Dica para a conversa de bar dessa semana, se alguém lhe perguntar "quanto cresceu o PIB do Brasil no último ano?" Você responde: "ridículos 0,9%!" Sou obrigado a admitir que é um resultado nada empolgante, mas que sem contexto também não quer dizer nada.
De quem é culpa pelo crescimento baixo? Há diversas justificativas, das quais farão uso a situação e a oposição. Enquanto um lado dirá que a culpa é da crise internacional, o outro lado culpará o governo. Mas querem saber a minha opinião? A culpa é do próprio Brasil. Ou para ser mais específico, dos brasileiros!
A estratégia de juros baixos adotada pelo governos nos últimos tempos possui um objetivos muito claro, com o crédito facilitado há estímulo para consumo, com o estímulo para consumo há demanda para produzir, e a demanda para produzir inspira novos investimentos na industria e no setor de serviços, esses novos investimentos irão gerar empregos que trazem mais assalariados ao mercado consumidor. Pois bem, com o plano todo traçado, o que pode dar errado? Muito simples, eu vejo duas falhas no sistema. Uma delas é que a economia se baseou por muito tempo na ilusão da geração de riquezas, riquezas essas que iam parar na mão de banqueiros. Se você reduz os juros e facilita o crédito, você aumenta o risco das operações o que fez com que os bancos apresentassem resultados ruins nos últimos anos. A segunda falha está na maldita ganância de quem não abre mão de extorquir cada vez mais o consumidor. O aumento do custo de vida das famílias foi tão grande nos últimos anos que o que deveria sobrar e empolgar uma onda de consumo de produtos além da cesta básica, acabou por ser destinado a simples manutenção do padrão de vida.
Ser brasileiro está mais caro. Em diversos setores da economia os preços subiram além dos limites da realidade. E uma pequena cúpula de empresários que estão recebendo os lucros abusivos tem usado seu dinheiro fora do país. Ajudando a aumentar o PIB inclusive de nossos vizinhos. A verdade é a ganância do empresariado brasileiro está tornando a vida de muitos mais difícil. E sabe por que o povo não vê isso? Porque para compensar a estratégia de ganhar mais e mais em cima do povo, o próprio povo está podendo gastar esse dinheiro. Então a coisa fica assim, o pobre de ontem agora tem um pouco mais de dinheiro para gastar com coisas que ele nem sabia o que era, os donos do negócio agora cobram mais caro do que cobravam antigamente, a classe média que estava acostumada a pagar um preço agora é obrigada a desembolsar cada vez mais devido o aumento das demandas, e o empresário pega essa diferença e vai gasta-la em outro lugar. Como resultado o lucro dos bancos, que sempre fez muita diferença, caiu, a inflação aumentou, o empresário não investiu, apenas pegou o lucro e vazou, e o Brasil não cresceu.
E por falar em ganância, a mente humana é uma das armas mais poderosas contra o bem estar de uma população. O maldito status, a necessidade de ter que parecer melhor que o outro, acaba colocando muitas pessoas em situação de endividamento sem volta, e o pior é que elas ainda acham que tem razão. Não basta ter uma casa para morar, eu preciso provar para todos que tenho uma vida financeira estável, então eu preciso bancar churrascos para me vangloriar de ser bem sucedido. Não basta ter um carro, tenho que agir fora da razão e fazer parecer que financiar um carro, pagar um carro e meio, vender o mesmo carro pela metade o preço e assumir uma nova dívida é o que pessoas inteligentes fazem. Chega de absurdos! Ser inteligente é chamar apenas os verdadeiros amigos para assar uma carne de vez em quando, onde todos se ajudam e ninguém está reparando se sua casa precisa de umas reformas. Ser inteligente é não se endividar. É ter um carro que te leva do ponto A ao ponto B, exatamente como os outros, mas que você pôde comprar porque tinha dinheiro. Bom, já não é de hoje que o brasileiro prefere morar na favela e ter um carro zero do que investir um pouco mais em infra-estrutura e andar com o carro que der. Afinal de contas carro chama atenção e dá status. Ser feliz e não ter dívidas não são coisas que as pessoas valorizam.
Seja quem você é, e não o que os outros esperam de você. Compre o que você pode comprar, e não o que irá te fazer parecer mais rico. Deite e durma pensando no que você vai conquistar amanhã, e não como você vai pagar a dívida de ontem.
Sei que eu falo muito de carros, sei que muitos podem pensar que eu gastaria quantias absurdas para deixar um carro chamando atenção e nesse casso estaria preocupado com o que os outros vão achar. Mas a grande questão é que carro para mim é personalidade e não status. Compro o que posso comprar e equipo do jeito que me faz sentir bem. Não compro o mais novo, talvez nem o melhor, mas aquele que eu me sinto melhor. E o ensaio de hoje traz justamente carros, que não são meus, mas que me fariam sentir bem, mesmo não sendo novos. Na primeira foto, ok, um clássico Karmann Ghia, mas na sequência uma GM Caravan e por último um conceito que tem me chamado muito atenção ultimamente, que são os importados baratos equipado, no caso, uma Daewoo Nubira.
No vídeo da semana, só mais um boa música daquelas para pensar, curtir, relaxar e refletir. Não queremos ter o que não temos, nós só queremos viver, com um mínimo de paz!
É isso aí galera, obrigado!!!
Caramba Nei, vc explicou o que a maioria dos economistas da tv rodearam, rodearam, e nada falaram. Concordo plenamente.
ResponderExcluirBjos Larissa