sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Política: armas e táticas.

A política do nosso país anda tão moralmente enfraquecida que eu já nem sei mais se tenho uma preferência definida. O que está claro para mim é que os governantes perderam a noção do ridículo ao tomar suas decisões. Até admito que houve um tempo em que eu era muito da chamada esquerda que custava a aceitar os tais dois lados de uma mesma moeda, mas hoje em dia eu me preparo um pouco mais, estudo mais, leio mais e acima de tudo, presto atenção ao que acontece em volta. Como tudo na vida, também sofro com alguns pontos cegos, mas tenho mais ciência dos acontecimentos.


Quero deixar aqui a minha impressão de uma Curitiba e um Paraná que nos últimos meses foram levemente desmascarados. E o que havia por detrás da cortina não era a mesma imagem de mega aprovação ou cidade perfeita. Talvez Curitiba nunca tenha sido perfeita, mas havia uma sensação de orgulho muito maior do que a que sinto agora. Digo isso remetendo a uma época em que éramos a capital ecológica, a uma época em que inventamos e mais tarde exportamos um sistema de transporte dos mais desenvolvidos do mundo, a uma época em que Curitiba era mais Europa e menos São Paulo. Mas e agora Curitiba? Onde estás e para onde vai?

Vamos tentar por mais um canal para ver se as pessoas acordam. Nosso ex-prefeito Luciano Ducci deixou de repassar o valor que mantinha a parte pública do Hospital Evangélico em outubro de 2012. O mesmo prefeito que deixou de pagar a Cavo, responsável pela coleta de lixo, em outubro. Até mesmo o repasse prometido às escolas de samba da capital, marcado para outubro, ele deixou de fazer. O que aconteceu em outubro? Uma crise financeira? Não. Simplesmente porque em outubro o grupo político que controlava Curitiba perdeu a eleição! E deixou de arcar com suas obrigações. Essa é a cidade que vivemos hoje.


Alguns jornalistas criticam Gustavo Fruet por montar um secretariado muito técnico, recheado de professores da Universidade Federal do Paraná, alguns deles foram meus professores por sinal, e pouco político. Ou seja, com poucos vereadores e perdedores da eleição para cargos públicos nos quais não faria porra nenhuma. Estaria Fruet colocando sua reeleição em risco por falta de apoio? Penso eu que a tática do momento é fazer com que o povo volte a gostar da cidade em que vive. Eleição em Curitiba se ganha por simpatia do público, não por partido.

Sei que o blog não é exclusivo de política, mas não pude conter em dar a minha opinião formal a tantos fatos que farão diferença na minha e na sua vida em breve, muito breve.

Para falar um pouco de estado, o governador Beto Richa, talvez por inveja de uma cidade na mídia por causa do novo prefeito, refez todo seu secretariado, e aí sim, somente a base de politicagem. Com direito a Ratinho Junior e a volta do todo poderoso Stephanes à um cargo estadual. Conheço pessoalmente a figura do deputado Reinold Stephanes, que já ofereceu um churrasco a mim e uns colegas, na época  que estagiávamos na secretaria do desenvolvimento, para apresentar suas propostas de governo e fazer uma propaganda básica do filho. Confio muito na sua capacidade e acredito que o mesmo foi uma aposta interessante. Mas no fim das contas o que Richa quer é apenas estreitar a conversa que já circula nos corredores de que o PMDB o apoiará à reeleição. Já o Rato, tem gente por aí dizendo que será vice.


Se eu estivesse falando do BBB, se eu estivesse postando vídeos de sertanejo, se eu estivesse colocando fotos artistas globais famosos, meu blog teria muito mais acessos? Não sei, mas o que me move não é o número de acessos (que por sinal está chegando na marca nada humilde de 10.000!), mas sim o fato de eu falar o que eu penso de verdade, de assuntos que te interessam por mais que você não entenda ou não aceite! Economia é a ciência que move o mundo, Carro é o bem de consumo que move a industria e Rock N' Roll é o estilo musical mais importante do universo da música. E digo tudo isso sem desmerecer em nada qualquer outra opinião. Só sei que sou grato por ter a capacidade de intelecto que me faz enxergar o que nem todos conseguem ver.

