro. Enfim, esse automóvel é um marco na história da Ford e do mercado brasileiro, pois ele praticamente popularizou (para não dizer criou) a categoria dos jipinhos urbanos. Antes as pessoas compravam off roads e andavam nas cidades, agora elas compram carros feitos para cidade que podem usar num terreno ruim de vez em quando. Esse é o mundo da Ecosport.


Quando eu digo que a Eco praticamente lançou uma categoria nova é porque antes de 2004 o que mais se aproximava de jipinho urbano eram os Suzuki Vitara e Samurai, além de alguns Daihatsu que nunca vemos, e os Pajerinhos. Mas esses carros são Jipes pequenos, enquanto que a Ecosport é basicamente um Fiesta com outra roupagem e suspensão reforçada. E não pense que isso é demérito, pois a Ford sentiu que as pessoas queriam andar de Jipe mas não saiam do asfalto, então a sacada fez um imenso sentido.

Sendo assim, o jipinho já começou muito bem, fez um tremendo sucesso e hoje em dia as primeiras versões ainda possuem um bom valor. Algum tempo depois da Eco, a VW lançou o CrossFox, que não é nenhuma revolução mas disputava compradores, assim como a Fiat já dispunha da sua bem aceita linha Adventure. Mas foi só quase 10 anos depois que a Eco, já na sua segunda geração, recebeu um concorrente de verdade no mercado, que é a Renault Duster, mas essa história é outra.


Uma remodelação básica de frente e traseira foi feita em 2008 para deixar o modelo mais atual, mas não foi nada radical. Em compensação em 2013 o modelo recebeu uma nova geração, aí as mudanças foram profundas tanto no design quanto no interior, uma pitada de pick ups da Ford americana fez com que o modelo começasse a brigar com outros de categorias maiores. Hoje em dia não está radicalmente diferente do lançado a três anos atrás, então os dessa época chamam atenção como novos.

Vamos falar um pouco sobre as versões e acessórios que devem ser procurados ou evitados. Primeiramente, nem todos sabem, mas houve uma versão com motor 1.0 disponível lá no início, versão que obviamente não era boa e por isso sumiu. Mas atenção, algumas delas ainda estão por aí e é preciso ter cuidado. Outra coisa que eu acho absurdo, a Ford lançou versões básicas sem vidros elétricos e sem ar condicionado, eu particularmente evitaria direto e quem me acompanha sabe os motivos.


Ainda nas versões, tanto as 1.6 como as 2.0 são bem vistas, cada uma com seus adicionais, seja de economia ou seja de potência. As versões 4x4 chamam atenção, são um diferencial, mas tendem a exigir um cuidado adicional com a manutenção. O mesmo vale para as versões automáticas, são válidas e até bem vistas no mercado de novos, mas um usado automático é sempre um mistério quando o assunto é peça e estado real de uso. Na dúvida, se você é rico compre uma nova, se for orçamento limitado escolha uma boa XLT completa 1.6 4x2 mesmo.

E assim chegamos aos preços, partindo de 20 mil reais, sim apenas 20 mil reais já da para encontrar um modelo 2004, mas atenção, nesse valor é preciso caçar muito para não cair num carro mal cuidado e com alta km. Os modelos até 2007 não costumam passar muito de 25 mil. Na casa dos 30 a 35 mil você vai encontrar ótimos modelos com a reestilização de 2008 a 2012, sempre nas versões completas. E a última acima de 2013 parte dos 40 mil. Escolha quanto quer gastar e seja feliz!


Os destaques do ensaio são das versões XLT de 2004, uma Freestyle de 2010 e uma 2013 já da segunda geração. E no vídeo, uma das minhas versões preferidas de Emmerson Nogueira.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Guia do Usado - Fiat Stilo

A publicação de hoje é para fechar a série de hatch médios, e ainda que eu não tenha abordado alguns automóveis, creio ter citado os mais importantes. Mas antes então vamos lembrar aqueles que não serão, pelo menos nesse momento, tratados aqui. Deixei de fora basicamente dois modelos que costumam ser vistos com alguma frequência nas ruas, são eles o Peugeot 307 e o Citroen C4. Os motivos não é o foco explicar, então apenas fica registrado. Mas hoje o dia é do Fiat Stilo.


