sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Mandela: Um momento de reflexão.

A morte de Nelson Mandela, ex presidente da África do Sul, prêmio Nobel da Paz em 1993, símbolo da luta contra a segregação e o racismo, nos faz refletir sobre o que essas causas têm a ver conosco, que estamos longe e num país onde a vida e as condições são tão diferentes. Mas será mesmo que são tão diferentes? No Brasil não há racismo, preconceito, e principalmente, um conceito que é o foco do Rápidas de hoje, a superioridade?


A homenagem ao homem que fez o mundo todo refletir sobre esses assuntos, precisa também ser ao estilo do Rápidas, e como o foco do blog é economia, hoje o assunto é diferenças sociais e pessoas que se acham superiores às outras. E para encontrar alguém assim não precisa muito, na maioria das vezes basta olhar para o lado. Seja no trânsito, na mesa do restaurante, na sua vizinhança, no trabalho, você sempre verá pessoas que se acham e muitas vezes se sentem melhores que as outras. E qual a razão disso? Qual a motivação para querer parecer melhor que alguém?

Temos duas frentes bem distintas de motivos para que isso aconteça, a primeira delas é base familiar. Pessoas que desde o início de suas vidas foram acostumadas a terem as melhores coisas, a serem tratadas como superiores e serem mimadas como tal. Pessoas assim, ao chegar na fase de faculdade, onde passam a deparar-se com pessoas diferentes, sim, pois até a escola eram todos mais ou menos da mesma classe, sejam pobres ou ricas, enfim, na faculdade começam a se separar em grupos de acordo com suas premissas sociais.


Por mais que em alguns momentos ao longo de 4 ou 5 anos de graduação essas pessoas executem tarefas junto com pessoas de menor renda, é claro como pessoas assim ainda se mantém superiores. E quando vão ao mercado de trabalho, muitas vezes conseguindo oportunidades por influência, já se instalam no novo ambiente se sentindo melhores que os demais. O destino da maioria dessas pessoas é ter uma carreira próspera, nem que seja paga pelo pai, mas no fundo são odiadas por uma maioria que não teve a mesma sorte.

A outra opção para ser odiado no futuro corporativo é nascer pobre, enriquecer, e deixar isso lhe subir à cabeça. Uma pessoas que estudou em escola pública, fez faculdade com bolsa ou desconto, conseguiu uma oportunidade numa grande empresa e se mostrou muito competente, subiu de cargo, passou a ganhar um bom salário. E de repente começou a se mostrar outra pessoa. Esnobe, que prima pela exibição de tudo que pôde comprar com o novo salário, do novo celular ao carro zero. E que ainda, por perceber tamanha arrogância, costuma dizer que está sem dinheiro porque tem muitas dívidas, que paga 2 ou 3 mil reais de cartão de crédito.

Infelizmente essa pessoa também tem tendência a ter amigos de puro interesse, já que ele costuma pagar para ter pessoas por perto, e no fundo muitos falam mal, todo o tempo. Às vezes há um coração, uma personalidade que existia antes do sucesso lhe subir à cabeça, mas poucos conhecem, e em sua maioria, nem mesmo a própria pessoa gosta do que ela era antes.


Mas é claro que há pessoas, ricas ou pobres, que nasceram bem ou que conquistaram algum sucesso depois, pessoas que ainda estão litando pelo seu lugar ao sol, pessoas que já estão em ponto de ajudar outras pessoas, pessoas com as quais fazemos questão de manter amizade, pois essas pessoas são as pessoas de bem. E para a minha satisfação, meus amigos de verdade são essas pessoas.

Se tem algo que aprendi ao longo dos anos é que a sinceridade é uma arma muito poderosa na hora de dizer quem você é. E o que sei é que eu sou sincero, assim como percebe quando não o são comigo. Não sou daqueles que barra pessoas ou vira às costas para alguém que é falso comigo. Vamos ver até onde podem chegar. Mas o que eu sei é que sei onde encontrar as pessoas certas. Sei com quem posso contar.

Sei que o texto não teve tudo a ver com Mandela, mas foi a inspiração, e fica a singela homenagem. Por fim, como de costume, carros velhos e boa música, obrigado!


sábado, 7 de dezembro de 2013

Então vamos falar de Empréstimos...

Com o rumo que a economia tomou, o incentivo ao consumo, a abertura de mercados, o próprio nível de endividamento da famílias, é cada vez mais comum o número de pessoas que recorrem aos empréstimos. Seja para financiar seus bens, realizar sonhos de consumo, ou até mesmo para pagar dívidas mal planejadas, os empréstimos são opções sempre lembradas pelas pessoas e são carro chefe das instituições financeiras. Mas empréstimo é tudo igual? Não, e é por isso que o Rápidas vai falar de empréstimo, mesmo sendo um pouco contra a filosofia do controle financeiro, sabemos que muitas pessoas necessitam, então nada mais justo do que explicar as diversas formas que os bancos tem de lhe oferecer dinheiro.


A grande maioria, se não todas as formas de oferecer dinheiro a um cliente, é conhecida como CDC, ou crédito direto ao consumidor. Atenção, não confunda com o CDB, o certificado de depósito bancário, que é uma forma de captação dos bancos, é um investimento, já muito detalhado aqui pelo blog, e uma das minhas modalidades preferidas para guardar dinheiro. Mas voltando ao assunto, é sobre os mais diversos meios de CDC que o blog vai falar hoje, vamos começar pelo mais famoso e também mais traiçoeiro. Ele que foi tema do nosso último post, ele que parece seu melhor amigo na conta, ele que te conforta nas horas de desespero. Sim, o cheque especial.

