sábado, 19 de janeiro de 2013

E vamos falar de juros, de novo!

Diz a lenda que nas reuniões do copom, o comitê de política monetária, os seus membros se juntam, pedem uma pizza, batem um papo sobre economia, carros, rock n' roll; e sim, no final eles definem a taxa de juros básica da economia. E foi assim que eles fizeram na última semana, deixando a taxa selic nos mesmo 7,25% ao ano que estava. E é para falar sobre esse interessante mecanismo de regulagem da política econômica que estamos aqui hoje.


Ouve-se muito falar nos juros, estamos sempre cercado de notícias sobre eles. Atualmente é a taxa baixa, estímulo ao consumo, a poupança (que mesmo rendendo menos está muito popular), o investimento estrangeiro que já não está tão em alta. Mas quem puxar um pouquinho pela memória vai lembra que a coisa de 10 anos atrás a mesma taxa de juros era de cerca de 18, 19%; e o que se falava era em crédito caro, a poupança não era tão bom negócio e o Brasil era alvo de muita especulação vinda de fora. Ganhava-se mais com o dinheiro parado naquela época. Hoje em dia o ato de investir tornou-se uma aventura um pouco mais e o métodos antes conhecidos viraram meras ferramentas de poupar.

As teorias sobre juros são amplas e podem nos explicar de forma simples esses movimentos políticos. Qual a intenção de um juro baixo? Com uma taxa de juros menor, o crédito fica mais barato, ou seja, paga-se menos para tomar dinheiro emprestado e para financiar bens. Uma das modalidades de crédito que mais cresceu ao longo dos anos foi a de crédito consignado, os mais velhos vão lembrar quando deixavam seu carro numa loja para vender e essa loja lhe cobrava uma comissão sobre a venda, pois bem, não tem nada a ver com isso. O crédito consignado é um contrato entre o banco e a empresa na qual a pessoa trabalha, a pessoa toma o dinheiro emprestado e as parcelas são descontadas automaticamente na sua folha de pagamento. E com a taxa de juros atual esse tipo de empréstimo é um dos mais baratos.


Outra vertente do juro baixo é no que diz respeito a financiamentos; financiar um carro está mais barato, por isso o mercado de 0km está tão aquecido que os donos de usado e semi-novos sofrem com a desvalorização na hora da troca. Um detalhe que talvez você não se lembre, uma vez colocada a placa, o seu automóvel vira um semi-novo. Tente vender um carro 2013, com 5 mil km,  na mesma loja que você comprou, três meses depois. É um carro velho! Não interessa, quem ganha dinheiro com isso é a montadora. Os lojistas são ganham no spread, eles compram seu carro por 30% menos do que vão tentar vender, e você sair feliz de zero km e dívida renovada. Que deixar claro que não estou fazendo minha tradicional apologia ao carro velho, é só um constatação da realidade.

O juro baixo tem ainda o seu conhecido efeito colateral que nós chamamos de inflação. Que é muito simples de entender, se o crédito está mais fácil as pessoas contraem mais dívidas que fazem para comprar carro, reformar casa, viajar, etc. O resultado disso é o aumento da... demanda. Aumento da demanda em uma industria que não a supre, ou que só se aproveita da situação, tem como resultado uma diminuição da... oferta. Por fim, aumento de preços de produtos da cesta básica. As pessoas estão comprando carros, televisores, e outros eletros, porque acham que essa é a hora. Na verdade sempre será a hora desde que você tenha dinheiro para isso. Por outro lado estão pagando mais pela carne, pelo leite, pelo vestuário, e nem se dão conta. Se me perguntarem se prefiro juro alto ou baixo, direi que tanto faz, o que fará a diferença é como você se adapta a esse meio, como você se protege das armadilhas de uma sociedade consumista e como você administra o que tem e o que ganha. 


E para mudar radicalmente de assunto, um parágrafo dedicado ao carro mais amado do Brasil e um dos mais queridos do mundo. Dia 20 de janeiro é o dia nacional do Fusca! Quantos outros carros vocês conhecem que tem um dia em sua comemoração? Enfim, lembro que na época eu tinha um Chevette 1983, e como é de praxe, eu vivia sondando lojas de carros. Já havia andado muito de Fusca na infância, mas a primeira vez que sentei no banco da frente de um foi numa dessas passadas em lojas. Era um branco, 1978, rodas de ferro pretas e voante pequeno. Na verdade a sensação foi bem estranha, pensei de cara que não era carro pra mim, que muito podiam gostar mas eu preferia o bom e velho estilo "the original heartbeat chevrolet". Só anos mais tarde, quando eu já tinha o bom e velho Gol tunado, que já figurou várias vezes nas fotos do blog, que surgiu a oportunidade de comprar um carro com a minha mãe e fomos atrás de Fuscas. Nessa eu achei o famoso Garfield (apelido do meu primeiro Fusca, porque ele era redondo e laranjado). E o efeito que ele fez foi tanto que eu, aí sim, me tornei mais um apaixonado por esta pequena maravilha. O laranja se foi, veio o cinza, 1981, modelo fafá, com rodinhas de liga leve e um grande potencial de marcar mais uma época. Fuscas estão presentes em momentos chave de minha vida, mas enfim, é só uma breve homenagem ao carrinho.

Para fechar com Rock, vamos para o vídeo da semana que retoma a nossa fase clássicos dos anos 1980!
Valeu galera, grande abraço e muito obrigado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário