terça-feira, 30 de maio de 2017

Guia dos Sonhos - Lamborghini

De longe já se avista a grande placa, ao se aproximar do endereço já se escutam os motores rasgando a pista de 2,4 km, e tudo isso vai compondo o clima de uma das muitas atrações daquela louca cidade. Não há muito tempo à perder, é escolher o carro, pagar, assistir uma aula de 10 minutos sobre como pilotar no traçado, capacete na mão e vai pra pista! Mas não sem um instrutor dentro do carro, e é nele que você precisa prestar mais atenção. No guia de hoje, uma das marcas de esportivos mais icônicas da história, Lamborghini!


A história dessa marca italiana de supercarros já começa fora do padrão. Um já bem sucedido fabricante de tratores resolve comprar uma Ferrari como seu carro pessoal, no entanto, ele percebe que mesmo sendo uma super máquina, o carro podia melhorar. Ele achou que por pagar tão caro, a fábrica estaria aberta a ouvir sugestões, mas foi ignorado pelo comendador Enzo. Pois bem, Ferruccio Lamborghini saiu e decidiu construir um carro melhor que a própria Ferrari. Deixando as preferências pessoais de lado, que ele chegou no mínimo à igualdade, isso ele fez!

Eu não tenho razões técnicas para explicar, até porque no mundo dos carros muito é movido por paixão, mas eu escolhi a Lamborghini. E foi naquela Gallardo verde que entrei para dar algumas voltas no circuito do Speed Vegas. Banco ajustado, motor ligado (e aquele ronco), engata a primeira na borboleta atrás do volante e vai acelerando devagar, teste de frenagem, aguarda o sinal na entrada da pista, liberado e pé no chão! Lógico que as primeiras curvas são só para entender como o carro funciona.


A Lamborghini foi fundada em 1963, e até os dias atuais apresentou modelos que são verdadeiras lendas no mundo dos automóveis. Começando pelo Miura, passando pelo Countach (impossível acreditar que trata-se de um carro dos anos 1970), Diablo (talvez o carro mais emblemático dos anos 1990), Murcielago, Gallardo, Aventador e Huracan. Além do Jipão LM ainda nos anos 1980 e coisas de outro mundo como a Sesto Elemento. Definitivamente é uma marca dos sonhos, tanto quanto Ferrari ou Porsche para outras pessoas. A escolha é pessoal.

Após algumas curvas bem feitas, chega o início do retão e o instrutor apenas diz "Go!". Aí você enfia o pé no acelerador, perto dos 7mil giros engata a quarta marcha e segue pisando até a marca de frenagem. Senta o pé no pedal ao lado e contorna a curva em "S" antes de começar tudo de novo. Foram só 5 voltas rápidas e mais uma de retorno aos boxes, mas a sensação é de que valeu a pena. Os quase 2,5 km foram percorridos em 1m29s, com máxima atingindo pouco mais de 220 km/h.


Gallardo ano 2013, motor V10 5.2 de 550 cavalos. Dito isso já fica fácil de imaginar porque trata-se de um carro dos sonhos, mas é ainda mais do que isso, trata-se daquele carro que você sempre achou que fosse impossível até de chegar perto de um, pois não há muitos por aí. Agora que passou é até fácil olhar para trás e pensar que era apenas um carro, e de fato para dirigir não há mistério nenhum, mas nunca deixará de ser uma Lamborghini.

Aqui no Brasil uma Gallardo custa em torno de R$ 700 a 800 mil reais e são as Lambo mais fáceis de encontrar, mas nem é necessário dizer que esse tipo de carro não é só preço de compra. Entre seguro e IPVA da pra comprar um bom carro todo ano, sem falar que trata-se de um 2 lugares que não mede esforços na hora de consumir gasolina. Enfim, não é um sonho como Mustang ou Camaro, que até é possível de manter, é um sonho que é melhor aproveitar um pouquinho do que apostar em ter. Talvez isso torne as coisas ainda mais mágicas.


