Já contamos por aqui a história em que Adolf Hitler queria um carro para motorizar o povo alemão e acabou se tornando um instrumento de apoio importante na 2ª Guerra Mundial. O que ainda não havíamos falado é que o lado americano também teve o seu. Talvez a raiz de sua fama incondicional pelo mundo, o fora de estrada dos EUA, que começou como um combatente, hoje é um dos grandes símbolos de liberdade. Um pouco sobre a Jeep.
Fundada em 1941, a marca Jeep foi registrada em nome da Willys Overland, uma conhecida fabricante de automóveis da época, mas produção para o confronto dependia também da Ford e de outros fabricantes para atender a demanda. Não muito após o fim da guerra, o Jeep já chegou ao Brasil, onde foi fabricado entre 1950 e o início dos anos 1980. Primeiro pela Willys e posteriormente pela Ford que adquiriu a primeira ao longo dos anos 1960.
Trazidos via importação independente, é possível encontrar um raro modelo militar dos anos 1940, ou ainda algum que tenha pertencido ao exército brasileiro. Dos modelos da fase clássica, por fora as versões variam pouco de uma para outra, o estilo inconfundível permanece intacto ao longo dos anos. Há quem goste de ter um modelo em perfeito estado e os usa só para passeios, mas o forte dessa turma é o investimento em novas tecnologias e melhorias para os deixar apto para trilhas cada vez mais desafiadoras.
Basta encontrar um clube de Off Road que você verá, desde modelos japoneses e os agora febre Troller, mas certamente encontrará uma legião de Jeep com as mais diversas preparações. Um sonho, um estilo de vida, uma parte da história. Um Jeep é daqueles veículos que não são só mais um no meio da multidão. Tanto que são base de inspiração para quase todos os fora de estrada que vieram depois dele. Vide o próprio Troller, que hoje pertence à mesma Ford que ajudou a desenvolver o Jeep originalmente. O mundo dos carros dá voltas.
Lá nos EUA, o mundo deu essas voltas e a marca Jeep acabou nas mãos da Chrysler, e nos anos 1980 foi lançado o carro que mudaria a história da marca para sempre, um SUV estiloso, grande e familiar que traria novos rumos. Foi lançado o Cherokee, que é o grande carro chefe da Jeep até hoje e fez um estrondoso sucesso nos anos 1990. Mas a marca fez questão de manter o pequeno ágil em ação. De forma repaginada, hoje em dia o Jeep Wrangler, é o parente mais próximo ao DNA do original.
Vendido no Brasil até hoje, o Wrangler conserva sua história e seu estilo, mas trata-se de um automóvel de outro nível (e preço) se comparado ao bom e velho. Aliás, infelizmente, esse tipo de carro se tornou um símbolo de status diferenciado, que no fim das contas quem quer acaba tendo que pagar um preço alto demais. Entre os seus principais concorrentes nas trilhas de fim de semana, os japoneses da Suzuki conquistaram grande público.
Da fase clássica, entre os anos 1950 e 1980, um bom exemplar do Jeep é como um bom exemplar de Opala, custa tranquilamente na faixa dos R$ 30 mil reais. Há modelos mais baratos, com certeza, mas haverão motivos para isso, pois sua valorização é alta. Já os Wrangler, além de raríssimos, estão com seus valores ainda inflacionados, podendo ser encontrados acima de R$ 100 mil facilmente. Para quem pode pagar, há opções muito mais interessantes no mercado. Mas um Jeep Willys/Ford é um caso de charme e estilo emblemático, um verdadeiro clássico!
Nas versões 1966, 1980 (Ford) e 1998 (Wrangler). Fechando o ano com uma versão inusitada de Thin Lizzy na voz de uma musa romântica como Sade. Só digo uma coisa para todos vocês, 2018 promete! Aquele abraço!