terça-feira, 12 de abril de 2016

Guia do Antigo - Toyota Bandeirante

Admito que com essa eu estou apelando para um carro bem incomum, mas eu gosto de falar daqueles modelos que eu conheço pelo menos alguma coisa. Não sei nem se da pra chamar de carro. As versões fechadas são Jipe (Jipe de verdade, não SUV) e as versões com carroceria tem mais semelhanças com caminhão do que qualquer outra coisa. Eu tive a oportunidade de dirigir uma raridade de 1964 e uma de 1980, ambas pertenciam a um primo meu, grande fã do modelo. Ele é o Toyota Bandeirante.


Fabricado no Brasil entre 1962 e 2001, praticamente sem grandes alterações no seu desenho, o Bandeirante é irmão do japonês Land Cruiser. Ele possui uma legião de fãs tanto no universo aventureiro dos 4x4 como entre aqueles que os usam para o trabalho. Disponível nas versões com chassi curto e longo, carroceria fechada, cabine simples, cabine dupla e caçamba de metal ou madeira. A robustez e confiança da marca só tem a avalizar seus admiradores.

Os motores à Diesel são os mesmos usados nos caminhões 608 da Mercedes-Benz, o que deixa bem claro seu parentesco com a categoria dos brutos. Não posso opinar muito sobre a manutenção, mas garanto que não é nada em níveis monetários absurdos. Só sei que são motores que precisam de profissionais bem capacitados, não é qualquer mecânico que consegue um bom acerto neles. Aprendi isso com as Kombi à Diesel. Não é um carro que tem potência de velocidade final, mas sobem até montanha.


Minha experiência com o Azul 1964 foi justamente em um trecho de estrada de terra próximo a cidade de Rio Branco do Sul, nos entornos de Curitiba. Ladeiras de terra com aquelas valas no meio da pista não são nada para a capacidade desses carros de passar por cima de quase tudo. Já com a marrom de 1980 foi um trecho urbano de poucas quadras, aquele ronco de caminhão deixa bem claro que você não está dirigindo um carro normal. Eu não sei o termo técnico, mas a embreagem necessita de várias pisadas para conseguir trocar de marcha, coisa que descobri a muito custo.

Força. Essa palavra descreve bem esse modelo, que foi muito utilizado em frotas de empresas nos anos 1980 e 1990, que só depois acabaram adotando Ranger, L200 e Hilux cabine duplas. No final dos anos 1990 ele já não fazia tanto sentido, visto que o mercado já queria algo mais confortável e com contornos mais modernos, mas houve um tempo que ele não sabia o que eram concorrentes. Hoje em dia vemos algumas unidades bem surradas, típicas de quem trabalha muito, e algumas versões fechadas com adaptações extremas para o uso fora de estrada.


Não é um veículo tão comum no mundo dos antigos, mas com certeza uma versão bem cuidada chama muita atenção. Entre as versões Jipe da pra encontrar até umas com teto de lona famosas no meio Off Road. Meu estilo é mais de observar e aguardar os carros virem até mim, e se aparecer em desses, olharei com bastante atenção. No geral todos os carros do Guia de Antigos não são 100% eficientes como único carro da família, mas são diversão garantida como opção adicional na garagem!

Para fechar, é claro, temos que falar um pouco do mercado. Como todo carro de nicho, a negociação nem sempre é simples ou rápida, mas o comprador certo sempre pode estar atrás do seu anúncio. Eu já vi unidades de caçamba de madeira, as menos valorizadas, na casa de 15 mil reais. Enquanto que um Jipe bem cuidado acima de 1990 pode chegar a mais de 50 mil! Lógico que o estado de conservação é o que irá determinar, mas pela dificuldade em acha-los, até carros não tão impecáveis devem ser levados em conta.


Aqui cabe um comentário extra. A banda de hoje era uma total desconhecida para mim até uma semana atrás. Achei muito boa e aqui está! Styx!

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