O Stilo pode ser considerado o modelo médio/grande de maior sucesso da Fiat desde sua chegada ao Brasil. A marca italiana sempre fez bons carros pequenos e populares, mas se o passado serve de exemplo, a história nos conta que Tempra, Tipo, Marea, Brava e mais recentemente, Bravo e Linea, não são dos mais procurados. Já o hatch lançado em 2003 e descontinuado em 2011 fez um relativo sucesso e hoje é um dos mais procurados no mercado de usados por quem quer um carro de presença e status.

Ao longo dos seus menos 10 anos de produção, o carro que substituiu o pouco significativo Brava, teve apenas uma mudança sutil de grade, para-choques e lanternas lá por 2008. Para os menos atenciosos, assim como a grande maioria dos facelifts, são quase imperceptíveis. A Fiat sempre teve fama de colocar alguns acessórios que chamam bastante atenção, e com o Stilo não foi diferente, foi ele que teve a missão de estrear no mercado o famoso teto solar Sky Window. Digamos que ele faz o teto solar comum parecer um furinho na lataria dos pobres mortais.


A história do Stilo, apesar de curta em comparação com outros carros tratados aqui, é recheada de versões apimentadas, como a Michael Schumacher, Black Motion e uma das mais comuns (por ser uma das preferidas) a Sporting. Como sempre friso por aqui, carros de categoria superior precisam necessariamente ser completos, então nem chegue perto de versões sem ar condicionado. As mais básicas (mais baratas) de 2004 e 2005 até podem vir sem as rodas de liga leve.

Ao meu ver o problema do Stilo é apenas o estigma de carro caro da Fiat, mesmo que ele seja superior em qualidade se comparado aos seus irmãos citados aqui, ele ainda assim carrega o peso da marca. Ou seja, normalmente um Stilo é mais desvalorizado do que um Golf ou Astra de mesmo ano. O que também pode ser um bom negócio, visto que a pequena parcela da dificuldade de revenda pode lhe trazer um carro em ótimo estado a um preço bem interessante.


Eu diria que os primeiros modelos, de 2004 a 2007, são carros mais sóbrios que podem servir bem à pessoas que buscam um pouco mais de classe, conforto e sofisticação mais voltados para o interior. Já se o seu negócio é chamar atenção, opte por um Sporting 2008 e acima, preferencialmente nas cores vermelho ou amarelo. Alguém vai dar risada quando ler isso, mas acredito que irá concordar que o carro se destaca no meio da multidão.

Já encontrei modelos 2004 a partir de 12 ou 13 mil. Penso que um bom carro, sem exageros, mas em dia, deve custar em torno de 15 a 16 mil. Nos modelos 2008 pra cima, dependendo da versão, vão custar na casa de 20 a 22 mil reais. Já os modelos mais novos e mais sofisticados ainda vai se pagar até perto dos 30 mil. Hoje o Stilo é um dos carros mais acessíveis desse mercado de hatchs, e não por isso é uma opção que se deva ir com pé atrás. É um belo carro e o nível de confiabilidade é extremamente aceitável.


Destacando então os modelos Sporting 2009, 1.8 de 2004 e um última série de 2011. Abraços!

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Guia do Antigo - Kadett

Não chego a fugir muito da categoria que venho falando nas últimas semanas, esse carro certamente pertence a ela, só faz parte da geração anterior. Nos anos 1990 ele era um inegável sucesso e símbolo de status, mas ainda assim guardamos ressalvas com relação aos famosos hatch médios, pois ele certamente concorria com o Gol Quadrado e o Escort Europeu, mas não chegava a fazer sombra em presença para o Golf importado. Eram outros tempos, mas a emoção era a mesma. Com vocês, o Kadett!


