sexta-feira, 31 de julho de 2015

Apenas mais uma sobre a crise...

Das milhares de teorias que cercam o momento atual da economia brasileira, uma das minhas preferidas é que o desespero das pessoas é inverso às suas ações. É lógico que vivemos um momento difícil, na política as coisas vão de mal a pior, a inflação supera a casa dos 10%, a taxa de juros já está alta o suficiente sem refletir o efeito esperado, desemprego, baixo investimento, tudo isso é muito real. Mas será que a crise afeta a todos de forma igual? Será que alguns setores não estão comemorando?


Já disse isso algumas vezes e repito, crise é um efeito cíclico, ela vem de décadas em décadas, normalmente depois de um período de muito consumo ou muito investimento. Basta lembrar o que aconteceu com a economia depois do regime militar, período em que o Brasil passou por grandes mudanças em sua infra-estrutura e industria. No final dos anos 1990 também houve uma leva de novas fábricas de automóveis se instalando no Brasil, e as vendas de carros novos disparou no início dos anos 2000 a nível nunca vistos. Mas a política de financiamentos a perder de vista definitivamente não combina com uma população que troca de carro a cada dois anos. É uma grande torneira que nunca se fecha no orçamento das famílias.

Mas eu posso ser sincero? Não os pequenos empreendedores, os micro-empresários, esses estão sentindo crise pois também dependem de quem está acima. Mas as grandes corporações, grandes organizações e sobretudo os políticos, esses estão rindo à toa toda vez que pagamos 3,40 pelo litro da gasolina e toda vez que vamos a um supermercado e vemos a mesma marquinha que termina em boi no açougue todo. Como se não bastasse, uma parcela significativa da população subiu na vida sim e não aceita descer do salto. Se há produtos "gourmet" no mercado é porque há quem pague por eles!


E agora eu falo também do pequeno empreendedor. No momento em que a economia ia bem e o consumo era alto, o empresário trocou seu Vectra por uma BMW, e agora que a situação está feia ele demite dez funcionários pra não vender o carro. Há muitos setores que trabalham com uma margem de lucro absurda pelo simples fato de que não sabem mais viver com menos. É lógico que há casos e casos, mas a realidade que descrevi existe. Mesmo que tantos outros trabalhem no aperto e estejam vivendo a crise.

Um dos problemas do brasileiro não é a crise, mas é não saber lidar com ela. Pequenas atitudes no dia a dia podem representar pequenas economias, pequenas que valem muito. Mas o problema é que as pessoas não parecem dispostas a se planejar, não parecem dispostas a pensar no futuro. Aliás, como eu dizia nos meus primeiros textos, a reserva de emergência é um grande aliado para momentos de crise. Eu falava isso muito antes da tormenta. E não porque eu queria que ela viesse, mas porque eu sabia que existia essa possibilidade.


Pois bem, estamos vivendo a crise, estamos no meio dela, e agora, o que fazer? Minha dica é: se você está empregado, agradeça e comece a pensar em formas de economizar um pouco, seja para quitar dívidas ou para investir na reserva; se você é empreendedor, o momento é de ideias inovadoras, por que não oferecer algo que as pessoas estão deixando de lado a um custo que as atraia novamente? O luxo e o gourmet cobram seu preço, se você não está disposto a abrir mão de algumas coisas é porque você não está sendo impactado pelo momento.

No ensaio, a BMW X5 que o empresário comprou e o Vectra que ele tinha antes, além de uma forma bem divertida de gastar algo entre 10 e 15 mil reais e ter um carro exclusivo e prazeroso de dirigr, um Passat TS 1977. E no vídeo, apenas mais uma de rock n' roll...


Muito obrigado e até a próxima!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Não adianta dar dinheiro a quem não sabe gastar.

A notícia econômica do momento é a medida provisória que autoriza o aumento da margem consignável dos trabalhadores, de 30 para 35%. Ok, e o que significa isso? Até o momento atual, se uma pessoa ganhasse 1000 reais ela poderia comprometer até 300 numa parcela de consignado (modalidade de empréstimo de baixo risco, pois as parcelas são descontadas na folha de pagamento), a mudança faz com que agora a mesma pessoa possa aumentar isso para 350 reais. É mais crédito pré-aprovado a juros mais baixos.


