quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Guia dos Sonhos - Porsche

Uma das marcas de maior relevância do mundo dos esportivos e também do mundo automotivo em geral, responsável por grandes inovações ao longo da história, possui laços com um dos grandes ditadores do século XX e também uma proximidade muito além do que se imagina com a maior empresa do ramo automotivo da Europa. Embora tenha inúmeros modelos em seu portfólio, há um modelo em questão que é a identidade da empresa. Um pouco sobre a Porsche.


No início dos anos 1930, o ditador alemão Adolf Hitler estava em busca de um projeto que depois ficaria conhecido como Carro do Povo, o objetivo era criar um automóvel simples e extremamente versátil à ponto de servir aos seus exércitos e também como forma de motorizar o povo alemão. Foi assim que Ferdinand Porsche tornou-se conhecido, por ser o pai do Fusca. Poucos anos depois, usando a base de seu projeto e seus conhecimentos, fundou a Porsche e começou a produzir seus automóveis.

O primeiro modelo de destaque da sua fábrica foi o Porsche 356 de 1948. Assim como outras marcas de esportivos, a Porsche sempre teve uma proximidade muito grande com o mundo das corridas, tanto que alguns dos seus modelos tiveram uma curta produção de carros de rua apenas para homologa-los a correr. Mas foi com o modelo lançado em 1964 que a Porsche conquistou, e o faz até hoje, a sua legião de fãs. O Porsche 911 é um ícone da indústria dos Carros Esporte.


Um automóvel que resiste ao tempo, ao longo de suas gerações (o 911 é produzido até hoje) sempre manteve-se fiel ao seu desenho básico. Agregando tecnologia, mas mantendo seu espírito. Uma das curiosidades mais emblemáticas está na refrigeração do motor. O 911 sempre foi um esportivo refrigerado à ar, tal qual sua criação inicial da Volks, e foi apenas em 1997 que o modelo passou a adotar motor refrigerado à água. Aliás, no tocante à sua proximidade com a Vw, em 1969 o Porsche 914 era um modelo esportivo médio, desenvolvido em conjunto pelas duas marcas.

Entre esses estreitos laços da Porsche com a Volkswagen, há um dos modelos de maior inovação da marca nos últimos tempos. No fim dos anos 1990 as duas juntas começaram a desenvolver uma plataforma SUV, talvez das primeiras atentas aos novos tempos, essa plataforma deu origem ao Touareg pela Volks e ao emblemático Cayenne. Hoje em dia a Porsche e a Volkswagen estão em fase adiantada de fusão, graças às proporções acionárias que uma empresa possui da outra.


Ainda referente às inovações, em 1997 a Porsche lançou seu roadster moderno, o Boxster, depois seguido pela versão cupê chamada Cayman. Em 2009 novamente causou polêmica ao lançar uma espécie de sedan esportivo ou cupê de quatro portas, apesar do desenho de gosto duvidoso, o Panamera é um símbolo de luxo e classe aliados ao estilo Porsche de ser. Há ainda o Macan, um SUV de porte menor do que o Cayenne, além das constantes evoluções do 911 e suas versões ainda mais nervosas como o GT3.

Atualmente o grupo que comanda Porsche-Vw é um dos gigantes do mundo automotivo, representando além dessas, marcas como Audi, Lamborghini, Buggatti, Bentley, fora as marcas de caminhões Scania e Man. De uma ideia simples, que gerou um dos carros mais simpáticos do mundo, até a superpotência que é hoje, foram muitas histórias de uma marca. Eu acredito que superesportivos não possuem comparação entre si, cada um possui sua personalidade e seus fãs.


Então vamos lá, para começar, nada melhor que o carro chefe da marca, um 911 de 1995 ainda refrigerado à água. Depois um 356 de 1960 e fechando com a Cayenne de 2010. Aquele abraço e até a próxima!

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Guia do Antigo - Karmann Ghia

Dos conversíveis contemporâneos para os conversíveis e cupês clássicos, o automóvel de hoje é um ícone do estilo e design que sobrevive ao tempo. Talvez um dos carros mais bonitos já fabricados até hoje, sua marca é quase o que hoje chamamos de subsidiária. Outro fator importante, mas que infelizmente deveria ter sido observado há 10 anos atrás, é que esse modelo é um dos antigos que mais valorizou nos últimos tempos. O clássico Karmann Ghia.


Embora tenha sido produzido pela Volkswagen, a marca Karmann Ghia vêm da junção de duas empresas, uma alemã e outra italiana. A Ghia, aliás, que projetou o design do automóvel, é a mesma que anos depois batizou muitas versões topo de linha de automóveis da Ford. Desde o clássico Del Rey Ghia, até os modernos Focus Ghia. Mundialmente o clássico automóvel ficou em produção de 1955 até 1975, e seu grande diferencial era a montagem artesanal. Cerca de 450.000 foram produzidos nesses 20 anos.

Como o Brasil era, na época, o segundo país de maior relevância em termos de produção para a Volks, atrás apenas da Alemanha, logo surgiu a ideia de trazer o pequeno esportivo para solo nacional. Eis que em 1960 a Karmann monta uma fábrica aqui e a partir de 1962 estão disponíveis as versões do ícone. Um desenho típico dos anos 1960, no entanto já ameaçado pelas revoluções da indústria, que no final daquela década já começava a mudar os rumos para o quadrado que prevaleceu até metade dos anos 1990.


A clássica mecânica de Fusca não era necessariamente responsável por tornar o Karmann Ghia um esportivo de performance, mas acredito fielmente que, mesmo naquela época, muitos desses carros eram concebidos para curtir passeios em média velocidade. Os Puma traziam os mesmos motores e foram sucesso até fora do país. Lógico que versões apimentadas e grandes motores faziam (e fazem) a cabeça de muitos consumidores. Mas são públicos diferentes. 

Um modelo derivado do Karmann Ghia original merece uma certa atenção. É o Karmann Ghia TC, produzido no Brasil apenas entre 1970 e 1973, eu assumo que não era tão harmônico quanto o original, no entanto, seu desenho inspirado no Porsche 911 e sua produção enxuta fazem dele uma raridade de alto valor agregado. Como entusiasta eu lembro muito bem de quando dirigi um em 2002, era do pai de um amigo meu e eu dei algumas voltas em um condomínio fechado. Um clássico! Minha sogra também teve um quando jovem, era o único da sua cidade na época.


Encerrada com a produção do TC, o original parou em 1971, a história dos Karmann Ghia no Brasil é de amplo sucesso nos anos 1960 e de enorme importância no mundo automotivo até os dias de hoje. Figura ovacionada nos encontros, um veículo desse em bom estado chama muita atenção. Desde o final dos anos 1960 com a chegada do Corcel GT, os esportivos compactos estavam mudando, a chegada do Chevette e o próprio Passat TS pela Volks firmam isso.

Hoje em dia pode preparar pelo menos uns R$ 30 mil reais por um karmann Ghia cupê em bom estado. Um conversível tem potencial para chegar aos R$ 50 mil. Já o TC é difícil dizer, tendo em visto que ele é mais raro, mas ao mesmo tempo menos clássico. Mas eu chutaria os mesmo R$ 30 mil deve ser um valor justo. Não se engane, nenhum carro antigo é fácil de vender, mas no preço certo muitos deles podem torna-se investimento.


Das versões clássicas dos anos 1960 até um TC de 1973. Um dos ícones do mundo automotivo, apenas citado, não detalhado. Minha humilde homenagem e aquele abraço!