Cheque Especial é uma linha criada para iludir as pessoas, é um empréstimo que te atenta tanto que até fica disponível eternamente na sua conta. Ele é tão insistente que algumas pessoas até acham que aquilo é dinheiro delas. É o famoso limite da conta, quando você não tem mais saldo mas precisa sacar ou pagar alguma coisa, é do limite que sua conta debita. Muitos já devem ter usado e quando receberam seu salário viram a reposição desse limite com juros. Se forem alguns dias até parece pouco, mas quando falamos em empréstimo, o prazo e a taxa são fatores fundamentais, e nesse caso, a taxa é apenas a mais alta de todas as modalidades. 7% ao mês, o que dá mais de 80% ao ano.

Se nós começamos pelo mais caro, agora vamos falar sobre o empréstimo mais barato que existe, o Cartão de Crédito. O que? Como assim? Cartão de crédito não é empréstimo! Pois bem, vamos analisar o seguinte, é uma compra que se faz e não se paga na hora, mas o lojista recebe na hora. Não se cobram juros para a utilização do seu limite de crédito, mas você paga anuidade, ou tarifa, ou ainda se um dia você não pagar a fatura total, ou pagar o mínimo, vai se deparar com uma taxa de juros tão alta quanto a do primeiro caso. Por fim, o nome, cartão de... crédito. Sim, o cartão de crédito é um empréstimo, talvez o mais usado de todos. Sua taxa varia de 0% se você pagar toda sua fatura, passando por 2 a 3% para pagamento de contas (água, luz, etc) chegando à mais de 7% se você atrasar a fatura.


Dando sequência, quem nunca foi até seu caixa eletrônico ou acessou sua conta pela internet e se deparou com propagandas do tipo, Crédito Direto em sua Conta, Contrate Agora! Menos mortal do que o cheque especial, que chega sem avisar, essa modalidade nada discreta de empréstimo que você vê por aí é o Crédito Automático. O banco sabe quanto você ganha, o banco sabe quanto você gasta, o banco sabe se você gasta demais, o banco sabe de sobra algum no fim do mês. Então o banco calcula um valor e te chama dizendo que você pode pega-lo sem ir até a agência, sem assinar nada, sem stress. O que você faz? Aperta contratar e fica feliz! Aí no mês seguinte cai a primeira parcela, a outra, mais uma, e você percebe que caiu numa furada. Com juros que variam de 3 a 5%, em média, apesar de mais barato que o cheque especial, o crédito automático se refere a valores muito maiores, prazos mais elásticos, e o montante que se paga pode ser facilmente o dobro do valor tomado.

Agora vamos falar do adiantamento de 13º salário. É uma linha muito discreta, mas que se baseia num princípio muito simples, dar agora um dinheiro que você sabe que chegará no futuro, cobrando aquela taxa básica, pois é disso que um banco vive. Exemplo, você trabalha numa empresa grande e não pretende sair do emprego, todo ano junto com o salário de dezembro vêm o seu 13º. Por que não pegar esse valor agora e deixar que o banco desconte quando você receber? A ideia de fato não é ruim, pois você adianta alguns compromissos, ou como a maioria faz, torra mesmo o dinheiro. O problema é que ao não receber o 13º em dezembro, você não pode fazer a recomendação anual do Rápidas, que é guardar esse dinheiro para os impostos do início do ano. IPVA e IPTU estarão lhe esperando entre janeiro e fevereiro.

Por fim, o meu favorito, e talvez o único que eu recomendaria se você precisa mesmo de um empréstimo, o Consignado. Essa modalidade é uma grande jogada entre bancos e empresas, e sua carta na manga é o desconto em folha. Você contrata um valor junto ao banco, recebe em sua conta e não precisa nem se preocupar em pagar, pois o dinheiro vai ser lançado em seu holerite, ou contra-cheque como alguns conhecem. Qual a vantagem? Taxa de juros. como o risco de inadimplência diminui consideravelmente, já que o dinheiro vêm para o banco direto da fonte pagadora do cidadão, é possível trabalhar com taxa bem mais interessantes para o cliente. Frequentemente abaixo de 2% ao mês.


Lógico que não tratamos todas as formas de empréstimo, mas no geral essas são as principais linhas com as quais os bancos trabalham. Portanto, se um dia você precisar de um empréstimo, esteja atento a um fato muito importe, quanto mais fácil conseguir o dinheiro, mais caro ele será. E o motivo disso é a inadimplência. Quanto mais difícil for da pessoa não pagar, mais seguro o banco fica em emprestar e menos juro ele cobra. espero que as definições e dicas sejam úteis para alguém, eu conheci muitas pessoas que não tinham a clareza com relação a essas modalidades, e achei justo fazer um post sobre isso.

No ensaio da semana, carros que figuraram nas telonas pela franquia de filmes que eu mais gosto, Velozes e Furiosos. Uma singela homenagem à Paul Walker, um dos principais atores da série, que faleceu na semana passada em um acidente de carro. Ironia? Não, é a vida mesmo. E para os mais tradicionais, eu informo que sei também que Nelson Mandela morreu, mas como os posts são planejados, o texto em homenagem ao Nobel da Paz será na próxima semana.

Fechamos então com o vídeo da semana, um clássico daqueles pouco conhecidos, marca do Rápidas. Dessa vez fechamos o post com Frank Zappa, em uma música complexa, daquelas que para apreciar e entender é necessário estar atento e focado. Como toda boa música instrumental!


Bom galera, esse foi o post da semana, espero que tenham gostado. Abraços e muito obrigado!