terça-feira, 14 de junho de 2016

Guia do Antigo - Puma

Para variar e descontrair, hoje é dia de sair do mercado comum e falar um pouco de clássicos e antigos. E nesse caso específico, além de clássico é também uma parte importante da nossa história, uma marca brasileira que começou com o sonho de um piloto de corridas e ganhou ótimas proporções. Ao longo dos anos esse carro passou por algumas eras, a fábrica enfrentou crises e foi se adaptando até o desfecho derradeiro de suas atividades no Brasil. Hoje é o dia do famoso Puma.


Foi no início dos 1960 que o piloto Rino Malzoni criou um belíssimo esportivo com plataforma da extinta DKW. Após a compra daquela marca pela Volks, no final da década a Puma, que já fabricava e vendia seus carros, mudou a plataforma para a do estiloso Karmann-Ghia. O motor de Fusca era o que empurrava o carrinho. Os mais famosos Puma são os do início dos anos 1970 até o fim dos anos 1980. Entre outras denominações estão os conhecidos GT, GTS e GTE. Há ainda o GTB que era produzido sobre plataforma do Opala e levava também a mecânica do Chevrolet.

O Puminha é com certeza o mais clássico, dada a dificuldade de se encontrar os primeiros DKW, muitas pessoas só conhecem os Puma com mecânica e plataforma VW. O desenho é mais harmonioso e um símbolo dos anos 1970, com clara inspiração na Ferrari Dino. A versão conversível, além de charmosa, era uma entre as poucas opções com essa configuração no mercado. Carroceria feita em fibra de vidro, posição de dirigir quase deitado, o pequeno Puma nunca passa despercebido.


Mas nem só de desenho bonitinho e motor de Fusca vivia a Puma, em 1974 foi apresentado o Puma GTB, nas piadas conhecido como Pumão. Era da leva de muscle car nacionais que tivemos naquela década. Não por acaso tinha plataforma e mecânica do bom e velho Opalão. O desenho era mais invocado, com a frente reta e grande e traseira mais curta. O Puma GTB mais famoso é o do início dos anos 1980, já na sua segunda "geração" podemos chamar assim, o primeiro modelo é bem raro de encontrar.

A história da Puma passa por diversas fases e donos diferentes. Desde a mudança de base do início dos anos 1970, passando pela quase falência em 1986, momento em que sua produção foi trazida para Curitiba e o modelo passou por uma reestruturação, até os idos de 1994/1995 quando a marca foi vendida para um grupo sul-africano que opera até hoje produzindo as carcaças para serem montadas ao gosto do dono. É legal lembrar que a Puma fabricava caminhões até 1999.


Falando sobre a fase de produção local, diga-se o período em que a controladora da Puma era a Araucária Motors, nessa fase os conhecidos GT foram trocados por AM. Os modelos conhecidos como AMV mantinham o desenho clássico com umas pitadas de modernidade. Chegou a existir, no final dos anos 1980, modelos com mecânica VW AP. Isso mesmo, são raros, mas garimpando pode-se encontrar Puma AP. Quem conhece esses motores sabe o que isso significa.

Eu lembro como se fosse hoje, mas foi entre 1997 e 1998, um Puma 1980 conversível em estado normal (nem impecável, nem destruído) à venda por 2.800 reais. Depois disso nunca mais. Hoje em dia modelos em fase de restauração custam em torno de 15 mil. Modelos prontos e aptos para uso no dia a dia pode preparar 30 mil reais. Independente do ano e do modelo, Puma virou artigo de colecionador e sua valorização é imensa. Mas é merecedor, pois é um pedaço da história da indústria nacional e um carro digno de exposição.


O Ensaio conta com uma versão Targa do início dos anos 1970, um GTB S2 de 1980 e um AM4 que saia de fábrica com o AP do Santana. E no vídeo um pouco de Genesis! Aquele abraço!

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