O ensaio da semana é uma homenagem ao encontro do Dia Nacional do Fusca, realizado na semana passada, na PUC-PR.

O vídeo da semana é de uma das poucas bandas de uma nova geração que surgiu nos anos 1990 que conseguem, da sua maneira, manter vivo o espírito do Rock! Ainda que com uma boa pitada de tecnologia.
Aliás, algumas pessoas dizem que eu sou muito parecido com Mike Shinoda, o que toca piano no clipe.

Bom, citando o ilustre "gaguinho", por hoje é só pe-pessoal. Muito obrigado e um forte abraço!

sábado, 19 de janeiro de 2013

E vamos falar de juros, de novo!

Diz a lenda que nas reuniões do copom, o comitê de política monetária, os seus membros se juntam, pedem uma pizza, batem um papo sobre economia, carros, rock n' roll; e sim, no final eles definem a taxa de juros básica da economia. E foi assim que eles fizeram na última semana, deixando a taxa selic nos mesmo 7,25% ao ano que estava. E é para falar sobre esse interessante mecanismo de regulagem da política econômica que estamos aqui hoje.


Ouve-se muito falar nos juros, estamos sempre cercado de notícias sobre eles. Atualmente é a taxa baixa, estímulo ao consumo, a poupança (que mesmo rendendo menos está muito popular), o investimento estrangeiro que já não está tão em alta. Mas quem puxar um pouquinho pela memória vai lembra que a coisa de 10 anos atrás a mesma taxa de juros era de cerca de 18, 19%; e o que se falava era em crédito caro, a poupança não era tão bom negócio e o Brasil era alvo de muita especulação vinda de fora. Ganhava-se mais com o dinheiro parado naquela época. Hoje em dia o ato de investir tornou-se uma aventura um pouco mais e o métodos antes conhecidos viraram meras ferramentas de poupar.

As teorias sobre juros são amplas e podem nos explicar de forma simples esses movimentos políticos. Qual a intenção de um juro baixo? Com uma taxa de juros menor, o crédito fica mais barato, ou seja, paga-se menos para tomar dinheiro emprestado e para financiar bens. Uma das modalidades de crédito que mais cresceu ao longo dos anos foi a de crédito consignado, os mais velhos vão lembrar quando deixavam seu carro numa loja para vender e essa loja lhe cobrava uma comissão sobre a venda, pois bem, não tem nada a ver com isso. O crédito consignado é um contrato entre o banco e a empresa na qual a pessoa trabalha, a pessoa toma o dinheiro emprestado e as parcelas são descontadas automaticamente na sua folha de pagamento. E com a taxa de juros atual esse tipo de empréstimo é um dos mais baratos.


Outra vertente do juro baixo é no que diz respeito a financiamentos; financiar um carro está mais barato, por isso o mercado de 0km está tão aquecido que os donos de usado e semi-novos sofrem com a desvalorização na hora da troca. Um detalhe que talvez você não se lembre, uma vez colocada a placa, o seu automóvel vira um semi-novo. Tente vender um carro 2013, com 5 mil km,  na mesma loja que você comprou, três meses depois. É um carro velho! Não interessa, quem ganha dinheiro com isso é a montadora. Os lojistas são ganham no spread, eles compram seu carro por 30% menos do que vão tentar vender, e você sair feliz de zero km e dívida renovada. Que deixar claro que não estou fazendo minha tradicional apologia ao carro velho, é só um constatação da realidade.