O que para alguns pode significar uma boa oportunidade de liquidar outras dívidas (cartão de crédito, por exemplo) de juro maior por uma de juro mais aliviado, e assim poder se organizar para que no médio ou longo prazo as dívidas acabem; para outros é totalmente o inverso. Há pessoas que possuem a cultura de emprestar todo o dinheiro que lhe oferecem. Um movimento que será percebido nas agências bancárias em breve é a leva de pessoas querendo renovar seus empréstimos atuais com o troco referente à nova margem.

Por que isso está errado? A cultura consumista e da propaganda tendem a impor à sociedade que, se você não tem você está abaixo dos outros. O ego de possuir o telefone mais moderno, a roupa de marca, o carro do ano, é o grande motivador para contrair empréstimos desnecessários. A inversão do modo de consumo é uma das grandes características dos últimos 10 ou 15 anos. Antigamente as pessoas tinham dinheiro e compravam coisas, hoje em dia as pessoas compram e depois vão avaliar se poderão pagar.


A oportunidade imperdível que antes era algo que pouca gente conhecia, exigia muita pesquisa e uma dose de sorte; hoje em dia está estampada na cara de todos, inclusive quando você não procura. Você sabia que o Facebook possui uma base com as pessoas que usaram o aplicativo de colorir a foto do perfil, com o claro objetivo de cruzar com opções de busca e em breve começar a vender espaço publicitário nas linhas do tempo das pessoas? Para quem acha que algo não é movido pelo dinheiro, vale a pena repensar e analisar.

E para não dizer que eu não avalio outras variáveis, há uma justificativa de pessoas que se endividam que está voltada para o conceito de qualidade de vida, pessoas compram hoje e pagam amanhã (ou depois), pelo simples fato de acharem que amanhã o mundo pode acabar e eu não aproveitei tudo. Qual é o erro desse pensamento? A economia é cíclica, a crise que vivemos hoje estava anunciada desde a última era de prosperidade, e sempre vai ser assim. Portanto, ter controle e reservas é fundamental.


E ainda digo mais, o conceito de aproveitar é muito relativo. Com esforço, dedicação, empenho e inteligência, todas as pessoas podem comprar e consumir sem se enfiar em dívidas. A diferença é que quanto mais inteligente, menos você cai nas armadilhas da publicidade e de menos você precisa para considerar que está aproveitando...

No ensaio da semana, um Lexus ES300, um Chrysler 300M e uma Mercedes Classe C, uma pequena amostra de importados luxuosos dos anos 1990. E no vídeo, nada menos que um bom clássico do Whitesnake!


Economia, Carros e Rock N' Roll!!!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Popularidade não é termômetro de felicidade.

Eis que a vida vêm e te enche de compromissos, coisas que você assume com o maior amor do mundo, coisas que você assume com boa vontade e coisas que você assume porque caíram no seu colo ou vieram de brinde nas tuas decisões. Porque cada ação gera uma reação. Dia após dia, mesmo que o sol não esteja brilhando, lá está ele, o motivo pelo qual você levanta todos os dias e se prepara para mais um dia.


Às vezes só é difícil fazer alguém entender que você não controla os fatores externos, que a sua mente não é capaz de fazer o carro vir te buscar quando começa a chover, ou que talvez você não seja a única pessoa que se irrita com facilidade. Quais são as regras da vida? Aquelas que você define na sua mente para deixar o seu dia perfeito são aquelas que só você respeita. E talvez o outro não perceba, não entenda, ou não colabore, pelo simples fato de não saber.

Os hábitos de consumo mudaram, os hábitos de comunicação também, por incrível que pareça já teve gente me sugerindo migrar para a plataforma de vídeo. Mas até que ponto deixaremos de exercitar nosso ato de ler em prol da comodidade? Eu penso que tirar uns minutos para leitura (ainda que seja na tela do computador) te obriga a ter foco e concentração. Eu sei que me acompanhar não é para qualquer um, mas o reconhecimento de ter lhe feito pensar uma única vez já me faz ter força suficiente para seguir em frente.


Ao mesmo tempo que eu olho para os lados e não vejo ninguém, eu sei que nunca estarei sozinho. Se sinto saudades do reggae da beira do mar? Talvez, mas a saudade não é da situação, mas sim da sensação. Sensação que se manifestava algumas vezes até ao volante do velho Voyage, aquela que só eu saberia explicar e com certeza ninguém entenderia. Mas se ninguém entenderia para que ela serve? Justamente para provar que popularidade não é termômetro de felicidade.