Eu sei que o vídeo de hoje não é de Rock, mas há uma razão para isso, essa música tocava nas rádios da Califórnia de 5 em 5 minutos! Não tem como não colocar ela aqui, hoje! E nos modelos, todas fotos de Las Vegas, a Gallardo que eu pilotei, uma Spyder que está disponível para você curtir pela cidade ao custo de U$ 399 dólares e a Countach de Danny "O Louco" da Count's Kustoms! Obrigado e aquele abraço!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Guia do Usado - Bmw Série 3

Nenhum automóvel que se preste figura sem seu rival. Não importa se é briga de gente grande como Ferrari e Lamborghini (aliás essa história envolve rivalidade de verdade, um dia eu conto) ou briga do dia a dia como eram Gol e Palio entre 1996 e 2008. A questão é que grandes automóveis tem grandes concorrentes. E se falei antes, da famosa Classe C, hoje é o dia do esportivo, da personalidade e exclusividade. Uma BMW é sempre uma BMW, mas se você tiver um Série 3 você tem um verdadeiro clássico.


Ele nasceu da evolução do BMW 2002 dos anos 1980, mas como Série 3 ele surgiu em 1992. Desde sempre mais invocado e esportivo que a Mercedes, há muitos detalhes técnicos que diferenciam as duas marcas, mas sempre deixo claro que meu objetivo é plantar a semente do interesse, e não de apresentar ficha técnica com dados muito específicos de cada modelo. São dois submodelos dentre da Série 3 que merecem menção, o Compact (versão hatch, muito comum no mercado de usados) e o M3, versão esportiva 2 portas.

Uma das principais reestilizações do modelo foi em 1998, confesso que esse é o meu preferido entre quaisquer outras versões da linha, ele manteve o perfil básico de um 325i, mas com alterações na grade, faróis e traseira que são muito significantes. Esse conjunto, com um belo jogo de rodas aro 18, sinceramente, chama muito mais atenção que as novas. Não é só uma questão de ter grana, mas sim um símbolo de personalidade. Bom, eu penso isso do meu Omega, então, quem sabe um dia.


Outras mudanças vieram em 2006 e 2013, todas também muito bem aplicadas, o carro nunca negou seu DNA. No entanto, a marca teve uma diversificação mais agressiva em sua linha, disponibilizando modelos SUV, além do Série 1, que também ajudou a migrar muitos compradores. A sensação geral é de que BMW vende mais que Mercedes, mas que o Classe C pontualmente vendeu mais que a gama da Série 3, principalmente pós 2005.

Seguindo a mesma linha de raciocínio de outros modelos, o que vale aqui é a qualidade de um BMW e ser reconhecido por quem realmente entende de carro. Pois um Série 3, sobretudo os mais antigos, são discretos. Qualquer Golf amarelo chama muito mais atenção que um 323 1998, mas quem entende de carro sabe o que é um 323. Eu não me considero uma pessoa invejosa, até porque a vida é feita de prioridades e cada um sabe das suas, mas há tanta gente dirigindo verdadeiros clássicos por aí, que não entendem nada sobre suas máquinas.


Assim como há muitas pessoas quem sequer carro tem, que só gostariam de ter a oportunidade de ter um pra chamar de seu. Eu sempre gosto de lembrar que meu primeiro carro foi um Chevette 1983, comprado por R$ 2.200 reais. Esse foi o pontapé inicial de uma vida de interesse e paixão pelo mundo dos automóveis. De lá pra cá já tive dezenas de carros, mas a grande maioria deles nunca custou tão caro quanto o modelo financiado que muita gente dirige por aí.

O que quero dizer com tudo isso, é que se um dia eu comprar uma BMW dessas, eu darei o devido valor à ela. Valor que eu dou ao meu Opala estranho 1990 ou que eu dava ao meu Celta básico 2006. Aí percebo que já entrei em órbita e voltei. Uma 325i de 1995 vai custar na casa dos R$ 20 mil reais, valor que sobre para R$ 30 mil na 323 ano 2000. As versões 2006 vão ser encontradas a partir de R$ 55 mil e as mais novas, pós-2013, já reserve aqueles R$ 100 mil básicos.


