quinta-feira, 23 de julho de 2015

Não adianta dar dinheiro a quem não sabe gastar.

A notícia econômica do momento é a medida provisória que autoriza o aumento da margem consignável dos trabalhadores, de 30 para 35%. Ok, e o que significa isso? Até o momento atual, se uma pessoa ganhasse 1000 reais ela poderia comprometer até 300 numa parcela de consignado (modalidade de empréstimo de baixo risco, pois as parcelas são descontadas na folha de pagamento), a mudança faz com que agora a mesma pessoa possa aumentar isso para 350 reais. É mais crédito pré-aprovado a juros mais baixos.


O que para alguns pode significar uma boa oportunidade de liquidar outras dívidas (cartão de crédito, por exemplo) de juro maior por uma de juro mais aliviado, e assim poder se organizar para que no médio ou longo prazo as dívidas acabem; para outros é totalmente o inverso. Há pessoas que possuem a cultura de emprestar todo o dinheiro que lhe oferecem. Um movimento que será percebido nas agências bancárias em breve é a leva de pessoas querendo renovar seus empréstimos atuais com o troco referente à nova margem.

Por que isso está errado? A cultura consumista e da propaganda tendem a impor à sociedade que, se você não tem você está abaixo dos outros. O ego de possuir o telefone mais moderno, a roupa de marca, o carro do ano, é o grande motivador para contrair empréstimos desnecessários. A inversão do modo de consumo é uma das grandes características dos últimos 10 ou 15 anos. Antigamente as pessoas tinham dinheiro e compravam coisas, hoje em dia as pessoas compram e depois vão avaliar se poderão pagar.


A oportunidade imperdível que antes era algo que pouca gente conhecia, exigia muita pesquisa e uma dose de sorte; hoje em dia está estampada na cara de todos, inclusive quando você não procura. Você sabia que o Facebook possui uma base com as pessoas que usaram o aplicativo de colorir a foto do perfil, com o claro objetivo de cruzar com opções de busca e em breve começar a vender espaço publicitário nas linhas do tempo das pessoas? Para quem acha que algo não é movido pelo dinheiro, vale a pena repensar e analisar.

E para não dizer que eu não avalio outras variáveis, há uma justificativa de pessoas que se endividam que está voltada para o conceito de qualidade de vida, pessoas compram hoje e pagam amanhã (ou depois), pelo simples fato de acharem que amanhã o mundo pode acabar e eu não aproveitei tudo. Qual é o erro desse pensamento? A economia é cíclica, a crise que vivemos hoje estava anunciada desde a última era de prosperidade, e sempre vai ser assim. Portanto, ter controle e reservas é fundamental.


E ainda digo mais, o conceito de aproveitar é muito relativo. Com esforço, dedicação, empenho e inteligência, todas as pessoas podem comprar e consumir sem se enfiar em dívidas. A diferença é que quanto mais inteligente, menos você cai nas armadilhas da publicidade e de menos você precisa para considerar que está aproveitando...

No ensaio da semana, um Lexus ES300, um Chrysler 300M e uma Mercedes Classe C, uma pequena amostra de importados luxuosos dos anos 1990. E no vídeo, nada menos que um bom clássico do Whitesnake!


Economia, Carros e Rock N' Roll!!!

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