quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Guia do Usado - S10 e Blazer

A história do texto anterior não é muito diferente desta, e há uma simples razão para isso, desde os primórdios da indústria de automóveis que Ford e GM são grandes rivais entre si. Tanto que hoje em dia os dois veículos mais vendidos dos EUA são duas Pick Ups dessas marcas. Por esta razão, nada mais justo que falarmos hoje da pick up média da Chevrolet, que chegou aqui no início dos anos 1990 e que foi sofrendo suas mutações até chegar aos seu estágio atual. Hoje é a S10.


Ela chegou ao Brasil em 1996 já com fabricação local, mas é possível encontrar versões americanas, inclusive as chamadas SS10, com uma frente mais agressiva. O grande diferencial dessa linha é que desde o lançamento ela já era acompanhada pela excelente Blazer, um SUV de tamanho respeitável e muito conforto e espaço. Sempre nessa boa companhia a S10 teve uma leve modificação na grade em 1999, uma frente nova em 2001, mais alguns detalhes cromados em 2009 e seguiu até a nova geração entre 2012 e 2013.

Na essência a S10 é muito parecida com a Ranger, assim como as grandes D20 e F1000 são muito semelhantes entre si, talvez as grandes particularidades da linha GM é que desde 1996 é possível encontrar versões cabine dupla, além da Blazer, como já citado. Era uma linha mais completa, mais opções de cabines significam que as antigas atendem a um público maior. No entanto, enquanto a Ford teve várias pequenas reestilizações até chegar ao modelo atual, a S10 é praticamente a mesma de 2001 até 2011.


Na S10 as primeiras motorizações eram 2.5 diesel, 2.2 gasolina, e a clássica 4.3 V6. Esse último motor é tão famoso que passou a ser um dos grandes favoritos dos Jipeiros quando da customização de seus veículos de trilha. Tal qual o mágico 4.1 da linha Opala/Omega, esse motor de 6cc em V tem fama de manutenção simples e custo honesto. Talvez a Blazer Executive 4.3 seja a figura mais icônica do final dos anos 1990 quando se queria impor respeito. Muito antes da invasão SUV, essa Chevrolet reinava quase intocável.

Já no início dos anos 2000, uma reestilização deixou a linha mais quadrada e um pouco mais imponente (o desenho anterior era mais harmônico e leve), sempre foi muito bem aceita nas frotas das empresas e como carro de polícia, portanto, é importante prestar atenção a qualquer resquício de histórico do carro. Esse tipo de pick up é comum se encontrar com quilometragens próximas da estratosfera, um check up geral de motor é sempre necessário.


A primeira pick up a revolucionar o mercado, trazendo tamanho de caminhão leve e conforto de sedan médio, foi a L200 triton, depois dela veio a Hilux e nos idos de 2012/2013 a Ranger e a S10 perceberam que tinham que se adequar. Foi o fim de uma geração de caminhonetes rústicas, agora até mesmo versões cabine simples são cheias de mimos e parecem mesmo um automóvel padrão. Talvez tenha se deixado um espaço para o crescimento de modelos como a Saveiro Cross e a Strada Adventure, que hoje já oferecem até cabine dupla.

Em comparação com a Ranger, a S10 custa um pouco menos no mercado de usados, uma boa cabine simples entre 1996 e 1997 pode ser achada até por 15mil. Depois de 2001 estão disponíveis motores 2.4 e 2.8, uma dupla vai beirar os 30mil. Mais próximo da troca de geração entre 2010 e 2011 um exemplar sai por 40mil e a nova chega até a 80mil na versão LTZ. O melhor custo x benefício da S10 são pick ups acima de 2001 na casa dos 25mil, já o melhor custo x diversão é na cabine simples 1997 com motor 2.2!


