Diferente do Z3, que nasceu como roaster e teve uma versão cupê de baixa expressividade, o automóvel de hoje nasceu como cupê 2+2 (dois adultos à frente e dois bancos atrás que comportam com conforto apenas duas crianças). Essa técnica é conhecida aqui no Brasil com os Puma dos anos de 1970 e 1980. No ano seguinte sim, foi lançada a versão sem capota. Apesar de ter tido um início de carreira tumultuado, logo se tornou um grande sucesso. Com vocês, o Audi TT.
Fruto da mesma plataforma que deu vida nova à Golf pela Volkswagen e lançou o A3 (ícone de popularidade da Audi) o TT surgiu como um esportivo compacto e divertido, num momento em que a marca estava à toda no Brasil, devido à inauguração de uma fábrica no Paraná. Os salões e revistas especializadas receberam as novidades com muito entusiasmo, e o desenho do TT, baixo e de frente arredondada, chamou atenção e gerou grandes expectativas.
Infelizmente o ímpeto do pequeno esportivo foi freado em suas primeiras unidades e teve de retornar aos boxes para alguns ajustes. Com motores de 180 e 225cv, os Audi TT foram feitos para voar, mas eles acabaram levando isso muito à sério. Foram reportados uma série de acidentes envolvendo os primeiros modelos, que decolavam ao passar de 180 km/h. Tudo bem que é uma velocidade não muito corriqueira, mas isso não deve acontecer. Todas as unidades foram recolhidas, sofreram recall e foram adotadas medidas de controle de estabilidade antes da retomada da produção.
Tanto a versão cupê lançada em 1998 como a roadster de 1999 passaram pelos ajustes, que ocorrem até o início do ano 2000, mas num trabalho feito com responsabilidade, a marca não sofreu prejuízos acima de um incômodo dos mais estudiosos, e dali em diante o TT virou um grande sucesso. Tanto naquela geração de lançamento, na minha opinião a mais clássica, como nas posteriores, que viriam em 2006 e a atual lançada em 2015.
Os motores são os mesmos usados em muitas versões de Golf, A3, A4 e Passat, as diferenças ficam por conta dos mapeamentos eletrônicos que deixam o carro com maior potência. Outra grande inovação que acompanha o modelo é o sistema de dupla embreagem que vêm em conjunto com o câmbio tiptronic na segunda geração. Acabou virando uma referência e mudou o padrão dos carros velozes, fazendo com que, pela primeira vez, um modelo automático possa render tão bem quanto um pilotado manualmente.
Falando um pouco sobre o conversível, a diferença é a ausência dos pequenos bancos traseiros da versão cupê. Não da para afirmar qual vendeu mais, eu diria que pela percepção de mercado, ambos tem números próximos de vendas. Aparentemente superiores dos de Bmw Z3 e Z4 para os mesmos períodos avaliados. Para os que me conhecem a mais tempo não é novidade se eu disser que acho o mais antigo mais atraente. A evolução das gerações torna os carros menos estilosos e mais tecnológicos, como se fossem desenhados por um robô.
Tanto vendeu mais, que no caso do Audi é possível observar a clara faixa de preços das três gerações, que partem de R$ 60 mil reais para os modelos 1998 a 2005, sobem para R$ 100 mil na média de ano 2010 e chega a quase R$ 200 mil nos acima de 2015. Se vale tudo isso? Os mais novos com certeza não, mas aí são para bolsos que não se preocupam com o custo das coisas. Agora o mais antigo está sim no preço correto e dificilmente isso diminuirá. À medida que esses carros ficam mais raros, a tendência é até subir mais.
Nas versões cupê 2000, Roadster 2005 e a 3ª geração de 2015. Assim vai nossa pitada de mais um carros. Aquele abraço!