quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Industria das Industrias

Quando Henry Ford inovou a produção de automóveis com a implantação da linha de produção, isso tudo no início do século XX, a sua ideia era popularizar a maquina que pode ser considerada uma das criações mais importantes da humanidade. O que ele não suspeitava é que tal popularização chegaria aos níveis que temos hoje. E o que suspeitava menos ainda é que aqui no Brasil o povo seria tão burro a ponto de quase vender a mãe para ter um.
O magnífico Ford T, que na célebre frase de seu criador, "podia ser de qualquer cor, desde que fosse preto", foi o primeiro carro popular que se tem notícias. Talvez por isso sua imensa importância até hoje. Suas variações, como o Ford A 1929, carro que ilustra o início deste post, tem um lugar guardado em meu coração por ter feito parte de um dos dias mais felizes da minha vida. Meu casamento.

Dois momento históricos foram cruciais para esta industria que é a chave do desenvolvimento econômico a partir de Ford. A crise de 1929 fez as marcas repensarem, realinharem, reprogramarem muita coisa. Mas o momento mais sério pelo qual a industria automotiva passou foi sem dúvida a Segunda Guerra Mundial. Momento em que muitas fábricas passaram a atuar para o próprio conflito.

Hitler usou a Volkswagen, que na época era do governo, para criar o Fusca ainda da década de 1930, desde o primeiro protótipo ele era do formato que o eternizou na mente e no coração de muitas pessoas. Veio para o Brasil na metade dos anos 1950 e em 1973 era tão importante que representava sozinho 70% dos automóveis vendidos no país.

Em 1980 surgia o sucessor do carro do povo, que viraria em 1987, para nunca mais perder este posto, o queridinho do Brasil, Vw Gol. O carro mais vendido deste país à 25 anos.

Mas porque tanto falar sobre a história do automóvel? Foi uma forma legal que eu achei de dizer que estou extremamente preocupado com os rumos desta industria no Brasil. Pode parecer loucura, alguém tão viciado em carros, estar preocupado com o aumento nas vendas.

Mas minha preocupação é com o impacto das ações de venda na economia. Com a redução dos impostos e redução dos juros, só podemos esperar mais e mais pessoas adquirindo seu primeiro 0km. O que é bom, no primeiro mês, no segundo, no décimo segundo. Mas um carro é como uma segunda família na vida de um assalariado. Gasolina, troca de óleo, pneus, manutenção, acessórios, tudo isso pesa mais e mais conforme passam os anos. Será que 100% dos compradores estão prontos para isso? A julgar pela quantidade de carros que entram em busca e apreensão todos os dias, eu diria que não.
E como aprender se o governo só facilita as coisas? Agora quem financia automóvel ganha subsídio. Isenção de imposto. Enquanto se eu quiser pagar o carro à vista vou deixar a parcela do governo, quiça até pagar pelos outros. A que conclusão devo chegar? Que segundo a minha filosofia de não se endividar com carro, não vale mesmo a pena comprar carro zero. Pois bem, sigo minha vida feliz com meu usado, quitado, muitas vezes rebaixado, que me leva muitas vezes com o conforto do ar condicionado que você dispensou pra não encarecer a parcela. Pense nisso!

Você talvez não saiba, mas a compra de um automóvel encarece o custo de vida de uma pessoa em até 30%. Mais aumenta o nível de bem estar dessa pessoa no mesmo nível que você se importa com isso. Eu sou sincero, eu reflito e penso na vida sob as porradas do sub de 12 polegadas que toma um espaço singelo do porta-malas. Singelo porque finalmente realizei o sonho de comprar uma station wagon, mas isso é outra história.

O que quero dizer é que eu me importo muito com isso, eu sei, talvez até passe um pouco do limite. Mas tenho a consciência de que nada pode estar além da minha capacidade. O Uno 1.0 que deixou essa garagem há 5 meses que o diga. O Monza 1992 que passou intermináveis 5 anos sendo xingado por ser velho demais, mais ainda! A vida é assim, hoje 121cv, amanhã 58. Vou reclamar, me desesperar, me endividar? Não, vou para o Paraguai, compro um módulo novo e continuo refletindo e sonhando ao volante.

Pois é, ai está uma realidade que você observa quando não se endivida. Sobra dinheiro para viajar, investir num MBA para melhorar sua capacidade de escrever e entender do seu assunto preferido, fazer umas comprinhas, enfim. Sobra para aproveitar a vida, sem se preocupar.

