terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Guia do Usado - Nissan Sentra

Neste momento, estamos vivendo a febre SUV, mas cerca de 10 anos atrás (talvez até um pouco antes) outra categoria de automóveis estava vivendo seu turbilhão no mercado nacional. Foi a era dos sedans médios. Encabeçados, é claro, por Civic e Corolla, esses carros familiares e esportivos fizeram a cabeça de muita gente. Toda marca precisava ter seu representante, e para a Nissan, tradicional montadora japonesa, iniciando uma nova fase no Brasil, não era diferente. Eis que veio com tudo, o Sentra.


O que nem todo mundo sabe, é que passaram pelo Brasil outras duas gerações do sedan japonês. A primeira vez foi na abertura das importações, entre 1991 e 1997 a Nissan vendeu aqui o seu veículo, que na época concorria com os clássicos Vectra, Santana, além é claro dos seus conterrâneos como Civic e Corolla. Após uma decisão de negócios, a Nissan saiu do Brasil por um período, retornando apenas no início dos anos 2000. Em 2004 o Sentra estava de novo nas ruas, mas é raro encontrar um dessa safra.

O modelo que marca a reentrada da marca é apenas o Sentra 2007, famoso naquela propaganda do carro de tiozão. Um sedan conservador, muito espaçoso, alia bom desempenho e economia, além é claro da já consagrada mecânica nipônica. Esta geração é hoje uma pedida para quem quer um carrão, mas ao mesmo tempo discreto, e por um custo bem acessível. Os pontos negativos seriam justamente o pouco status, já que é um automóvel que praticamente não chama atenção e a desvalorização, comum há alguns importados.


Em 2014 e depois em 2017 o Nissan se renovaria mais um vez, aumentando em tamanho e classe, apesar da marca ainda fazer parte daquelas que não dominam o mercado, agora o Sentra é um carrão capaz de bater de frente com rivais até mais nobres como Azera e Fusion. Não que isso signifique tanto assim, uma vez que nenhuma marca conseguiu desbancar a outra dupla japonesa dessa categoria. Aliás, a última geração do Corolla, nem o Civic conseguiu alcançar.

O que eu gosto da categoria dos sedans é que eles são mais carros para quem gosta de carro, são modelos mais baixos e geralmente mais esportivos que um SUV independente do porte. Uma pena essa última categoria ter praticamente aniquilado as Peruas do mercado. Desde quando pode-se substituir uma Fielder por um Rav-4 e cia? A velha Quantum, ou ainda a inabalável Suprema que o digam. Hoje em dia é tudo muito Jipinho urbano.


Mas voltando ao Sentra, sem dúvida a versão de melhor custo benefício nesse momento é a geração 2007/2013, ainda que seja o mais sem graça de todos, por tudo que o automóvel oferece acaba valendo a pena. Como seus donos anteriores não são os típicos boys de meia idade, as chances de encontrar um carro em estado impecável é muito grande. Tanto nas opções de câmbio manual como na excelente CVT, um Sentra resolve a vida de um pai de família que quer conforto nas viagens e tranquilidade no dia a dia.

A versão que recomendo pode ser encontrada em torno de R$ 25 mil reais, o que é um preço bem interessante por um automóvel dessa categoria. A de anos 2004 a 2006 é possível de encontrar também, seus modelos variam em torno de R$ 15 a 20 mil. Os antigões existem por aí, normalmente abaixo de R$ 10 mil. E os novos, acima de 2014 prepare mais de R$ 40 mil reais. O Sentra na realidade é um clássico japonês, nós é que não temos tanta intimidade com ele.


Eu até tinha imagens do modelo 1994, mas ninguém iria dar muita importância, então optei pela trilogia 2006 / 2008 / 2015 para ilustrar o texto. Por hoje é só galera, aquele abraço!

