O que é um Roadster? Embora já existam desde o início do século XX, os conversíveis de dois lugares, majoritariamente esportivos, nunca foram muito comuns no Brasil. Praticamente sem existência até a abertura das importações em 1990, houve um pequeno ensaio com o Mazda Miata e o Alfa Romeo Spyder, mas que, apesar de serem clássicos e muito valorizados hoje em dia, não tiveram vendas tão expressivas. O primeiro roadster de impacto do mercado nacional foi de fato o BMW Z3.
A história começa um pouco mais cedo, na realidade em 1989, quando a BMW lançou o Z1 com suas icônicas portas que se recolhiam para baixo dentro da carroceria. Recentemente flagrei um carro desses aqui no centro de Curitiba. Esse carro é um marco na história dos conversíveis, tanto pelo seu desenho, como pela sua produção limitada à 8.000 unidades. Curiosamente nunca existiu um BMW Z2, e a produção do Z1 se encerrou em 1991.
O Z3 foi apresentado em 1996 e chegou ao Brasil no ano seguinte, um impacto diante dos sóbrios 325 e 528 vendidos pela marca na época, e ainda assim bem diferente do 840 cupê. Linhas arredondadas, frente baixa, dimensões compactas e um estilo um degrau acima do Miata e Spyder. Mesmo o Auti TT que ainda viria a ser lançado posteriormente não tinha o apelo visual desse BMW que já nasceu como clássico.
Para os entusiastas e fanáticos por carros, foi uma surpresa o fim da produção do Z3 já em 2002, ao ser substituído pelo Z4, mas a marca estava passando por uma fase de reformulação de design, troca de projetistas e um novo projeto era necessário para dar uma nova cara. Infelizmente, na minha humilde opinião, o roadster perdeu seu carisma. O que era um carro que as pessoas tinham admiração ao ver na rua, virou mais um carro de rico como os Mercedes SLK.
Eu até tenho a impressão de que o Z4 vendeu mais que o seu antecessor, mas isso se justifica pelo tempo muito maior de produção, já que sua importação regular seguiu normal até 2016, e principalmente pela condição da economia no início dos anos 2000. Atenção, não estou falando de política, mas fatos são fatos, e por um período de 5 a 10 anos no início da década passada, vivemos sim um boom de consumo e mais pessoas tiveram acesso a bens mais luxuosos.
Hoje em dia é raro ver esses roadster dos anos 1990 pelas ruas. Com alguma sorte em um final de semana de sol você os verá circulando próximos às casas de seus proprietários que estão apenas dando uma pequena volta para tira-los da garagem. Infelizmente a economia atual não ajuda à emplacar novos conversíveis e também o comportamento do consumidor mudou, talvez daqui há algum tempo vamos ver os Evoque conversíveis por aí, mas na mão de alguns excêntricos, pois a plataforma do momento é o SUV e pronto.
Se é raros nas ruas, o mesmo pode-se dizer da lojas, em minha última busca rápida achei apenas um anúncio do BMW, Z3 1.9 1997, por modestos R$ 60 mil reais. E eu diria mais, é nessa média de valor que você irá encontrar qualquer representante dos anos 1990. Talvez um bom Miata custe até mais que isso. Independente do número de passageiros, um conversível sempre será difícil de achar. Seja um XR3 ou um GSi na casa dos R$ 15 mil, ou um TT e Z4 mais novos próximos dos R$ 200 mil.
Então vamos lá, começamos com um belíssimo Z3 1997, seguido do seu antecessor o icônico Z1 de 1989 e fechamos no Z4 de 2006. No vídeo, uma do acústico do Alice in Chains. Aquele abraço!
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