Do melhor custo x benefício, uma cabine dupla 2006, passando pela clássica Blazer Executive 1999, até chegar na cabine simples 2.2 1996. E um pouco de Black Sabbath!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Guia do Usado - Ford Ranger

Acho que já era hora de expandir os horizontes, afinal de contas já falamos até de SUV, e muito antes desses jipinhos urbanos povoarem nossas ruas, as pessoas que queriam se sobrepor no trânsito tinham uma opção bem interessante, as pick ups. Hoje em dia apenas versões com caçamba de grandes jipes, no passado eram elas que sofriam modificações para abrigar mais pessoas, com mais conforto e grande espaço. Para começar, vamos falar sobre uma pick up média de renome mundial, a Ford Ranger.


Na tabela ela existe desde 1994, mas é quase impossível achar um modelo desses, no entanto, a geração entre 1995 e 1997 é facilmente encontrada nas lojas do ramo. Fabricada no Brasil desde 1998, é nesta fase, que vai até 2004, que encontra-se o melhor custo x benefício da linha. Até o modelo atual ainda existem duas reestilizações, de 2005 a 2009 e 2010 a 2012, são modelos meio apelativos, do tipo muita maquiagem pra disfarçar que ela era a mesma. A versão 2013 em diante é praticamente igual a zero km, só me limito a dizer que é uma geração nova.

Não precisa pensar demais pra saber que a que mais me agrada é mesmo a primeira versão, ainda importada dos EUA, com seu motor 4.0, ela é uma autêntica pick up média e não esses brutamontes de hoje em dia. É um carro para quem quer destaque no dia a dia, mas ainda assim precisa entrar em vagas de supermercados e shoppings. Um degrau acima das Saveiro e Strada da vida, mas ainda longe de uma D20 ou F1000. Da rara Splash, passando pela clássica STX ou mesmo a básica XL, a primeira Ranger é um show.


Indicada para famílias e pessoas que gostam de estrada, ainda mais na versão cabine dupla, a geração nacional é a opção mais racional. Disponível em várias versões, cabine simples, estendida ou dupla, motor à gasolina ou diesel, tração 4x4 ou 4x2. Já não é a pequena pick up com espírito jovem da anterior, mas é opção para trabalho pesado ou quando o que você queria mesmo era uma Pajero Full, mas a grana apertou. É uma caminhonete e tanto, bem procurada pode ser um achado.

Sobre os modelos acima de 2005, como disse antes, é muita maquiagem para poucas melhorias significativas, é lógico que se o preço compensar, se o modelo estiver em bom estado, sempre vale a pena um carro mais novo. É como o clássico exemplo do Sandero 2011 e 2012, eu acho o anterior mais bonito, mas em termos de negócio, temos sempre que evoluir. Existe uma versão muito interessante da Ford, chamada Ranger Sport, que nada mais é do que a versão de entrada, mas com bons equipamentos e preço atrativo. Foi lançada para brigar com Strada e Saveiro.


Em 2013 a Nova Ranger chegou ao mercado, nessa fase já brigando de igual para igual com L200 e Hilux, abraçou de vez o conceito de carro de passeio vestido de caminhonete. Dirigir essas novas pick up é como andar de Corolla ou Fusion, na minha muito humilde opinião, perderam a graça. História muito parecida com a contada hoje viveu a S10, sua arquirrival desde o início dos anos 1990, quem sabe a próxima a aparecer por aqui não seja justamente ela.

E vamos ao bolso. Uma STX 1995/96, bonita, bem cuidada e comprável, vai sair na casa dos 20mil. Uma XLT cabine dupla 2000/2001 pouco mais de 30mil. Vão subindo lentamente passando pelos modelos 2006/07, 2010/11, beirando quase a casa dos 50mil. Já uma 2013 de nova geração parte de 60mil. Eu apostaria minhas fichas numa XLT pré 2004, se for para o trabalho pesado até mesmo uma XL 1998 e se for por pura diversão a STX 1996/1997 é a pedida! 


