sábado, 16 de março de 2013

Quantas vezes ficamos pelo caminho...

Era uma frase simples, a vi num filme, era mais ou menos assim: os covardes nunca tentam, os fracos ficam pelo caminho, só os fortes conseguem chegar ao seu destino. Pensar em quantas vezes ficamos pelo caminho é também refletir em quantas vezes não tivemos a coragem de tentar e, é claro, nas vezes em que conquistamos aquilo que queríamos. Ninguém é 100% forte, ninguém é 100% covarde, mas está nas suas mãos fazer a melhor combinação desses resultados e nunca se arrepender.


Seja na hora de tomar decisões econômicas ou não, todos os dias ao acordar já somos obrigados a tomar decisões que podem manter tudo como está ou mudar de formas que não poderão voltar atrás. Quantas vezes ficamos insatisfeitos com algo? Com atitudes de pessoas que cruzamos no nosso caminho, com pequenas injustiças que nos fazem ver o quanto somos frágeis, com situações que não podemos mudar, ou talvez tenhamos medo de mudar. Viver é 50% tudo que quero fazer, 30% tudo que devo fazer e 20% tudo que tenho medo de fazer. Para alguns é 90% medo e 10% obrigação. Não fique parado achando que o vento lhe trará a solução para seus problemas. Mas acredite, a estrada é tão longa que quando você resolver tudo que lhe afligia nem sequer lembrará como decidiu dar o primeiro passo. Às vezes um empurrãozinho formal, às vezes uma inspiração daquela que está ao seu lado, às vezes um simples acordar que certas coisas não precisam ser eternamente as mesmas coisas.

Um covarde pode ser aquele que nunca teve a coragem de se arriscar num determinado negócio. É covardia não investir na bolsa de valores? Não. Mas é covardia ter vontade e não tentar. É fraqueza não aumentar suas apostas quando se enxerga claramente a chance de ganhar mais? Sim, mas também é prova de pé no chão e pouca ganância. Não importa se ganhei 50 reais ou 50 mil reais. O que importa é que tomei decisões certas e na proporção do risco que eu poderia correr. É sinal de força resistir à derrubada dos juros enquanto o mundo me manda comprar? Bom, aí eu acredito que é sim um sinal de força. Mas não de uma força que irá me promover ao cara mais sábio do universo, mas sim aquela força que eu preciso para dar a minha família o que ela precisa, sem correr o risco de enfrentar as pequenas cordas no pescoço que vão enforcando aos poucos os prazeres da vida.


Já disse várias vezes e repito agora, não defendo nada, apenas dou meu ponto de vista, digo aquilo que eu acho que serve sim de solução para pessoas que tem problemas com dinheiro. É possível conviver com as dívidas? Sim, desde que você ganhe mais que elas. Porque assim não serão dívidas, mas sim contas. É inteligente pagar mais caro para dizer que tem sempre o "melhor"? Nem sempre, mas é aí que eu não julgo. Se eu bato o pé e compro sempre a cerveja e o azeite de oliva mais caros, por que os outros não podem pagar os juros do financiamento, empréstimos e parcelamentos? Cada um vive a sua vida da forma que acha mais agradável. O que eu sempre prego é que as pessoas vivam essa vida da melhor forma para si mesmas, e não para os outros. É a minha velha revolta contra a pose, a imagem, o parecer ser. Enfim, creio que mais uma vez é o tipo de recado para aqueles que não vão ler, mas de qualquer forma está marcado.

Ninguém é obrigado a gostar de carros, na verdade a grande maioria apenas os usa para ir e vir. E mesmo que diga que gosta, mesmo que "idolatre" o seu, ainda assim vai sempre olhar para o lado e julgar, vai olhar e pensar que o seu é melhor, vai pensar porque não financia e compra um carro de verdade, quando na verdade para ir de A a B basta estar disposto a sair da inércia. Seja a pé, de bicicleta, de ônibus, de Fusca ou de Novo Fusca. O que importa é se sentir bem. Talvez seja esse sentimento que muitos acham que tem mas não tem. Esses tempos eu cheguei ao trabalho e comentei com alguns amigos que o mais legal do meu velho Fusca é que eu tinha, muitas vezes, que conversar com ele enquanto dirigia. Não conversar como se conversa com uma planta, ou com um bebê na barriga da mãe, mas um conversar de tempo de troca de marchas, de dosar a força exata de pressionar a embreagem, de saber o quanto você pode virar sem que o pneu raspe no pára-lama (essa é para os que gostam de carro rebaixado). Que me desculpem os pobres mortais, mas gostar de carro de verdade é conversar com o seu enquanto dirige. É saber os seus limites e também os seus pontos fortes. E não adianta, cada um tem seu perfil, há os que gostam de carro pequeno, há os que gostam de carro grande, há os que gostam de carros fáceis, há os que gostam de desafios.


Todos os dias somos um pouco covardes para algumas questões, somos fracos para outras, mas somos certamente fortes em sermos nós mesmos. Seja forte naquilo que lhe interessa, não naquilo que interessa aos outros. Trace seu plano hoje, vá executando um a um os passos que você definiu na sua própria estratégia, mas não conte a ninguém o que você está fazendo. Espere até o momento certo de dizer que esse problema não é mais seu. Apenas as pessoas de confiança vão saber em que ponto você está, até porque ninguém ganha uma guerra sozinho. Às vezes não me resta mais nada do que disparar uma mensagem de texto para aquela que vai me dizer para me acalmar antes de levantar e chutar tudo. Mas ela está certa, porque ainda não é a hora. E essa hora chega? Sim, pode ter certeza.

O ensaio da semana não tem nada a ver com covardia ou fraqueza, as imagens são de carros que dirigi, que definitivamente não eram para qualquer um. Um Toyota Bandeirante 1964, Uma Kombi diesel 1984 e um F4000 1974.

Por fim, o vídeo da semana repete uma sugestão que já dei antes, mas é sempre interessante escutar o Rock além dos mega hits.


E só para constar, esse é o lendário guitarrista do Thin Lizzy, Gary Moore, em carreira solo.

Abraços e muito obrigado!

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