quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Guia do Usado - Audi TT

Diferente do Z3, que nasceu como roaster e teve uma versão cupê de baixa expressividade, o automóvel de hoje nasceu como cupê 2+2 (dois adultos à frente e dois bancos atrás que comportam com conforto apenas duas crianças). Essa técnica é conhecida aqui no Brasil com os Puma dos anos de 1970 e 1980. No ano seguinte sim, foi lançada a versão sem capota. Apesar de ter tido um início de carreira tumultuado, logo se tornou um grande sucesso. Com vocês, o Audi TT.


Fruto da mesma plataforma que deu vida nova à Golf pela Volkswagen e lançou o A3 (ícone de popularidade da Audi) o TT surgiu como um esportivo compacto e divertido, num momento em que a marca estava à toda no Brasil, devido à inauguração de uma fábrica no Paraná. Os salões e revistas especializadas receberam as novidades com muito entusiasmo, e o desenho do TT, baixo e de frente arredondada, chamou atenção e gerou grandes expectativas.

Infelizmente o ímpeto do pequeno esportivo foi freado em suas primeiras unidades e teve de retornar aos boxes para alguns ajustes. Com motores de 180 e 225cv, os Audi TT foram feitos para voar, mas eles acabaram levando isso muito à sério. Foram reportados uma série de acidentes envolvendo os primeiros modelos, que decolavam ao passar de 180 km/h. Tudo bem que é uma velocidade não muito corriqueira, mas isso não deve acontecer. Todas as unidades foram recolhidas, sofreram recall e foram adotadas medidas de controle de estabilidade antes da retomada da produção.


Tanto a versão cupê lançada em 1998 como a roadster de 1999 passaram pelos ajustes, que ocorrem até o início do ano 2000, mas num trabalho feito com responsabilidade, a marca não sofreu prejuízos acima de um incômodo dos mais estudiosos, e dali em diante o TT virou um grande sucesso. Tanto naquela geração de lançamento, na minha opinião a mais clássica, como nas posteriores, que viriam em 2006 e a atual lançada em 2015.

Os motores são os mesmos usados em muitas versões de Golf, A3, A4 e Passat, as diferenças ficam por conta dos mapeamentos eletrônicos que deixam o carro com maior potência. Outra grande inovação que acompanha o modelo é o sistema de dupla embreagem que vêm em conjunto com o câmbio tiptronic na segunda geração. Acabou virando uma referência e mudou o padrão dos carros velozes, fazendo com que, pela primeira vez, um modelo automático possa render tão bem quanto um pilotado manualmente.


Falando um pouco sobre o conversível, a diferença é a ausência dos pequenos bancos traseiros da versão cupê. Não da para afirmar qual vendeu mais, eu diria que pela percepção de mercado, ambos tem números próximos de vendas. Aparentemente superiores dos de Bmw Z3 e Z4 para os mesmos períodos avaliados. Para os que me conhecem a mais tempo não é novidade se eu disser que acho o mais antigo mais atraente. A evolução das gerações torna os carros menos estilosos e mais tecnológicos, como se fossem desenhados por um robô.

Tanto vendeu mais, que no caso do Audi é possível observar a clara faixa de preços das três gerações, que partem de R$ 60 mil reais para os modelos 1998 a 2005, sobem para R$ 100 mil na média de ano 2010 e chega a quase R$ 200 mil nos acima de 2015. Se vale tudo isso? Os mais novos com certeza não, mas aí são para bolsos que não se preocupam com o custo das coisas. Agora o mais antigo está sim no preço correto e dificilmente isso diminuirá. À medida que esses carros ficam mais raros, a tendência é até subir mais.


Nas versões cupê 2000, Roadster 2005 e a 3ª geração de 2015. Assim vai nossa pitada de mais um carros. Aquele abraço!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Guia do Usado - Bmw Z3

O que é um Roadster? Embora já existam desde o início do século XX, os conversíveis de dois lugares, majoritariamente esportivos, nunca foram muito comuns no Brasil. Praticamente sem existência até a abertura das importações em 1990, houve um pequeno ensaio com o Mazda Miata e o Alfa Romeo Spyder, mas que, apesar de serem clássicos e muito valorizados hoje em dia, não tiveram vendas tão expressivas. O primeiro roadster de impacto do mercado nacional foi de fato o BMW Z3.


A história começa um pouco mais cedo, na realidade em 1989, quando a BMW lançou o Z1 com suas icônicas portas que se recolhiam para baixo dentro da carroceria. Recentemente flagrei um carro desses aqui no centro de Curitiba. Esse carro é um marco na história dos conversíveis, tanto pelo seu desenho, como pela sua produção limitada à 8.000 unidades. Curiosamente nunca existiu um BMW Z2, e a produção do Z1 se encerrou em 1991.

O Z3 foi apresentado em 1996 e chegou ao Brasil no ano seguinte, um impacto diante dos sóbrios 325 e 528 vendidos pela marca na época, e ainda assim bem diferente do 840 cupê. Linhas arredondadas, frente baixa, dimensões compactas e um estilo um degrau acima do Miata e Spyder. Mesmo o Auti TT que ainda viria a ser lançado posteriormente não tinha o apelo visual desse BMW que já nasceu como clássico.


Para os entusiastas e fanáticos por carros, foi uma surpresa o fim da produção do Z3 já em 2002, ao ser substituído pelo Z4, mas a marca estava passando por uma fase de reformulação de design, troca de projetistas e um novo projeto era necessário para dar uma nova cara. Infelizmente, na minha humilde opinião, o roadster perdeu seu carisma. O que era um carro que as pessoas tinham admiração ao ver na rua, virou mais um carro de rico como os Mercedes SLK.

Eu até tenho a impressão de que o Z4 vendeu mais que o seu antecessor, mas isso se justifica pelo tempo muito maior de produção, já que sua importação regular seguiu normal até 2016, e principalmente pela condição da economia no início dos anos 2000. Atenção, não estou falando de política, mas fatos são fatos, e por um período de 5 a 10 anos no início da década passada, vivemos sim um boom de consumo e mais pessoas tiveram acesso a bens mais luxuosos.


Hoje em dia é raro ver esses roadster dos anos 1990 pelas ruas. Com alguma sorte em um final de semana de sol você os verá circulando próximos às casas de seus proprietários que estão apenas dando uma pequena volta para tira-los da garagem. Infelizmente a economia atual não ajuda à emplacar novos conversíveis e também o comportamento do consumidor mudou, talvez daqui há algum tempo vamos ver os Evoque conversíveis por aí, mas na mão de alguns excêntricos, pois a plataforma do momento é o SUV e pronto.

Se é raros nas ruas, o mesmo pode-se dizer da lojas, em minha última busca rápida achei apenas um anúncio do BMW, Z3 1.9 1997, por modestos R$ 60 mil reais. E eu diria mais, é nessa média de valor que você irá encontrar qualquer representante dos anos 1990. Talvez um bom Miata custe até mais que isso. Independente do número de passageiros, um conversível sempre será difícil de achar. Seja um XR3 ou um GSi na casa dos R$ 15 mil, ou um TT e Z4 mais novos próximos dos R$ 200 mil.


Então vamos lá, começamos com um belíssimo Z3 1997, seguido do seu antecessor o icônico Z1 de 1989 e fechamos no Z4 de 2006. No vídeo, uma do acústico do Alice in Chains. Aquele abraço!