STX modelo 1995, XLT Dupla ano 2002 e Sport ano 2012. E pra fechar, Guns N' Roses! Aquele abraço!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Guia do Usado - Kia Sportage

Dentre todos os coreanos disponíveis no nosso mercado, achei que seria interessante começar com um modelo que já tem uma longa história no Brasil. Aliás, a Kia já é bem conhecida daqui por um automóvel peculiar que vendeu nos anos 1990, quem não lembra da Besta? Pois é, na mesma época a marca começou a vender um jipinho muito simpático, que precede de alguma forma até mesmo a Ecosport. Com versões 4x4 e opção de motores à Diesel, a Sportage evoluiu junto com o mundo SUV.


A história do jipinho da Kia se divide em 4 atos no Brasil, mas o primeiro é o mais longo, começa em 1995 com suas versões 2.0 e 2.2, opção Diesel e uma raríssima versão 4x4 que logo deixou o mercado. Em 1997 ela passou a oferecer a opção automática, em 1999 surgiu a Grand Sportage, uma versão esticada do mesmo carro, por fora facilmente reconhecida pelo tamanho dos últimos vidros laterais. É um carro de manutenção cara, mas que hoje em dia se acha a preços bem atrativos, tem que ser garimpado, mas pode valer a pena.

Praticamente inexistente no mercado entre 2003 e 2005, sua vida começou a mudar em 2007, quando a parceria com a Hyundai trouxe a segunda geração do modelo, esta talvez seja a mais conhecida pelo público geral. Sua irmã Tucson é vendida nessa versão até hoje. Sim, a Tucson e a Sportage são o mesmo carro, só muda a marca. De qualquer forma, a Sportage entre 2007 e 2010 é de longe a versão de melhor custo x benefício da linha, embora só valha a pena comprar uma se estiver em excelente estado e mais barata que a Tucson, que é mais valorizada.


Outra reviravolta acontece em 2011, quando a Sportage ganha a plataforma da ix35. Sim, nesse caso, a Hyundai mudou o nome do seu produto enquanto a Kia mudou a geração e manteve a identidade. Maior e muito mais imponente, ela passa a fazer parte de um mercado de SUV para gente grande, ou pelo menos para quem tem grande saldo na conta bancária. Gosto de enfatizar que meu foco não é nos modelos mais caros, mas é interessante observar a evolução do automóvel.

Para encerrar a parte da história do modelo, agora em 2016 veio minha maior surpresa, numa clara inspiração nos modelos todo terreno da Porsche, a Kia apresentou um Sportage realmente novo e com linhas muito esportivas. Parece mesmo com o carro da marca alemã. O único detalhe é que o preço da versão mais simples é 100 mil reais! Ainda assim é bem mais barato que uma Cayenne. Já são mais de 20 anos de mercado com o mesmo nome, tem aí opções para todos os bolsos.


Independente do modelo que você escolher, um carro dessa categoria exige bolso mais fundo, nunca compre um carro olhando apenas o seu preço de compra. Há um motivo para um jipe de mais de 15 anos custar quase o mesmo preço que um popular de 5 ou 6. Ou dito de outra forma, há um motivo também para um carro com motor 2.0, grande e imponente, custar a mesma coisa que um popular básico mais novo. Esses carros possuem peças caras, são ótimas opções para quem não tem medo de custos. Proporcionam mais retorno também!

Sendo assim, o melhor modelo da primeira leva é entre 2000 e 2001, um pouquinho mais novo, mais fácil de ser achado em estado aceitável e ainda assim a um bom preço, entre 15 e 20mil. A versão de melhor custo x benefício para quem procura um SUV é entre 2008 e 2010, ao custo próximo de 30mil. De novo, compare com versões iguais da Tucson, se não tiver uma boa vantagem, opte pelo Hyundai. As mais novas, 2011 para cima começam em 55mil e são opções para quem já pensa numa Eco 0km, mas quer chamar muito mais atenção.