O recado era esse, a mãe das industrias está querendo que você também entre no grupo dos felizes motoristas, mas pense bem antes de assinar o contrato com a financeira, se você não seguir a risca por ter sérias dores de cabeça e o sonho transforma-se em pesadelo rapidamente.

E por fim... Essa é boa para curtir e relaxar:
Forte abraço e obrigado!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Esforços Invisíveis

Sabe aquelas horas em que todos percebem que algo deu certo por sua causa? Aqueles momentos em que as suas iniciativas foram premiadas com o bem vindo reconhecimento por ter feito algo bom? Mesmo que não ganhe um prêmio por isso, o fato de que todos viram que você foi essencial é algo quase impagável.

Pois é... o post de hoje não é sobre isso.

O post de hoje é justamente sobre os esforços que permanecem ocultos, sobre tudo que fazemos no dia a dia, que mudam vidas, histórias, previnem tragédias ou apenas garantem o óbvio, mas que ninguém além de nós mesmos sabemos e percebemos. 
E o que isso tem a ver com Economia? Olha admito que hoje muito pouco, mas ainda assim estamos falando sobre um lado extremamente profissional; e sem trabalho ninguém consegue grana para cuidar de suas próprias economias. Enfim, vamos lá.

O esforços invisíveis são aquelas atitudes que temos a todo momento, a cada decisão que tomamos e que ninguém vê, ou precisa ver.

É acordar atrasado, pegar o carro em direção ao trabalho, controlar o stress para não pisar demais e passar do limite da segurança, mas mesmo assim desenvolver uma destreza de piloto, que faz com que descontemos o tempo perdido e consigamos... chegar no horário, assim como todos. Mas para você, que sabia que não ia dar tempo, foi um tipo de vitória, que você comemora sozinho, inclusive se sentindo meio bobo por isso, mas sabe que foi o seu esforço por não querer falhar que fez com que tudo estivesse certo.

É aquela demanda que você recebe no seu e-mail da empresa, que você não entende nada e precisa decidir entre correr atrás da informação e aprender ou delegar e se livrar. Quando você decide tomar o primeiro caminho, é algo que muitas vezes nem um obrigado irá gerar. Mas você faz por você.

É quando você ajuda um, dois, três, a resolverem seus problemas, deixando um pouco de lado suas próprias angústias, simplesmente pensando no bem estar do próximo. Próximo que nem sempre enxerga, perdido em seu próprio mundo de pequenos problemas, nem sequer percebe que está recebendo uma mão, um ombro amigo, sem pedir nada em troca.
As palavras de hoje são para dizer que só pessoas muito fortes são capazes de colocar os próprios problemas em níveis tão controlados, a ponto de se dedicar ao outro, um minuto que seja. Num mundo onde o egoísmo impera e as pessoas desconfiam quando alguém lhe oferece um ingresso para uma peça de teatro. Você logo pensa: "estão me enganando ou a peça é uma merda". Nada, aposte um pouco no improvável, arrisque de pés no chão e descubra que a mágica da vida é a surpresa. Varie nas escolhas, nos lugares, nas pessoas. Talvez vá além do breve pensamento e encontre um sorriso, uma carta, uma oportunidade. Oportunidade de mudar sem nada mudar, de fazer sem errar, de acreditar sem ver.

Sei que pareço meio fora dos padrões, mas era chegado o momento de dar um recado aos que já me orgulho em chamar de leitores, leitores de um mero canal de comunicação do qual faço uso para falar um pouco do que penso.

E a moral é uma só, a felicidade não se compra, se conquista com caráter. De nada adianta parecer se por dentro estiver vazio. Pense mais nas atitudes que podem melhorar a sua vida. Pense quantos esforços invisíveis você ainda precisará ter para tentar mudar para melhor, aquilo que talvez não seja o que você quer simplesmente porque você ainda não teve a coragem de resolver.

A única parte técnica, vamos falar de carro. De que adianta o ser vivo se afundar num financiamento para comprar um Nem Civic, digamos por 45 mil reais, e numa infelicidade se ferrar num acidente e não ter grana para arrumar? Acreditem se quiser, a foto é meramente ilustrativa, mas esta semana eu vi um Civic Si, com o farol quebrado, amassados na lateral e o cara andando como se nada tivesse acontecido. Sei lá, acho que tem pessoas que colocam imagem acima de tudo e talvez não seja bem assim. Sou muito mais um Civic 2002 comprado por 23 mil, à vista ou com financiamento racional, um seguro e bom senso ao volante. Ninguém está garantido, mas tentar fazer a coisa certa está nas mãos de todos.

