Existem basicamente três marcas que dominaram a cena de automóveis (e caminhonetes) nos EUA ao longo do século XX. Hoje em dia a Dodge (que pertence à Chrysler) ainda mantém sua lembrança através da Ram, mas no Brasil ela não tinha representante nos anos 1970/80/90. Por aqui era Ford ou Chevrolet, e é da marca da gravata que vêm as pick-ups e suv que falamos hoje. O grande diferencial da GM é que as versões fechadas, além de serem de fábrica, são tão famosas quanto as de quem derivam. GM D20 / C10 / Veraneio / Bonanza.
A linha clássica da C10 foi lançada no Brasil lá por 1960, e desde então é uma das caminhonetes que fez a história do trabalho e posteriormente do lazer do brasileiros. Mas talvez a sua versão fechada tenha sido ainda mais famosa, a insuperável Veraneio era o ápice de luxo e conforto para viagens, coisa que sempre foi forte da Chevrolet, com carros como Opala e posteriormente Omega sendo referência nesses quesitos. De carro de polícia à tema de música, a Veraneio é um dos grandes clássicos nacionais.
Foi em 1985 que a GM começou a concorrer frente à frente com a Ford quando o assunto era pick up grande, com o lançamento da D20 a briga com a F1000 ficou intensa e durou até o fim de produção das duas entre 1997 e 1998, deixando lugar às novas gerações, no caso F250 e Silverado. Mas, na época o mercado já havia mudado e a fase era das menores, S10 e Ranger. Não me ocorreu falar antes, mas vale a citação, a Ford não possuía versão fechada porque era dona da Rural, que também tinha versão Pick Up, a F75, mas é outra história.
Ainda nas versões fechadas, a Veraneio migrou de geração quando do lançamento da D20, era um monstro quadrado de chassi longo e botava banca onde passava. Talvez tenha ficado tão grande que no mesmo período foi lançada a Bonanza, chassi curto e 2 portas para agradar quem precisava de algo mais dinâmico e ágil, mas ainda assim muito espaçoso e confortável. As pick ups da Chevrolet possuem um tom de classe e atenção aos detalhes mais aperfeiçoado do que as da Ford, que são mais brutas.
Ainda que do início dos anos 1990 em diante, até a virada dos SUV, essas caminhonetes sejam mais comuns como frotistas de grandes empresas, ainda é possível encontrar uma ou outra que tenham pertencido ao consumidor comum e tenham sido bem cuidadas. O problema é que essas valem muito mais dinheiro. Há ainda versões que saíram de fábrica com a caçamba de madeira, mais indicada ao trabalho pesado, o que baixa a estatística de preço, mas devem ser consideradas como outro carro.
As pick ups grandes, embora estivessem sempre presente nas estradas brasileiras, são veículos incomuns e por isso muito valorizados. Não importa o ano, sejam da década de 1960 ou do fim dos anos 1990, o que conta é a conservação e originalidade desses grandes. São frutos de uma época em que caminhonetes se assemelhavam mais a caminhões do que carros de passeio. Estigma quebrado pela Hilux e L200 no início dos anos 2000.
Os valores da linha Chevrolet não são diferentes da Ford, uma D20, independente se é 1985 ou 1995 vai custar próximo dos R$ 30 mil. Já as C10 mais antigas em bom estado, algumas hoje em dia fruto de customizações muito bem executadas, por passar fácil dos R$ 50 mil. Falando em personalização, há dois modos básicos, o embelezamento pró cidade, que serve para exposição e a feita para trilhas, que infelizmente descaracteriza e detona os clássicos. Mas, para quem é do Off Road, aí já é outra história.
Entre a Veraneio 1970, uma D20 simples 1995 e uma Tropical 1985, fica aí um pouquinho da histórias dessa pick-up de respeito.
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