sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Guia do Antigo - Karmann Ghia

Dos conversíveis contemporâneos para os conversíveis e cupês clássicos, o automóvel de hoje é um ícone do estilo e design que sobrevive ao tempo. Talvez um dos carros mais bonitos já fabricados até hoje, sua marca é quase o que hoje chamamos de subsidiária. Outro fator importante, mas que infelizmente deveria ter sido observado há 10 anos atrás, é que esse modelo é um dos antigos que mais valorizou nos últimos tempos. O clássico Karmann Ghia.


Embora tenha sido produzido pela Volkswagen, a marca Karmann Ghia vêm da junção de duas empresas, uma alemã e outra italiana. A Ghia, aliás, que projetou o design do automóvel, é a mesma que anos depois batizou muitas versões topo de linha de automóveis da Ford. Desde o clássico Del Rey Ghia, até os modernos Focus Ghia. Mundialmente o clássico automóvel ficou em produção de 1955 até 1975, e seu grande diferencial era a montagem artesanal. Cerca de 450.000 foram produzidos nesses 20 anos.

Como o Brasil era, na época, o segundo país de maior relevância em termos de produção para a Volks, atrás apenas da Alemanha, logo surgiu a ideia de trazer o pequeno esportivo para solo nacional. Eis que em 1960 a Karmann monta uma fábrica aqui e a partir de 1962 estão disponíveis as versões do ícone. Um desenho típico dos anos 1960, no entanto já ameaçado pelas revoluções da indústria, que no final daquela década já começava a mudar os rumos para o quadrado que prevaleceu até metade dos anos 1990.


A clássica mecânica de Fusca não era necessariamente responsável por tornar o Karmann Ghia um esportivo de performance, mas acredito fielmente que, mesmo naquela época, muitos desses carros eram concebidos para curtir passeios em média velocidade. Os Puma traziam os mesmos motores e foram sucesso até fora do país. Lógico que versões apimentadas e grandes motores faziam (e fazem) a cabeça de muitos consumidores. Mas são públicos diferentes. 

Um modelo derivado do Karmann Ghia original merece uma certa atenção. É o Karmann Ghia TC, produzido no Brasil apenas entre 1970 e 1973, eu assumo que não era tão harmônico quanto o original, no entanto, seu desenho inspirado no Porsche 911 e sua produção enxuta fazem dele uma raridade de alto valor agregado. Como entusiasta eu lembro muito bem de quando dirigi um em 2002, era do pai de um amigo meu e eu dei algumas voltas em um condomínio fechado. Um clássico! Minha sogra também teve um quando jovem, era o único da sua cidade na época.


Encerrada com a produção do TC, o original parou em 1971, a história dos Karmann Ghia no Brasil é de amplo sucesso nos anos 1960 e de enorme importância no mundo automotivo até os dias de hoje. Figura ovacionada nos encontros, um veículo desse em bom estado chama muita atenção. Desde o final dos anos 1960 com a chegada do Corcel GT, os esportivos compactos estavam mudando, a chegada do Chevette e o próprio Passat TS pela Volks firmam isso.

Hoje em dia pode preparar pelo menos uns R$ 30 mil reais por um karmann Ghia cupê em bom estado. Um conversível tem potencial para chegar aos R$ 50 mil. Já o TC é difícil dizer, tendo em visto que ele é mais raro, mas ao mesmo tempo menos clássico. Mas eu chutaria os mesmo R$ 30 mil deve ser um valor justo. Não se engane, nenhum carro antigo é fácil de vender, mas no preço certo muitos deles podem torna-se investimento.


Das versões clássicas dos anos 1960 até um TC de 1973. Um dos ícones do mundo automotivo, apenas citado, não detalhado. Minha humilde homenagem e aquele abraço!

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