O juro baixo tem ainda o seu conhecido efeito colateral que nós chamamos de inflação. Que é muito simples de entender, se o crédito está mais fácil as pessoas contraem mais dívidas que fazem para comprar carro, reformar casa, viajar, etc. O resultado disso é o aumento da... demanda. Aumento da demanda em uma industria que não a supre, ou que só se aproveita da situação, tem como resultado uma diminuição da... oferta. Por fim, aumento de preços de produtos da cesta básica. As pessoas estão comprando carros, televisores, e outros eletros, porque acham que essa é a hora. Na verdade sempre será a hora desde que você tenha dinheiro para isso. Por outro lado estão pagando mais pela carne, pelo leite, pelo vestuário, e nem se dão conta. Se me perguntarem se prefiro juro alto ou baixo, direi que tanto faz, o que fará a diferença é como você se adapta a esse meio, como você se protege das armadilhas de uma sociedade consumista e como você administra o que tem e o que ganha. 


E para mudar radicalmente de assunto, um parágrafo dedicado ao carro mais amado do Brasil e um dos mais queridos do mundo. Dia 20 de janeiro é o dia nacional do Fusca! Quantos outros carros vocês conhecem que tem um dia em sua comemoração? Enfim, lembro que na época eu tinha um Chevette 1983, e como é de praxe, eu vivia sondando lojas de carros. Já havia andado muito de Fusca na infância, mas a primeira vez que sentei no banco da frente de um foi numa dessas passadas em lojas. Era um branco, 1978, rodas de ferro pretas e voante pequeno. Na verdade a sensação foi bem estranha, pensei de cara que não era carro pra mim, que muito podiam gostar mas eu preferia o bom e velho estilo "the original heartbeat chevrolet". Só anos mais tarde, quando eu já tinha o bom e velho Gol tunado, que já figurou várias vezes nas fotos do blog, que surgiu a oportunidade de comprar um carro com a minha mãe e fomos atrás de Fuscas. Nessa eu achei o famoso Garfield (apelido do meu primeiro Fusca, porque ele era redondo e laranjado). E o efeito que ele fez foi tanto que eu, aí sim, me tornei mais um apaixonado por esta pequena maravilha. O laranja se foi, veio o cinza, 1981, modelo fafá, com rodinhas de liga leve e um grande potencial de marcar mais uma época. Fuscas estão presentes em momentos chave de minha vida, mas enfim, é só uma breve homenagem ao carrinho.

Para fechar com Rock, vamos para o vídeo da semana que retoma a nossa fase clássicos dos anos 1980!
Valeu galera, grande abraço e muito obrigado!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Custo x Qualidade de Vida

Hoje eu quero falar sobre um assunto que deve ser muito levado em conta quando o assunto é bem estar: quanto as coisas valem para você e quanto valem aos olhos dos outros. Seja na nossa vizinhança, no trabalho ou no trânsito, sempre estamos sendo observados e muitos dos olhos são como holofotes para quem se deixa levar pelos hábitos de uma sociedade pautada no status. Não é porque a desigualdade de renda é tão absurda no Brasil que precisamos abrir mão de todos os confortos da vida, mas comprar e se endividar por mera imagem é o que não devemos nem podemos fazer.


O status é um dos "valores" mais importantes da mentalidade atual das pessoas. Você não é nada se não tiver um carro novo, um smartphone, roupas de marca e por ai vai. Mas até que ponto tudo isso lhe faz tão bem? A resposta é que se pelo menos uma dessas aquisições está lhe tirando o sono ou lhe fazendo refazer as contas antes de decidir sair no fim de semana, você caiu na armadilha do consumo e sua relação custo x qualidade está seriamente prejudicada. Não falamos de uma sociedade onde alguns ganham muito e muitos ganham bem menos, há anos atrás certas coisas eram privilégios das classes A e B e os pobres mortais nem imaginavam. A internet e a mídia ajudaram a trazer mais perto as coisas que não tínhamos acesso. E o preço disso é a dívida x a imagem. Se você quer você pode, mais você irá pagar o meu lucro, que também aumentou. Se a classe C já pode viajar para a Europa, a classe A (que é dona da agência de viagem e talvez da companhia aérea) passa as férias em Dubai.

