Entre idas e vindas do Guia, sempre haverá modelos de maior e menor expressividade, e como todos já devem ter percebido, eu gosto inclusive dos automóveis que parecem injustiçados do mercado. Digo isso pois alimento a ideia de comprar um Tipo, ou um Pointer, se a oportunidade aparecer e eu avaliar como viável. Mas uma coisa que aprendi nos últimos 15 anos comprando e vendendo carros, é que nem sempre a oportunidade está no Carrão. E hoje eu falo um pouco do Ford Corcel.
No idos de 1960 a Ford havia adquirido a Willys (fabricante de jipes e pequenos carros como o Gordini), e foi em 1968 que numa parceria entre Ford e Renault nasceu o Corcel no Brasil e o Renault 12 na França. Um pequeno sedan de 4 portas que tinha entre os concorrentes o Vw 1600, o popular Zé do Caixão. Em 1970 era lançada uma das peruas mais carismáticas do Brasil, a Belina I é rara de se ver até hoje e um símbolo de elegância.
Foi em 1973 que o Corcel ganhou novos contornos com uma reestilização e passou a ser osso duro de roer num mercado onde logo seriam lançados a Brasilia e o Passat pela Volks e o Chevette pela GM. Um dos destaques da primeira geração do Corcel é, sem dúvida, o modelo GT, o esportivo compacto que a Ford lançou para aproveitar o apelo mercadológico da mesma versão no todo poderoso Maverick. Suas inconfundíveis faixas pretas e o par de faróis auxiliares não negam a alcunha de clássico.
Em 1978 veio a primeira revolução, o pequeno carro virou um sedan médio com classe e sofisticação e a perua virou uma concorrente e tanto para a Caravan. O Corcel II era um carrão (pra época) e hoje em dia um em ótimo estado chama muita atenção. Em 1986 esse modelo foi aposentado, mas o Guia vai além, o seu substituto natural havia sido lançado ainda em 1981, o Del Rey adotou o nome Belina para a perua no mesmo ano de sua reestilização, entre 1985 e 1986, e seguiu como o sedan de luxo da Ford até 1991.
Outro membro ilustre dessa família é a pick up Pampa, lançada com a cara do Corcel em 1982, reestilizada para a família Del Rey em 1986 e seguiu firme até 1997, 6 anos depois que seus irmãos já haviam se aposentado. O destaque da Pampa, no quesito clássicos, com certeza são as versões 4x4. E com uma grande dose de sorte é possível encontrar a Belina nessa configuração. Esses modelos são raríssimos e às vezes passam até despercebidos.
O primeiro Corcel (1968 a 1977) pode ser encontrado com 2 e 4 portas, enquanto que o Corcel II somente na versão "cupê", o Del Rey também possui as duas configurações, exceto na Belina que sempre teve duas. O sobrenome luxuoso da Ford, que figura até hoje em carros modernos, também estava lá, as versões Ghia são um show à parte. Eu poucas palavras, a minha impressão do Corcel e de toda a sua linha é de conforto e prazer ao dirigir. Com um desses você navega nas ruas.
Como todo modelo injustiçado, falar em preço é sempre um problema. Versões entre 1968 e 1977 variam em torno de 10 mil para carros em excelente estado, as versões 1973 a 1977 são mais fáceis de achar, mas normalmente em péssimo estado. Eu já vi o Corcel II, de 1978 a 1986, à venda por 5 mil, como também já vi por 15. Os Del Rey não são diferentes disso. Uma boa Belina, independente do ano, vai custar em torno de 10 mil. A Pampa, vale a pena pagar mais caro por uma dos anos 1990. É tudo uma questão de aparecer um carro que agrade pelo preço certo.
Fatos em Fotos, um Corcel II de 1984 (é um dos mais renegados, mas é o meu preferido), a linha GT em suas três gerações e por fim ela, uma perua mais que especial, essa pertence ao meu padrinho e eu tive o prazer de dirigir, uma Belina 1989! E no vídeo, como já temos até ingresso comprado, é hora de relembrar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário