sábado, 8 de junho de 2019

Se ainda não é hora de colher é porque pode ser de plantar.

Na última sexta tive um daqueles dias difíceis, mas que me fez lembrar outros dias. Quando você chega cedo, acha que está tudo correndo bem, acha que está começando a entender, que está fazendo o que se espera de você, mas de repente um programa não roda, você deixa de prestar atenção em um número e tudo sai do controle, o dia acaba muitas horas extras depois e a sensação é de fracasso.

Eu estou descrevendo o ontem, mas poderia estar descrevendo algum momento de 2016, ou poderia estar descrevendo algum dia de trabalho típico de 2010. De banco em banco eu já tenho quase 15 anos nesse ramo, e se tem uma coisa que eu posso garantir é que eu enxergo de maneira inquestionável uma carreira em construção.


Cada nova área, cada novo banco, cada nova equipe representa um começo de novos degraus, cujos primeiros parecem ser gigantescos. Eu chego e fico olhando, perdido, sem entender nada do que está acontecendo, muitas vezes sem uma ajuda humana adequada, pois você é novo num lugar de pessoas que estão vivendo cada um a sua carreira, e você não tem ideia de que momento elas estão.

Algumas novas fases são bem mais difíceis que outras, talvez porque em certos momentos o que se espera de você é muito mais do que você era até o ano passado. Ou então porque você se preparava para ser um alguém, e de repente a vida disse que você deveria ser outro, numa nova cidade, num novo mundo, com um fardo que só você saberá qual é.


Olho ao redor, não vejo ninguém, pego meu hatchback prateado, meu único amigo nessa jornada que às vezes parece insuportável, mas que do nada tantos meses já se passaram. Pego um avião, vou ali, milhares de quilômetros ao sul, pois ali está a minha verdadeira paz. Sorrisos sinceros, conforto e amor que me fazem erguer de novo a cabeça e enfrentar esse mar estranhezas.

Eu não sei pra onde essa tal carreira vai me levar, mas eu sei que tenho que continuar a ser quem eu sempre fui, me dedicar no ritmo e intensidade que eu sempre me dediquei, esperar o tempo certo de certas coisas, olhar os detalhes de novo, repensar, me adaptar, e seguir no meu caminho. Eu vou fazer isso e não importa o resultado, o que importa é a jornada.


Talvez eu seja um cara estranho, eu costumo falar com as pessoas, eu fico feliz de verdade pelas conquistas dos outros. Eu também desaprovo mentalmente algumas atitudes dos meus amigos, ninguém é perfeito, muito menos eu. Mas acima de tudo eu sei, que não se colhem vitórias todos os dias, é preciso trabalhar muito para obter as conquistas, pelo menos comigo sempre foi assim.

E sei também que num histórico vasto de grandes celebrações, eu sou diferente, porque não preciso dizer num grupo de whatsapp qualquer que estou na disney. Colegas de curso, de área, de ocasiões, não precisam da sua arrogância que no fundo é só uma atitude de desespero de quem não tem com quem compartilhar as coisas boas. Talvez porque gente assim nunca deu valor às conquistas dos outros.


Faça seus planos em silêncio, pois alterações sempre serão necessárias. Compartilhe suas conquistas com as pessoas certas, pois alguns amigos ficarão felizes e outros com uma ponta de inveja. Mas se você o fizer com as pessoas erradas você terá maior parcela de inveja e uma quantia perigosa de energias ruins de pessoas que não tem força para lutar e querem nivelar o mundo por baixo.

Fatos em fotos, primeiro o meu amigo, o hatchback prateado. Depois o meu lendário hatch prateado de quando comecei essa carreira, por fim o meu hatch preferido, que poderia ser até um SUV, mas que é simples assim porque não precisava ser melhor que isso. Então o negócio é respirar fundo, ver de novo alguns detalhes e seguir no caminho certo! E o vídeo, é uma pequena homenagem a ela, que me faz sentir renovado!