Estava eu tranquilo voltando do trabalho em meu Fusca enquanto pensava, qual seria o percentual daqueles carros que estavam rodando em minha volta que foram comprados sem sequer cinco mil reais de entrada e as prestações estão à perder de vista. Lógico que eu abro mão de muita coisa, abro mão de um bocado de conforto, abro mão de uma motorização mais forte, abro mão de ser normal naquela hora. Mas ganho o estilo impagável e o sentimento, que conquistei com muito esforço, que é o de não me importar com a opinião dos outros com relação ao que eu tenho! Me importo sim com a sua opinião quanto aos meus textos, me preocupo em agradar e cativar leitores, me preocupo em ser uma alternativa agradável de leitura para quem gosta de refletir sobre os temas que moldam esse blog. Mas não me importo no que os que estão em volta pensam quando eu passo em meu Fusca levemente rebaixado com rodas de liga leve e um carisma que só o carro do povo tem!


Você sabe quanto os senadores da república ganharam em dezembro de 2012? Com o salário normal, 13º, bonificações e outros extras, o bruto em seus holerites foi de aproximadamente 80 mil reais! Lembro quando esse valor era suficiente para comprar dois apartamentos nos conjuntos residenciais da região do boa vista aqui em Curitiba. Hoje ainda da pra comprar um ap usado. Mas não é nisso que os políticos gastam. Brasília é a cidade no Brasil onde mais se consomem automóveis de luxo (leia-se com valores entre 100 e 500 mil reais). Acho que já sabemos onde vai parte do salários dos nossos parlamentares. O que eu acho mais legal é que somos nós é que pagamos essa conta. Ou seja, eu que ando de Fusca, eu que sofro para financiar um Uninho zero, porque mesmo que a calota seja opcional e o carro nem venha com marcador de gasolina, é zero! Eu ajudo a bancar a Mercedes, Bmw, Land Rover e outros carrões que nossos políticos usam para desfilar por aí.

Recentemente ouvi ainda a história de um cara muito rico, empresário, desses que compram carros como Evoque, o Land Rover mais estiloso que já se produziu. O carro da primeira foto. Mas o cara não está nem aí, ele compra o carro porque tem dinheiro, usa como se estivesse dirigindo o Gol quadrado que eu usava quando era motorista de estofaria, ou seja, sem a mínima consideração. Que me desculpe meu antigo chefe se um dia ler isso, mas o golzinho era levado ao extremo e não só por mim. Ele também dirigia assim. Mas essa não é a questão, a questão é que o dono do Evoque não dá valor ao que tem, porque sabe que poderia ter uma frota desses. Se um dia eu conseguir comprar uma Pajero daquelas usadas já vou trata-la como se fosse de ouro! É tudo uma questão de valorizar aquilo que você conquista e não deixar, jamais, que o sucesso lhe suba a cabeça!


Às vezes as pessoas me perguntam se eu sou rico, ou então, quando me conhecem, me perguntam como eu não sou rico se entendo tão bem desses assuntos. A verdade é que eu raramente reclamo de dinheiro e ao mesmo tempo estou sempre reclamando. De fato eu não sou rico, só sei me virar bem com o que ganho, mas o custo disso é a disciplina para não se endividar por status e não gastar mais do que ganho. Tudo bem, o Fusca não é meu único carro, mas foi algo que veio com o tempo, muito esforço e cabeça no lugar para não dar um passo maior do que a perna.

Só o que sei é que a imagem não valerá nada quando você for dormir de noite e lembrar daqueles boletos e faturas de cartão de crédito. Não se importe se você não tem o carro mais bonito, não se importe se você não tem o melhor celular, não se importe. Seja feliz com quem você é, com o que você tem e com a vida que leva. As coisas vão melhorar, elas sempre melhoram. No final tudo dá certo, se ainda não deu, é porque não chegamos ao final.

No ensaio da semana uma prévia dos carros que falamos ao longo do post. E no vídeo, uma banda gaucha daquelas boas para relaxar e refletir.
Abraços e muito obrigado!!!