quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Guia do Antigo - Ford F1000

Muito antes dessa onda SUV dos anos 2000, lá pela metade dos anos 1980, houve uma investida de grandalhões pelas ruas das cidades. Pick Ups hoje assumidamente grandes saíram do trabalho pesado e das fazendas para desfilar sua imponência nos centros urbanos. Numa época em que eram proibidas as importações de automóveis, essas mesmas caminhonetes foram base para transformações complexas, virando os Jipões da época. Ainda arrisco dizer que dois representantes eram de longe a maioria, entre eles, a de hoje é a F1000.


Uma das dominantes do mercado de caminhonetes desde os primórdios da humanidade automotiva, a Ford sempre se destacou aqui no Brasil. O modelo que evoluiu para F1000 era na verdade a F100 que já fazia sucesso desde 1957. Lançada em 1979, a diferença do 100 para 1000 era o motor à diesel desta mais atual. Foram algumas reestilizações ao longo dos anos, que a mantiveram atual até 1998, quando foi substituída por outra peso pesado, a F250.

O modelo lançado em 1979 era idêntica à F100 da época, que havia sido lançado no início dos anos 1970, o padrão da carroceria sempre se manteve o mesmo, tendo alterações significativas na grade, capô e mais simples na traseira ao longo dos anos. Teve uma pequena mudança em 1986, mas foi em 1992 que realmente deu diferença. A última mudança ocorreu em 1996 só para os três últimos anos da bruta. Nesse período final já sofria concorrência interna com a Ranger, que apesar de menor, se adaptava mais à demanda.


Outra grande característica das pick ups grandes do período é que elas eram base para adaptações para jipes com extrema inspiração nas primeiras Cherokke da Jeep. Uma das mais famosas talvez seja a empresa Tropical que fazia das F1000 cabine simples versões cabine dupla, caçamba fechada e até umas raras cabine tripla com uma pequena caçamba. Esses modelos são encontrados no mercado de usados com certa facilidade, no entanto, o estado pode variar muito e o mais comum é de mal à péssimo.

Motores diesel necessitam de uma manutenção mais especializada e confesso que é difícil de achar, mas em contrapartida, são carros que são bem menos suscetíveis à quebra e pelo tamanho de suas usinas podem até ser considerados econômicos. Outra particularidade é que modelos assim são fortes, com um torque normalmente invejável, mas não possuem grande velocidade final. O que é seguro, dado o tamanho dessas jamantas, é até melhor que não se movam tão rápido.


Hoje em dia quanto mais originais, as F1000 são mais valorizadas, cabine simples sem nenhum adereço exagerado é o que casa bem com o status de clássico, independente do ano/modelo. Vale uma pequena menção aos F4000, caminhão leve que possui a mesma frente das F1000 e que depois da F250 continuou como uma nova geração. Se dirigir uma caminhonete dessas já é divertido, imagine na versão caminhão, é muito mais, e eu já tive essa chance.

Atenção ao estado dos prospectos, como sua essência era de veículos de trabalho, a grande maioria foi usada assim e depois trocada por um modelo mais novo, nunca foram alvo de cuidados excessivos. Mas há possibilidade de encontrar modelos que valem o investimento de cerca de R$ 30 mil reais, que é a média do mercado. Infelizmente, tratam-se de veículos que exigem uma manutenção de alto custo, por um valor de carro seminovo. Fora a exigência de um amplo espaço na garagem. Mas vale a admiração.


Clássica em qualquer ano, uma Tropical 1994, simples 1980 e 1998. Aquele abraço!

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