Às vezes o que você precisa é estar sentado na mesa de rua daquele boteco da fronteira; é estar naquele deck de frente para o mar com a cerveja gelada e a areia quente. Às vezes você precisa sentir na pele o poder do V8 turbinado, mesmo que você não tenha condições de tê-lo para você. E acima de tudo aprender, aprender coisas novas todos os dias, aprender o valor dos sorrisos e abraços de uma criança.


Eis que a vida vêm e te enche de compromissos, coisas sem as quais você talvez não desse valor ao simples fato de cumprir com todos eles...


Muito obrigado, seja você quem for...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Por um mundo com menos intolerância e mais amor!

O período pré-eleitoral de 2014 foi um marco para a história do Brasil, dos brasileiros e das redes sociais no país. Mas engana-se quem pensa que foi por causa do resultado das eleições. Foi na segunda metade de 2014 que as pessoas começaram a perceber (ou esquecer) que liberdade de expressão não pode ser confundida com guerra declarada de ideologias. Da noite para o dia as pessoas passaram a disseminar mensagens de apoio às suas ideias, mas sempre acompanhadas de repúdio, ódio e ofensa direta a qualquer um que não concorde com o que elas estavam dizendo.


Começou então a onda de briga de curtidas e compartilhamentos, todo mundo virou "formador" de opinião, e todos acharam que poderiam dizer qualquer coisa sem levar em consideração o público que vai ler. Nessa época também as pessoas perceberam o quanto a internet pode ser ruim. Se você não ofendeu ninguém, você pode ter perdido amigos (virtuais) pelo simples fato de que ficou quieto. Confesso que eu também errei nessa época, e fiz questão de tentar me redimir num post que ficou bem popular. Acredito ter feito a coisa certa.

Pois bem, a eleição passou, o Brasil vai bem mal, obrigado, e a ira das pessoas não se acalmou. Pelo contrário, a percepção de que o mundo precisa saber o que penso só se agrava a cada dia. Numa mesma semana nós assistimos pessoas se ofendendo porque alguém lamentou a morte de um cantor sertanejo, pessoas coloriram suas fotos em apoio a uma causa (alguns infelizmente fizeram só para aparecer, e isso é um fato), e outras pessoas começaram a criticar com apelo divino (não, não religioso, apelaram a Deus mesmo) ou então a causas diferentes! Sim, diferentes. O que a fome tem a ver com a homofobia? Nada.


Sei que posso estar, sem querer, apenas colaborando para um dos lados da história, mas de uma coisa eu tenho certeza. Deus é para todos, então a religião não pode ser usada como desculpa para criticar ninguém. Se você acredita fielmente que o outro está errado e que ele não se salvará. Paciência, você sempre fez a sua parte ao fazer o bem ao próximo, seja ele quem for. Quer dizer, você faz o bem ao próximo, não faz?

Ao disseminarmos a nossa opinião de forma ácida e ofensiva, estamos apenas nos tornando aquilo que não queremos, estamos transformando o mundo naquele que não queremos deixar para nossos filhos. Lembro dos documentários que assisti há anos atrás, que salientavam como o Brasil era um país acolhedor, onde todas as diferenças conviviam em paz. O que aconteceu com o país da tolerância? Do bom senso? Por que nos deixamos virar esse mar de provocações, ofensas e ódio?


Será que alguém vai ler este texto? Será que alguém vai entender ou só receberei criticas mentais de corações cheios de amargor? Será que é tão difícil viver a vida sem ter a necessidade de mostrar que está certo?

Se você pensou um pouco e encontrou algo para refletir, eu agradeço, mas ainda assim sei que muitos só vão voltar para a rede social e pensar na próxima forma de ofender outras pessoas...

E para quem gosta de uma legenda eu vou explicar as fotos: Um símbolo religioso não significa que estamos adorando uma estátua; uma ponte pode ser muito mais do que a ligação entre dois lados; e o diferente, o estrangeiro, aquele que muitas vezes você ofende (também) com suas postagens, pode lhe atender todos os dias e estar bem mais próximo do que você imagina.