Nas imagens, uma 325 1996 e duas 330, uma 2001 e outra 2015. E pra fechar, ainda homenageando Chis Cornell, agora com um versão que ele apresentava no seu show acústicos, Redemption Song. Aquele abraço!

terça-feira, 23 de maio de 2017

Guia do Usado - Mercedes-Benz Classe C

Alguns modelos são o símbolo de determinadas marcas, mesmo que o fabricante seja muito mais antigo, sempre há aquele carro que ajudou a mudar a sua história, seja por uma inovação tecnológica ou ainda por um desempenho de mercado surpreendente. No Brasil essa peculiaridade ainda pode estar aliada a um veículo que foi responsável por deixar a marca conhecida em território nacional. No caso da Audi, foi o A3, para a BMW certamente o Série 3. E o texto de hoje é sobre o ícone da Mercedes, o Classe C.


Mesmo que eu já tenha falado isso muitas vezes, para muitos carros, com certeza um Classe C é um carro com o qual eu sonho. E é lógico que eu me reviro ao mais antigo. Lançado em 1993, com todos os traços do 190E, porém de menor porte, a Classe C veio para conquistar espaço, tal qual a Audi fez com seu A3. A primeira geração fez um grande sucesso por aqui e hoje em dia ainda é muito valorizada no mercado de usados. Seu desenho foi o mesmo até 2000 e é um clássico com grandes faróis quadrados e a estrelinha no capô.

Em 2001 veio a primeira mudança mais radical, com clara inspiração em outro ícone da marca, o Classe E (ainda teremos um texto só dele), a frente exibe dois faróis redondos unidos pelo centro do conjunto. No restante do conjunto, o porte e status se mantêm o mesmo, apenas com uma boa atualização. Esse desenho chegou para brigar com o BMW Série 3 de 1998, já desde os primórdios que esses dois automóveis são os grandes rivais entre os alemães de luxo. Seguidos à alguma distância pelo Audi A4.


Seguindo a evolução do modelo, a próxima geração chegou em 2007. Desta vez com um design agressivo e invocado, os faróis são afiados em sintonia com a frente do carro. Esse modelo teve a boa aceitação de sempre, mas o modelo como um todo perdeu um pouco de contato com seus compradores mais tradicionais. E talvez por isso mesmo, a versão posterior a esse está fazendo tanto sucesso. Lançada em 2015, a atual geração tem um ar retrô. Com faróis e cantos arredondados, remetendo à clássicos da marca talvez anteriores aos anos 1970.

Com certeza o fato de ser uma Mercedes-Benz já diz muito sobre uma máquina dessas, mas o que me chama atenção mesmo no Classe C é o porte médio, desenho sóbrio, acompanhando, aí sim a marca da estrelinha. Sim, embora eu goste muito de automóveis chamativos, eu tenho um linha clara em mente quando o assunto é carro bonito. Chamar atenção de quem entende de carro e ser discreto no dia a dia é um ideal difícil de conseguir. Você pode andar com um carro amarelo, ele chamará atenção, mas isso por si só não significa nada.


A primeira geração do Classe C é imponente, clássica e discreta. É um carro fácil de usar no dia a dia, deixa claro que você está de Mercedes e pode ser usado até para levar noiva na porta da igreja. Um sedan para quem entende de carro e gosta de carro. Entre ele e a BMW Série 3 você precisa escolher entre ser sóbrio e ser descolado. A diferença é que ser descolado depois de certa idade é sinônimo de brega. E aqui eu me refiro à idade do carro mesmo. Um BMW vai bem a partir de 1998, já entre 1993 e 2000 o Classe C é imbatível.

É sempre difícil falar em preços de um automóvel que depende mais do seu estado do que de anos e versões, pois muitas vezes um modelo mais antigo pode valer mais que o novo, ou a versão de motor mais potente pode ser mais barato que um dito mais simples. Enfim, entre 1993 e 2000 é comum encontrar um C180 na casa dos R$ 20 mil reais. Isso vai subir para R$ 35 mil num modelo 2004 e R$ 60 mil nos acima de 2007.  Mas se você está de olho na última versão, aí prepare uns R$ 120 mil por um usado.