Lançado no Brasil em 1988/89, oriundo da Opel alemã, o hatch era uma alternativa menor ao Monza, uma vez que a versão compacta deste havia sido descontinuada, e também uma opção mais tecnológica e moderna ao velho Chevette. Aliás, o Chevette nacional nada mais é do que o Kadett alemão dos anos 1970. Ou seja, a GM poderia ter lançado o "novo chevette", mas como aqui a indústria gosta de recauchutar e deixar em produção, eles lançaram mais um carro. Teve uma reestilização em 1996, aqueles retoques na frente e traseira para dar um ânimo no mercado.

O Kadett veio acompanhado de uma das peruas que eu considero entre as melhores daquela década, a Ipanema era maior e melhor do que as rivais em muitos aspectos. Da Parati ela ganhava porque tinha 4 portas e da Elba porque era bonita. Lógico que a perua da Volks não perdeu seu trono, mas teve que conviver com uma pedra bem preparada no sapato. O problema da Ipanema é que, por motivos que só o mercado sabe, ela não virou clássica. Hoje em dia além de ser difícil acha-la, normalmente estão em péssimo estado.


Já para o lado do Kadett a coisa foi diferente, cheio de boas versões, até mesmo as básicas podem servir como ótimo tapa buracos. Digo dessa forma porque o Kadett não é nenhum carro de colecionador, mas quem tem um pode colecionar grandes histórias de prazer ao dirigir. Partindo então das SL, normalmente peladas, passando pelas SL/E, entre muitas outras, da pra encontrar carros com painel digital, ar condicionado, vidros, travas e direção. Sempre com motores fortes, só se acha no 1.8 ou 2.0. Com muito destaque para o MPFi de 1996 em diante.

Ele foi produzido até 1998, quando então deu lugar ao Astra nacional, mas o Kadett tem um estilo inconfundível. Somente 2 portas em toda a sua história, era um carro destinado ao espírito esportivo, e por ser pequeno e ágil, era um carro à mão e para quem gosta de pisar no acelerador. Por dentro, todo o conforto e sofisticação do Monza, o todo poderoso da época. Manutenção fica tudo sob controle, famosos por não dar problema, os GM só precisam ser comprados com cuidado, mas estando em bom estado não há com o que se preocupar.


Houve sim uma versão Sport de final de linha, mas o Kadett que merece mesmo destaque é o famoso GSi, como já disse aqui ele é o equivalente ao GTi e ao XR3, só que eu o considero mais equilibrado e mais confortável. A versão conversível, essa sim, clássico dos clássicos, não tem preço hoje no mercado. Mas mesmo o GSi "fechado" já é diversão garantida, completão, com direito ao Teto Solar (quem me conhece sabe o quanto eu gosto desse acessório) é uma grande pedida para quem quer um clássico mais acessível.

O Kadett é comumente encontrado em mal estado e em lojas de periferia, então uma boa procura é fundamental. Da para encontrar um carro em excelente estado na casa dos 8 mil, quem sabe um Sport 1997. Já para os GSi (frente antiga) partimos dos 10 mil em carros que já da pra ir nos encontros sem dar vergonha. Sinceramente, o último conversível que achei à venda estava pra lá de 20 mil. O Kadett é um clássico, muitos não o veem assim, mas ele merece destaque no cenário automotivo.


E as estrelas de hoje são, um modelo GSi conversível de 1992, um Sport 1998 de última série e um SL/E de 1989. E já que é Dia Mundial do Rock, nada mais adequado e que dispensa apresentações. Aquele abraço!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Guia do Usado - GM Astra

O hatch de hoje, por sua vez, foi substituto de outro clássico nacional dos anos 1990, ele é o herdeiro do trono do Kadett. Já estamos há duas semanas falando dos hatch médios do mercado de usados, lembrando que a diferenciação foi ficando evidente mais pro final da década de 1990, pois até então os hatch e populares eram muito parecidos. O Tipo tinha quase o mesmo tamanho de um Gol quadrado, o Escort, embora fosse um bom carro, não podia ser comparado a um Golf. E o de hoje é uma estrela da GM, é o Astra!