E pra fechar, um cara que pensou que seria legal restaurar grandes sucessos num formato mais relaxado e descontraído. Boa música, na minha opinião e de muitos outros.
É mais que uma dica, é um conselho. Vá no Show desse cara quando ele estiver na sua cidade!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Como aproveitar bem o juro baixo.

Pois é galera, seguindo a linha dessas últimas semanas, não dá pra falar de outra coisa senão a baixa dos juros e os impactos que isso trará ao nosso dia a dia. Hoje tentarei focar nas maneiras de aproveitar isso tudo, mesmo que algumas dicas sejam avessas ao que normalmente eu diria.
É fato que financiar e emprestar dinheiro ficou mais barato. Para quem encara essa realidade com um pouco mais de frieza, pode ser um momento de pensar um pouco diferente. Pode-se dizer que o conceito mais importante aqui é o custo de oportunidade, que ficou mais barato.

O que é mesmo custo de oportunidade? É tudo aquilo que você deixou de lado na hora de tomar uma decisão. Toda vez que você decide entre duas alternativas, de compra, investimento, lazer, trabalho, etc, você abre mão daquela que não foi a sua escolha. Por exemplo, todas vez que você compra um bem (seja à vista ou à prazo) abre mão do juro que você ganharia se aplicasse o dinheiro. E é justamente este custo que ficou mais barato agora. Como os juros caíram, eu sempre defenderei que não é legal se afundar em dívidas, mas o custo para compras parceladas caiu a um nível que a necessidade do bem passa a pesar mais do que a espera por juntar este dinheiro.

Atenção, eu não estou dizendo que vale a pena sair por aí comprando tudo parcelado e dane-se o amanhã. Lembrem-se dos meus conceitos de reserva de segurança e garantias em tempos de crise. Continua sendo importante, e muito, guardar dinheiro. Mas o fato é que talvez agora, comprar uma maquina de lavar ou um home theater, comprar no cartão em dez vezes sem juros, possa ser uma alternativa plenamente viável e racional.

Mas isso não é meio fora do que costumo defender? É sim, claro que é, mas como eu disse antes, é inegável o impacto da queda dos juros nos rendimentos dos investimentos, sobretudo os da pessoa física, aquela classe média que já sabe que trocar de carro todo ano é bom, já sabe que viajar pelo país ou até mesmo o exterior é bom, mas ainda não sabe o que é fazer isso sem precisar escolher entre um e outro.

Já falei sobre classes sociais aqui mas não custa relembrar. E agora serei bem objetivo, o que já tratei em cinco classes diferentes (de A a E) tratarei como Alta, Média e Baixa. A classe alta é aquela que anda de Fusion, Santa Fé e vai para a Europa e EUA. A classe média anda de Fox, de repente um Vectra 2008 semi-novo, e vai para o Nordeste. Enquanto a classe baixa, se têm carro, anda de Gol bola special 2002, Classic 2003 e vai mesmo é para Caiobá. É óbvio que eu estou brincando um pouco com os carros e destinos, mas se fizermos um apanhado geral é por ai.
Voltando ao assunto, pessoas que investem pouco, vamos dizer que costumem juntar entre 3 e 5 mil por ano, serão atingidas pela baixa dos juros no sentido de que seu dinheiro renderá bem menos. E essas são as mesmas pessoas que às vezes deixam de comprar uma televisão nova porque preferem guardar. Veja bem, se esta TV for comprada sem juros no cartão, o que estou dizendo é que isso passa a ser interessante.

Outra diretriz, e aí vai para aqueles que não são tão consumistas, é que há um conjunto de ações na bolsa de valores que apresenta uma sensível queda. Talvez seja a hora de pensar em entrar, ou voltar, para este barco. Algumas empresas do ramo de petróleo estão em queda. As ações dos bancos, por causa da provisão de devedores duvidosos, estão caindo. Mas eu diria que tendem a cair mais ainda, então é bom aguardar.

Por que as provisões de devedores duvidosos aumentaram? Sim, a famosa PDD das empresas está maior. E ai, novamente, a culpa é dos juros. Já falei e repito, nosso povo não tem racionalidade para trabalhar com dinheiro barato, vai querer comprar tudo, muito acima do seu limite pessoal, e vai quebrar e ficar devendo. É isso que devemos esperar se os bancos não forem mais criteriosos na concessão do crédito.

Bom, sinto que já falei demais por hoje, vamos relaxar.

As fotos do post são um breve comparativo entre um Classic 2009 básico (na casa de 20 mil reais) e um Corsa Sedan completo + rodas e body kit, porém 1998 (na casa de 10 mil). O que quero dizer é o seguinte, eu não tenho medo de carro velho, o custo benefício é sempre muito mais atrativo e a manutenção para quem entende de carro não chega a assustar.