Nos modelos, um C230 de 1996, um C180 de 2015 e um C200 de 2004. E no vídeo, quero registrar minha homenagem ao vocal de duas bandas muito significativas que nos deixou recentemente, RIP - Chris Cornell. Um abraço à todos!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Guia do Antigo - Kia Besta

Não sei se da pra chamar de antigo um carro que saiu de linha "agora" em 2005, mas de qualquer forma as versões clássicas são lá dos anos 1990, então vai ser assim mesmo. Ela foi talvez a única a conseguir ameaçar, ainda que de longe, o domínio da Kombi como veículo versátil de uso misto. Com a abertura das importações, e a chegada dos automóveis coreanos, ela veio à trabalho e cumpriu muito bem o seu papel em pouco mais de 10 anos no mercado brasileiro. A Besta!


Se o nome sempre foi motivo de uma piadinha, não se pode dizer o mesmo de sua capacidade de carga e transporte de passageiros. Até maior e mais potente que a Velha Senhora, a van da Kia Motors ainda vinha com motor à diesel, o que para alguns é um problema, para muitos é visto como vantagem na economia de combustível. Outro fator de peso é que a Van coreana tinha equipamentos que a nossa nunca teve, como vidros elétricos, travas, ar condicionado e direção hidráulica!

Foram três desenhos básicos, a primeira versão entre 1993 e 1997 era mais reta, mas o mais incrível é a semelhança em construção com o projeto da Kombi. Aliás, as mudanças de 1997 na Volkswagen é que vieram para deixa-la mais competitiva frente às coreanas. Em 1998 houve uma mudança geral, arredondando e a deixando com aparência maior. Entre 2004 e 2005 a sua última reestilização anabolizou bastante a frente, mas também foi o ultimo modelo à disposição.


Além da básica versão furgão e da normal de passageiros, havia uma versão Grand, que transportava até 16 pessoas. O motor mais comum era o 2.7, mas houve uma versão 2.2, mais simples e a Grand era disponibilizada com um 3.0 nos últimos anos. O seu mercado foi comprometido com a chegada de Vans efetivamente maiores, como a Sprinter em 1997 e depois os modelos mais variados da Fiat, Peugeot, Citroen e Renault. Já a Kombi continuou sua caminhada tranquila, consagrada,  e só foi traída pela legislação. Saiu das fábricas para entrar para a história.

Hoje em dia bem incomuns nos centros urbanos, essas Vans de uso familiar podem ser encontradas servindo grandes famílias (de mais de 7 integrantes) que precisam se deslocar todos juntos, mas que são de baixo poder aquisitivo. As famosas escolares tem prioridade de veículos mais novos, talvez uma ou outra empresa sem cumprir 100% da legislação ainda use alguma. O fato é que, como todo veículo de trabalho, difícil é encontrar um em ótimo estado para poder fazer um uso particular.


Seja na versão furgão ou na versão de passageiros, eu considero a Besta um veículo muito simpático e consigo visualizar ela como um excelente carro de apoio para quem precisa transportar cargas que necessitam de uma proteção contra o tempo e também uma opção para quem precisa levar bastante gente e quer um veículo barato. É lógico que há mais Kombi no mercado e são mais confiáveis, mas não há mal nenhum em querer algo diferente. Com certeza é uma alternativa original.

As três "gerações" do modelo possuem uma média de preços bem definida. Enquanto as mais antigas ficam em torno de R$ 15 mil reais em unidades boas para uso, as 1998 em diante sobem para a faixa dos R$ 20 mil, com a vantagem de serem encontradas em melhor estado. Apesar de que eu acho mais bonita a clássica 1995. Já as últimas unidades já tem uma valorização de acordo com seu ano, podem superar os R$ 35 mil reais, o que já as tornam caras se o objetivo é um carro alternativo. Uma coisa é certa, essa aqui, de Besta só tem o nome.


Uma Van 1998, uma versão mista de 1995 e uma última versão 2005. É isso aí pessoal, aquele abraço!