Em imagens, um modelo 2009, que seria minha primeira alternativa; um 2000 da primeira geração, com certeza uma opção alternativa e por fim em primeiro plano o 2016 e um 2015 ao lado. Aquele abraço!

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Guia do Usado - Honda Fit

Já sabemos que Honda é um automóvel confiável, valorizado e que representa um bom negócio. Aliás, gostaria de iniciar o texto de hoje com as palavras de um amigo meu sobre este modelo: "dirigi um modelo 2004 e parece que eu sempre tive aquele carro, tamanha a facilidade em se encontrar e como tudo está na mão". Pois é, nada como a impressão de outras pessoas para reiterar algumas coisas que falamos. É fato, num mundo de compactos, o Honda Fit é um algo a mais.


Lançado no Brasil em 2004, a minha primeira impressão foi quase a mesma de quando lançaram o Classe A em 1999, você conhece a marca, sabe que é um bom carro, mas ao mesmo tempo fica pensando como será o comportamento de um modelo de entrada. Outra coisa parecida com o Mercedes é no quesito estético, vamos ver que o Fit é um excelente carro, mas não é o Honda mais bonito que você encontra no mercado.

O primeiro modelo parece um subcompacto japonês clássico, mas ainda assim é super funcional, tem ótimo espaço interno, mecânica que dispensa comentários e que da conta do recado. Um detalhe pouco conhecido, no nome do modelo na tampa traseira você identifica a motorização. Quando o "pingo" do "i" da palavra Fit é vermelho, significa que o motor é 1.4, quando é azul é o modelo 1.5. As versões são EX e LX, padrão da Honda. Existe uma versão mais personalizada chamada Twist, que eu diria que divide opiniões.


De 2004 a 2008 permanece inalterado, passando por uma remodelação em 2009, uma grade nova cromada entre 2012 e 2013 e finalmente uma nova versão foi lançada em 2015. Entre a primeira e a última se notam grandes mudanças, esta última trazendo uma identidade já com o City, o sedan compacto da marca. O que a Honda tentou fazer nesse caso foi justamente agrupar esses carros como se fossem uma família. Algo como um sedan e um hatch.

O Fit traz semelhanças com automóveis como o Classe A, como já dissemos, e também com o Livina, o que o torna uma minivan, mas por ser mais compacto, a nova versão está mais para um hatch. Os especialistas chamam esse tipo de carro de Monovolume. A questão é que, mesmo não sendo bonito como um Civic, o Fit é uma boa opção para o dia a dia, para uma família pequena. Disponível em versões automáticas desde as mais simples, só é bom estar sempre atento a manutenção desse tipo de câmbio. 


Eu diria que hoje em dia é o honda de melhor custo x benefício do mercado de usados, pois é um carro bom de ano (o mais antigo é 2004), que pode aproveitar bem a fama da marca. Diferente até dos Civic até 2006, que apesar de ótimos já enfrentam uma boa desvalorização se comparado aos modelos um ano acima. É bom negócio comprar um Honda abaixo dos anos 2000? Depende do negócio, mas no geral são carros excelentes, porém difíceis de revender.

Um Fit ano 2004/2005 vai custar aí em torno de 20 mil reais, o que é pouco para tudo que ele oferece. As versões acima de 2009 estão disponíveis a partir dos 30 mil, mas atenção, pois unidades abaixo disso podem esconder alguma coisa. Já os 2015 em diante ainda não são encontrados por menos de 50 mil devido a sua proximidade com o 0km. É mais uma opção de carro, nesse caso, discreto e excelente para o uso diário. O que difere aqui é que pelos mesmos 20 mil de um 2004 você compra um popular muito mais novo. Mas a opção está lançada!


Ilustrando nas versões 2004, Twist 2013 e 2015, com um pouco de Sonic Youth para vocês! Aquele abraço!