sábado, 9 de agosto de 2014

A história do menino que queria vender carros.


A foto acima é um dos poucos registros que tenho dos primeiros carros da família. Justamente no dia da troca, vai o Golzinho Chaleira 1981 e vêm o Gol GL AP 1990. Observe pelos carros na foto que o mercado de usados da época era recheado desses carros velhinhos. Um Passat ao fundo, Ipanema, Fiorino e até um Santana. Esses carros foram da minha irmã, o mais velhinho eu não tive idade, mas o AP foi o primeiro carro que eu dirigi de fato!

E é sobre isso que fala o post de hoje, é a história de um menino que começou simulando que dirigia num Gol chaleira e que hoje têm orgulho de dizer que já conseguiu um espaço nesse mercado. Sou um vendedor? Sou dono de loja? Não. Mas numa trajetória de 12 carros em 12 anos, todos à vista e sem comprometer minha renda com parcelamentos absurdos, eu me considero sim um vencedor. Lembrando que são carros baratos, carros simples, que qualquer um pode ter, sem dívidas, sem aperto, e o que pode decepcionar alguns, sem ostentação.

Então vamos lá, tudo começou com um Chevette 1983 de 2 mil reais. Sim, 2 mil! Naquele tempo dava pra achar um carro que andasse por esse preço. Ótimo primeiro carro para um piá de 18/19 anos, rebaixado, isulfilm, me levava onde eu queria ir, a menos que ele estivesse na oficina, o que acontecia todo mês! E esse foi o motivo pelo qual ele durou pouco. E depois disso veio aquele que ocupa até hoje um lugar de destaque no meu hall dos carros, um Gol GL AP 1988. Gol quadrado, não há nada igual, você não pode dizer que entende de carros se não dirigiu pelo menos um entre três ícones da indústria nacional, e são eles, o Gol Quadrado, o Fusca e, é claro, o Opala. Eu já conduzi os três, aliás o "meu" Opala era uma coisa de outro mundo, mas isso é outro assunto.

Enfim, continuando, depois do Gol vieram um Fusca 1974, um Uno 1991 e um Monza 1993. Andei pra trás ali no Fusca? Não, é que na época o Gol precisava de uns reparos e como eu tenho medo de moto comprei um Fusca mesmo, por 3,8 mil. O Uno na verdade era da minha namorada, mas como ele ainda era nosso quando nos casamos eu incluo na lista, sem contar o fato de que eu ajudei a escolher quando ela comprou e eu que cuidava da manutenção dele, foi nosso primeiro carro que deu lucro na venda. O Monza, por vários fatores, foi o carro que ficou mais tempo conosco, mais de 5 anos. Mas eu sempre digo, se durou tanto tempo assim é porque tinha qualidades para isso.


A foto acima também é tirada do fundo do baú, minha irmã já tinha um Gol bola e eu no meu Chevette. Observe uma manchinha preta de boca aberta entre os carros, era minha cachorrinha Lala.

Continuando a história. Depois de algum tempo sem mexer com carros foi a hora de voltar a comprar, agora um Uno 1997, lindo carro, estado de novo, completinho (com o que tinha pra ele na época). Meu primeiro 4 portas, grandes histórias, alguma manutenção, uns problemas que eu nunca descobri o que era, que faziam o carro perder potência e o acelerador não responder, depois de um tempo voltava ao normal. Depois da venda do Monza, que foi para uma loja nessa época, era a hora de troca o Uno por um carro de verdade, a escolha foi por uma Palio Weekend 2001. Meu primeiro carro acima dos anos 2000, minha primeira perua, o primeiro com direção hidráulica, acho que foi o melhor carro que tive até hoje, sem comentários, mecanicamente, internamente, esteticamente, não tinha defeitos.

Mas havia um problema. Eu só tinha um carro naquele momento, e eu não gosto disso. Então foi a hora de recomeçar, e só havia um carro na minha lista. Não era o Chevette, também não era o Gol, mas sim o Fusca. O carro mais simpático já produzido, carro que divide com o Opala o título de mais amado da história dos carros no Brasil. Escolhi um Fafa 1981 com rodas de liga leve aro 15. Clássico, chamava atenção, era um autêntico Fusca, até nos defeitos, no inverno ventava mais dentro do que fora e foi justo no ano em que nevou de novo em Curitiba.

A Palio era tão linda que vendeu rapidinho, na verdade uma troca, um louco me trouxe um Clio 2008 de Ponta Grossa e disse que tinha certeza que eu ia gostar do carro, ele tinha razão, também, carro novinho, vermelho, 50 mil km no hodômetro, não dava pra resistir. Estamos com ele até hoje, aliás está à venda, informações via e-mail! Mas e o Fusca? Também vendi, fui achar um Voyage GL 1.6 AP 1988 lá no Uberaba. Olha, o carro até que era bom, mas me deu muito problema de mecânica, só foi menos pra oficina que o Chevette porque ficou bem menos na minha mão. Acontece, negócios são negócios.


A imagem acima reflete o cenário atual, o Clio, aqui no canto uma Seat Cordoba Vario, carro incrível, apesar de ser ano 2000 é muito mais moderna que muito carro atual. Essa perua é a realização de um sonho, um carro importado e completíssimo, motor 1.6 SR, o mesmo que equipou os primeiros Golf e Audi A3 nacionais, a minha aposta, depois do Monza, num carro fora do comum, um não popular, satisfação total. Manutenção cara? Sim, e isso não agrada muito, mas é um carro de pouca coisa pra fazer e que compensa pela qualidade de construção, é basicamente um Volkswagen em roupa de gala! E o que aquele Fox está fazendo ali? Eu precisava de um carrinho pro dia a dia, pra ir trabalhar. 2004 com 58 mil km. Uma jóia, absolutamente impecável. Os três estão à venda porque três já é demais, no entanto eu preciso aumentar minha lista, minhas histórias, e o dia que der pra aumentar um pouco o saldo da conta bancária é melhor ainda.

E pra fechar, aí vão algumas dicas que aprendi com o tempo, do que olhar ao comprar um carro usado.

- Ligue o motor e dê umas boas aceleradas, se sair fumaça esqueça, o carro não está 100%.
- Escute bem o barulho do motor, carro bom não faz nenhum barulho "estranho" no motor.
- Dê uma boa olhada na lataria e pintura, riscos e pequenos amassados passam, pintura queimada nunca.
- No interior o importante é a condição dos bancos, sem rasgos e é preciso sentir a firmeza da espuma.
- Se o carro tem acessórios, teste todos, vidros, travas, alarme, ar condicionado, farol de milha.
- Ao dar uma volta procure ouvir eventuais barulhos de suspensão e sinta a firmeza do conjunto.
- Tudo têm seu preço, é possível vender um carro ruim? Sim, mas pelo que for justo.
- Na hora de comprar sempre peça desconto, no mínimo 500 reais o dono já espera ceder.
- Existe o carro certo pra cada estilo de motorista e para o que se pretende usar o carro.
- Não adianta comprar um Vectra CD 2.2 pra usar no dia a dia se você quer gastar pouco.
- Carros fora do comum têm particularidades, não está disposto? Compre um popular.

Que me desculpem os leitores mais tradicionais, pois o clipe de hoje não é de Rock, mas num post dedicado aos carros eu não poderia deixar de fazer menção à minha franquia preferida. Sem falar que quem, assim como eu, gosta de um som de carro potente, módulo de 2500w e sub de 12 polegadas, sabe que essas músicas vão muito bem de vez em quando!


Aquele abraço!