Pouca gente sabe ou lembra, mas o Astra conviveu com o Kadett, sendo inclusive a alternativa de 4 portas a ele. Entre 1994 e 1997 ele foi importado da Europa e trouxe ainda a sua versão SW. Hoje em dia uma verdadeira raridade, mas também um mico, a perua era um misto de Ipanema no tamanho e Vectra de primeira geração no desenho. Aliás, o primeiro Astra era bem na linha do Vectra vendido aqui entre 1993 e 1996. Era um hatch com motor 2.0, muito conforto e todos os acessórios de um bom carro. Vendeu pouco e hoje em dia quase ninguém se lembra dele.

Feita essa primeira introdução, vamos nos lembrar do Astra nacional, lançado em 1998, junto com o Golf estava inaugurando um novo e moderno mercado. Antes desses dois os hatchs eram apenas carros pequenos com motores grandes e bons equipamentos. Acompanhado do sedan, o Astra alcançou um ótimo número de vendas e fãs nessa sua primeira geração brasileira. Na realidade o Astra sempre foi o mesmo no Brasil, só teve um facelift em 2003 e seguiu firme até sua despedida. Uma curiosidade é que entre 1998 e 2002 o Astra hatch só pode ser encontrado com 2 portas.


Em 2003 a GM deu uma repaginada no visual do Astra e lançou a versão com 4 portas para o hatch, que mesmo assim ainda estava disponível só com duas, mas essa versão se limitou às básicas. Uma falha, ao meu ver, no projeto do carro para o mercado, era a disponibilização de versões simples, sem ar condicionado, com o motor 1.8. Um carro desse nível não deve ficar devendo esses acessórios e certamente quem optou por essa versão amarga uma desvalorização razoável e certa dificuldade na revenda.

O Astra se despediu do mercado sem a chance de termos as versões mais novas da Europa. Em 2012 a GM decidiu finalizar suas vendas por aqui, já que o Vectra GT já havia abocanhado boa parte delas e o substituto da linha, o Cruze, também vinha com um hatch para brigar com os agora modernos Golf e Focus. Outra curiosidade é que o Vectra 2006 é a nacionalização do Astra europeu. Ou seja, o Vectra GT que tomou o lugar nas garagens de gente que gostava de Astra, era na verdade, o Astra!


Aqui é interessante destacar três versões famosas dos Astra que tivemos por aqui, primeiramente a Sport, que vinha com discretos adesivos e era a versão mais top do primeiro nacional, depois a versão GSi, os carros da Chevrolet com essa terminação são os equivalentes aos GTi da Volks, são esportivos um pouco além das aparências. Por fim a GM resolveu fazer uso de letras ainda mais poderosas, existem versões SS do Astra, mas nesse caso não é nada significativo como os Opala ou para os mais novos o Camaro. O Teto Solar é indispensável se o Astra for de uma dessas castas.

Enfim, hoje em dia mesmo os Astra mais novos não passam muito dos 30 ou 35 mil reais, e talvez nem valha tanto a pena comprar esses modelos acima de 2010, pois os carros não possuem nenhum atrativo perante os mais velhos. Um bom Astra entre 2003 e 2008 vai sair na faixa dos 25 mil. Um modelo entre 1998 e 2002 pode ser encontrado na casa dos 15 mil em estado aceitável. Já os primeiros não passam dos 8 mil. Para esse último público o próprio Kadett é mais indicado. Não embarque em carros baratos demais, pois certamente eles terão algo a esconder.


O ensaio dessa edição ficou a cargo do Astra modelo GSi de 2005, uma Perua 1995 e um Sport ano 2000. E no vídeo vai uma clássica do miolo dos anos 1990. Aquele abraço e muito obrigado!