sábado, 27 de outubro de 2012

Quanto vale o saber?

Vivemos um tempo em que o estado fornece apenas para dizer que usa o dinheiro dos impostos em alguma coisa, e o que é de graça ainda parece inferior. Há muitas formas de enxergar isso, segurança e saúde são bons exemplos, mas a forma mais óbvia de perceber a situação que entramos é a educação. 

Mas antes de começar eu dou a dica, o blog hoje tem duas diferenças, as fotos são de carros sim, mas sem legendas, sem contexto, só para apreciar. E o vídeo deve ser clicado agora, pois como não é de show nem clipe oficial, a música serve para ajudar na leitura!


As creches públicas não tem vagas suficientes, por isso as pessoas pagam. É isso mesmo? Quer dizer que todos os pais das crianças que estudam nas redes infantis tentaram antes a vaga da creche municipal? É lógico que há mais deficiências do que o número de vagas. E se assim fosse, não teríamos escolinhas com preços que variam de 300 reais, dependendo do período e região da cidade, até 1000 reais! 1000 reais! Conheço inúmeras pessoas que ganham menos do que isso por mês. É isso que estão lhe cobrando para cuidar de uma criança de 1 ano de idade. Tudo bem, até acho que a segurança de ter seu filho num lugar onde se possa confiar não tem preço, mas para tudo há um limite. O marketing invadiu o mundo em todos os cantos e detalhes e o valor de uma marca passou a representar mais do que a verdadeira qualidade de um serviço ou produto.

Crescendo um pouco chegamos à educação básica. Tudo bem que hoje em dia as escolas públicas não são mais o que foram em tempos de premiações e reconhecimento. Hoje em dia os adicionais passaram a pesar muito mais do que o seu real valor nos preços das mensalidades. A criança que estuda num Positivo, Bom Jesus, ou mesmo nas redes Maristas de ensino, tem à sua disposição muitos recursos tecnológicos, praticam esportes, viagens, competições, e tudo isso pesa muito no desenvolvimento delas. Mas o custo disso está ainda é exagerado demais. São opções para famílias ricas, cujas culturas infelizmente podem levar a fragilidade adolescente a tomar decisões baseadas num estilo de vida que despreza o seu semelhante. A incidência das drogas é muito maior entre os jovens de classe média do que nos jovens de classe baixa.


Chegando a uma fase quase adulta, chegamos no ponto crucial em que temos que encarar três mundos completamente diferentes, chegamos ao vestibular. Quando eu fazia cursinho pré-vestibular foi que percebi a distinção clara entre os três mundos. Haviam as pessoas cujo grande objetivo de vida era passar numa universidade pública, digam o que quiserem com relação à infra-estrutura e os problemas com greves, mas o ensino é de qualidade, o currículo possui peso e as pessoas saem com uma visão de mundo que chega ao inexplicável. O segundo mundo é o das grandes instituições particulares, onde dão aula muitos professores das Federais da vida, ganhando muito mais, com um ensino de qualidade, mas a custos exorbitantes. O terceiro mundo, neste comparativo que nada tem a ver com classe social, é o misto entre a salvação e a degradação. É o que há de opção para os jovens que não passaram no limitado número de vagas da universidade pública e também não podem arcar com o alto custo das instituições de grande nome entre as pagas (as quais eu me limitarei a não citar). Da piada corriqueira a uma dura realidade, às uniesquinas invadem as filas por empregos e muitas vezes, graças a convênios com empresas, são grandes e válidas opções para não parar os estudos. Meu único medo é que o ensino em algumas instituições é limitado e de baixa qualidade. O objetivo de formais profissionais já não existe mais, hoje são apenas fábricas de diplomas.

E não paramos na graduação, que na minha opinião é o momento acadêmico de maior importância na vida de qualquer ser vivo pensante. Pós-graduação à distancia em 6 meses? Que raio de mundo é esse? Esses cursos de aperfeiçoamento deveriam ser de graça e não gerar nada além de um certificado. É esforço, é captação de uma informação que nem todos terão, é válido. Mas não poderiam dar um diploma de pós-graduado, que possibilitaria concorrência com alguém que faz um curso de 1 ano e meio, com aula todo sábado, o dia todo, com provas, trabalhos e conteúdos verdadeiramente desafiadores.


Por fim, hoje em dia a mera informação vale muito, e quanto menor o esforço mais cara ela fica. O exemplo clássico são os relatórios de investimento disponíveis para clientes de grandes corretoras. Um grupo de analistas renomados já fez todo o trabalho e me passa um arquivo dizendo quais papéis eu devo comprar e em qual proporção de uma carteira segura e que garantirá mais ganhos que a média do mercado. Mas esse inofensivo pdf só está na minha mão porque eu pagou, ou sou funcionário, de um grande banco que possui a corretora com a plataforma mais premiada do país. Do contrário, talvez por isso muitos tenham medo do mercado financeiro, pague pra ver ou corra o risco de não saber o que acontece por trás da primeira página da gazeta do povo.

E outro problema da humanidade, dai minha preocupação com instituições que não ensinam a pensar, é que a maioria das pessoas não está preocupada com o caderno de economia, mas infelizmente se ligam apenas ao caderno de esportes e ao resumo da novela.


O vídeo de hoje é de uma banda que conheci por intermédio de uma grande seguidora do blog, alguém que constantemente me faz refletir e dar cada vez mais importância ao valor do pensar!

Carros destaque das fotos, Dodge Le Baron, Puma, Fusca e Cadillac. Clicados nos encontros de Curitiba, na praça da espanha e largo da ordem.

Espero que tenham gostado. E o verdadeiro valor de saber está dentro daquilo que você busca para se aperfeiçoar. Não importa em qual dos mundos você vive, ou se nem faz parte deles, se você leu este blog ao menos uma vez na vida significa que você tem a capacidade de pensar além da primeira página! Parabéns por isso!

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