Então fechando com música. Há uma série de bandas com um viés político e sacadas bem inteligentes e uma delas e a que vai hoje:
Espero que tenham gostado do post dessa semana, abraços!!!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Nova Poupança! O que esperar.

Olá galera, primeiro eu gostaria de agradecer a repercussão do assunto da semana passada, foi muito legal receber mensagens de apoio e também de críticas, é lógico, mostrando um outro lado, argumentando que juro baixo é legal e tudo mais. Show mesmo!

Mas hoje vamos entrar num assunto de alto impacto para o povo, as novas regras da poupança.

Criada a mais de 150 anos, a poupança é a referência do brasileiro quando o assunto e guardar dinheiro. E ai estamos falando de guardar mesmo, pessoas que se esforçam muito para segurar uma parcela pequena de seus ganhos e depositam na mais tradicional aplicação financeira do mercado.

Passa a valer hoje a medida provisória que altera a regra de rendimento da poupança. Hoje o rendimento da poupança é de 6% ao ano + TR (taxa referencial, como já falamos sobre ela no passado não detalharei agora). A nova regra é que a poupança renderá 70% da taxa Selic + TR. Ok, mas o que isso significa?

O governo atrelou esta nova medida à uma Selic de 8,5% aa ou menos. Ou seja, este pequeno detalhe é o que prova que a poupança poderá, se mudar, apenas render menos. Sim, pois 70% de uma taxa de 8,5% será mais ou menos 6% que é o valor atual. Como o governo já deixou claro que o objetivo do ano é baixar ainda mais os juros, o rendimento da poupança cairá junto com eles.

E porque o governo está tranquilo com esta medida? Porque sabe que a maioria das pessoas que guarda dinheiro em poupança não presta atenção no rendimento, o objetivo de quem investe em poupança é a segurança, é saber que o seu dinheiro está lá e lá vai ficar sem a mínima pretensão de multiplicar.

Numa simulação rápida, digamos que a Selic chegue a 8% nos próximos meses, isso fará com que a poupança passe a render pouco mais de 5% ao ano, num universo de ticket médio baixo (a maioria das cadernetas não chega a 500 reais depositados) isso não fará diferença suficiente a despertar revolta. Até porque, quem possui mais recurso, passará a buscar alternativas melhores no mercado afora.

Não podemos esquecer que a pressão governamental para reduzir os spreads bancários fará com que o rendimentos das aplicações (renda fixa, CDBs e outros) também caia. No fim das contas, essa é a hora de começar a arriscar em fundos multimercado e de renda variável.

Lógico que não é bom dispender mais do que 30% dos recursos totais, mas um pouco de ousadia é o que o mercado está pedindo para quem não quer parar de se divertir.

E para fechar eu tenho dois tópicos nada a ver com o assunto acima.

Primeiro a minha dica cervejeira de hoje, para não dizer que faz tempo que não falo sobre isso, uma belga tipo Ale, 6,5% de graduação, bem encorpada, sabor marcante, ótima para essa sexta-feira chuvosa. Leffe Brune! Na foto de capa.

E agora, música, um dos assuntos preferidos do Rápidas. Sei que nosso foco é Rock n' Roll, mas hoje vou abrir espaço para pelo menos um estilo fora do nosso portfólio, porque quem gosta mesmo de música precisa apreciar aquilo que é musicalmente bom, independente do estilo principal.

Lista de álbuns com alto grau de relevância na história da música, mais uma lista sem posições.

. Engenheiros do Havaii - Dançando no Campo Minado
. Angra - Angels Cry
. Racionais MC's - Sobrevivendo no Inferno
. Guns n' Roses - Appetitte for Destruction
. Jamiroquai - The Return of the Space Cowboy
. Joe Satriani - Surfing Wiith the Alien
. Planet Hemp - MTV Ao Vivo
. Chico Science e Nação Zumbi - Da Lama ao Caos
. Camisa de Vênus - Eu Vi o Futuro
. Pearl Jam - Ten

E para não ficar só na lista, vai ai um exemplo:
Todos os álbuns acima são obras de grande impacto em suas épocas, daqueles discos que fazendo você conhecer uma banda, ou, como é o caso do Racionais, daqueles que fazem você conhecer, entender e apreciar um estilo que antes de 1997 não tinha o espaço que tem hoje. Enfim, há uma história para ser contada de cada título desses. Mas por enquanto é isso galera, espero que tenham gostado.