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Guia do Usado - Daewoo Espero / Lanos

Se não me falha a memória, a Daewoo foi a primeira marca coreana a ter uma gama mais completa de carros aqui no Brasil, mesmo tendo vindo junto com outras clássicas como Kia, Hyundai e Asia, estas três eram mais dedicadas às Vans e pequenos caminhões. Empresa do Grupo GM, além do subcompacto Tico, categoria que nunca decolou por aqui, a marca ficou famosa mesmo com seu sedan médio feito sob a plataforma do Monza. O Espero é um clássico dos anos 1990, e no texto falamos um pouco sobre outros modelos também.


Disponível entre 1994 e 1997, mesmo ano que foi substituído pelo Lanos que foi até 1999, o Espero é um sedan de linhas retas, bem ao estilo do início dos anos 1990 e que não faz feio nas ruas. Completão de fábrica, vinha com o 2.0 de 120cv do nosso Monza sob o capô. Seus bons tempos foram no início dos anos 2000, quando podia se encontrar um exemplar em excelente estado por um preço atrativo. Hoje em dia, infelizmente, é bem raro encontrar um que valha a aposta. Mas o conforto e potência dignos de um GM estão lá.

O Lanos já foi um concorrente de automóveis como Escort Zetec e outros da mesma linha, é um sedan pouca coisa menor, mas com padrão de carro mais caro. Um desenho já bem arredondado, harmonioso e, claro, também completo. Sua motorização é 1.6 com muitos componentes do Corsa. Apesar de ser pouca coisa mais novo que o Espero, ainda é possível achar Lanos em estado que vale a aposta, é um carro de nicho, mas pelo mesmo preço de um Corsa básico você sai com um sedan muito bem equipado.


Há outros modelos menos comuns da marca rodando por aí, talvez o mais emblemático seja o Super Salon, um sedan com motor de Omega, porte avantajado e desenho sóbrio. Há também modelos como Prince, Leganza e Nubira, este último encontrado na versão wagon, como uma belíssima perua, que nos anos em que esteve no mercado, dava um banho de tecnologia e conforto em qualquer Parati, Corsa, Palio e outras. Em termos de categoria ela era mais uma Ipanema (muito melhorada) do que a própria Corsa.

Já deu pra perceber que comparei muita coisa com Chevrolet, mesmo que a marca seja Daewoo. Sim, pois como falado, são marcas do mesmo grupo e nesse caso específico elas compartilham muitos componentes. Qualquer problema que você tiver de mecânica, não se desespere, peças do Kadett, Monza e Corsa são bem vindas nesses modelos. O problema é mesmo se você tiver alguma avaria na lataria, aí sim fica bem difícil de achar peças. Sabe aquele cuidado que você tem para não bater? Tenha o dobro com esses carros. Eu era assim com a minha Seat.


Eu acho que esse texto é dedicado não às pessoas que estão procurando um carro único, um carro para a família, mas sim às pessoas que estão em busca de um segundo carro e tem coragem de inovar. Pois com esse custo x benefício é difícil de achar. Na minha opinião, para quem não quer um carro com aparência de velho, o Lanos oferece muito pelo preço que se encontra. Tudo bem que entre o Espero e o Monza, o segundo é melhor, mas o Espero é bem mais exclusivo.

Então fica assim, tanto um bom Espero, completo e em estado não deplorável, quanto um Lanos em dia, pronto para usar sem medo, vão ser encontrados na casa dos R$ 10 mil reais. Um Tico pode ser encontrado até por R$ 5 mil, para quem é fã do Gurgel mas não o encontrou, talvez seja uma opção, indico ainda um Subaru Vivio. E por fim, e isso eu repasso como fato observado, um Super Salon, em estado aparentemente excelente, foi visto recentemente por R$ 15 mil reais. Há carros para todos os gostos e bolsos, basta você encontrar aquilo que gosta.


E começamos com um Espero 1995, seguido de um Super Salon de mesmo ano e um Lanos 1999 para fechar. Um pouco de Engenheiros pra vocês, porque "a medida de amar, é amar sem medida". Aquele abraço!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Guia do Usado - Citroen C4

Revisando meus arquivos, vi que eu até citei esse carro há uns tempos atrás, mas não relatei motivos para ter ou não escrito sobre ele. A questão é que se trata de um modelo (e uma marca) que convive entre admiração e receio do consumidor. Ao mesmo tempo em que sabemos da qualidade e exclusividade de seus automóveis, a sua desvalorização acentuada e manutenção de valores elevados assusta a maioria das pessoas comuns. Hoje falamos sobre a linha C4 da Citroen.


O C4 é um modelo que me atrai mais pelas estratégias de marketing adotadas pela montadora do que pelo carro em si, lógico que trata-se de um automóvel sofisticado e que chama bastante atenção, mas a forma de colocação no mercado (como veremos a seguir) demonstra um claro objetivo de visar públicos bem definidos e aos poucos ir abrangendo mais. Prova disso é que a versão 4 portas só chegou ao Brasil 4 anos depois da apresentação e também foi responsável pela descontinuidade do 2 portas.

Então foi mais ou menos assim, em 2006 a Citroen lançou o C4 VTR, um hatch esportivo de 2 portas, cujo principal destaque era o vidro traseiro dividido em 2 por causa de uma espécie de aerofólio / spolier. Apenas em 2009 foi lançado o hatch de 4 portas, aí sim um modelo mais normal, mas ainda assim muito interessante. Porém em 2008 veio ao Brasil o Pallas, um sedan quase tão grande quanto um Omega, que foi vendido até 2013. O VTR foi descontinuado em 2009 e o 4 portas seguiu até 2014.


Em paralelo a história acima, outro sobrenome de peso da Citroen veio a utilizar-se do C4, trata-se das minivans Picasso e Grand Picasso que povoam as ruas desde 2008. Já em 2014 a Citroen substitui o Pallas pelo sedan Lounge, todos com o nome de C4, e no fim do ano encerra o hatch. Hoje em dia é neste Lounge que repousa o nome do modelo. Hoje então, apenas um sedan médio sofisticado, mas que continua com a discreta presença nas ruas de outros Citroen e Peugeot de categorias superiores.

E falando em Peugeot, nunca é demais lembrar que essas duas marcas pertencem a um mesmo grupo, PSA, e que compartilham muitos itens de mecânica e plataformas de automóveis. O exemplo clássico é nos populares 206/7/8 e C3, que quase sempre dividem a motorização. Isso é relevante no sentido de que a manutenção de ambos é muito próxima em termos de valores, e nós já sabemos que não é dos mais atrativos.


Recentemente tive a oportunidade de testar um C4 automático, além do volante de miolo fixo (característica desse carro) pude perceber que o 2.0 casa bem com o câmbio, garantindo boas retomadas e um desempenho compatível com a capacidade cúbica do motor. Um ponto de atenção deve ser nas peças de funilaria, já que o carro avaliado estava com um farol paralelo devido a uma pequena batida, e o mesmo não se encaixava corretamente. Pude notar posteriormente que isso é bem comum na linha C4 devido ao alto custo das peças.

Então vamos às ofertas, pois aqui que mora a oportunidade. Um C4 VTR 2006/2007, um hatch esportivo e exclusivo, pode ser encontrado a partir de R$ 25 mil reais. Esse é o mesmo valor do sedan Pallas, que impõe muito respeito nas ruas e tem um visual que não envelheceu ainda. Até mesmo o hatch 4 portas 2009 pode ser encontrado por esse preço. Mudando de categoria, quaisquer C4 Picasso em bom estado vai começar na casa dos R$ 35 mil. E os novos Lounge, de 2014, partem de R$ 45 mil. Para quem quer um carrão e não tem medo de manutenção mais salgada, está aí mais uma dica!


O esportivo VTR de 2006, um pacato 4 portas de 2010 e um Pallas 2008. Aquele abraço!