quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Guia do Usado - Nissan Versa

E lá vamos nós falar dessas categorias que se misturam, com carros tão diferentes entre si que mal podem ser fruto de uma comparação se não forem em preço ou motorização, o que pode diferir muito entre si. É fato que existem sedans pequenos, médios e grandes, mas desde que a Fiat lançou um tal de Grand Siena e manteve o Siena em linha, criou-se um nicho difícil de entender. Seria então um sedan pequeno premium? Cobalt também é dessa leva, e o de hoje é o Nissan Versa.


Ele é maior do que os tradicionais Voyage, Siena e Prisma, mas não pode ser comparado nem mesmo a um City, que dirá a um Civic. Ele tem motores 1.0 nas opções, mas o que lhe cai bem mesmo é 1.6. Tem um design elegante, linhas fortes, que o fazem parecer maior do que realmente é. Talvez o Novo Logan (pós-2015) tenha se inspirado bastante em como se portar nas ruas com este que é uma espécie de primo mais velho, dada a aliança Renault-Nissan já conhecida do público.

Fruto dessa nova fase da Nissan no mercado brasileiro, lançado em 2011/2012, o Versa fez o que muitos importados fazem no início de carreira, aparecem bem equipados por um preço acessível. O que define se esses carros serão sucesso ou não é o pós-venda. O comportamento dele em relação ao público que o adquiriu faz mais pessoas o quererem, ou não. E assim temos cases de sucesso como o HB20, assim como menos expressivos como o Toyota Etios.


A Nissan é uma marca de altíssimo prestigio no mercado japones e também no mercado americano, aliás, nos Estados Unidos eles são tão comuns e vendem tão bem que as ruas estão cheias  e o mercado de usados também. Mas aqui no Brasil a marca não teve tanto investimento em portfólio na década de 1990, e hoje em dia a impressão que me passa é que ainda não acertou o pé nas vendas. Os carros são bons, o Versa é exemplo claro disso, mas as vendas não o fazem ser um sucesso.

Atenção! Não posso afirmar que seja um defeito do carro, mas o Versa também possui uma história estranha em seu currículo. Lembram dos casos de incêndio dos primeiros HB20? Que nunca foram assumidos pela Hyundai? Pois bem, há história de Versa dos primeiros anos que simplesmente quebravam o eixo. Isso aconteceu com um conhecido meu, que percebeu uma anomalia no carro e um mecânico paralelo o alertou sobre um eixo quebrado. Em contato com a Nissan, a concessionária consertou o carro sem custo, fora da garantia. 


Seria um defeito de projeto que gerou alguns casos de quebra, prontamente atendidos e minimizados pela Nissan? Não podemos descartar essa teoria. Mas, assim como você não pensa de seu HB20 vai pegar fogo, não deve pensar se o seu Versa vai cair a roda, deve apenas fazer o que qualquer motorista faz, presta atenção aos detalhes e cuida da manutenção do seu carro. Cada automóvel que sai de uma linha de montagem corre o risco de ter tido um parafuso mal apertado.

Como trata-se de um modelo relativamente novo, e que não vendeu horrores, sua presença ainda é tímida no mercado de usados. Um bom Versa 2012 custará em torno de R$ 30 mil reais, esse valor vai subindo até próximo dos R$ 50 mil para os mais novos. O carro não sofreu nenhuma mudança drástica desde o lançamento e pode ser considerado uma opção de sedan confortável para a família, se o negócio soar bem. Nesse mercado o nível de concorrência é baixo, não há muitos modelos parecidos. Mas às vezes o bom e velho hatch pode ser uma pedida melhor.


Então é isso! Aquele abraço ao som de Slade!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Guia do Usado - Fiat Punto

Não é só o tamanho de um carro que define a categoria a qual ele pertence, mas sim sua motorização e seus equipamentos. Veja o Vw Fox por exemplo, é um hatch com versões de entrada de motores 1.0, já o Vw Polo também é um hatch, só que mais caro, com opção de motores 1.6 e 2.0. Mas o Fox é mais alto e de medidas muito próximas às do Polo. Da mesma forma, outras marcas, quando querem dar mais status aos seus produtos, os reposicionam em faixas de preço e sub-categorias, como esta dos hatch premium. O Fiat Punto.


Famílias formadas por hatch premium e sedan também são características desse tipo de carro. Polo e Polo Sedan, New Fiesta e Sedan, Punto e Linea. A dupla da Fiat foi lançada em 2008, embora o Punto na Italia exista desde os anos 1990, a ideia era dispor um carro mais sofisticado que a dupla de populares Palio e Uno e um Sedan para substituir o Marea. Concorrente direto dos dois citados nesse parágrafo, foi bem aceito no início de carreira, mas suas vendas não são tão expressivas.

Linhas bem fluídas, tamanho interessante para o uso urbano e motor bem habilitado para viagens esporádicas, o Fiat Punto iniciou sua jornada com motores 1.4 e 1.8, dizem que o menor era fraco e o maior beberrão, mas seu trunfo era o nível de equipamentos, claramente uma estratégia para valorizar os consumidores e estimula-los a pagar um pouco mais. Pelo menos no caso do Punto não há nenhuma maldição daquelas que atingem os Fiat não populares, vide Tipo, Tempra, Marea e Stilo.


Exceto quando falamos do câmbio dualogic, você não sabe quando, nem sabe se vai ser com você, mas sabe que ele deve estragar em algum momento. As versões mais Top do Punto são a Sporting, a limitada Blackmotion e a endiabrada T-Jet, turbo de fábrica, que faz o pequeno hacth voar. O Punto ganhou motor 1.6 em 2011 e foi remodelado em 2013, nova frente e grafias. Esse mais novo é bem contemporâneo e conserva um razoável nível de status nos dias atuais.

O Linea por sua vez, não foi alvo da reestilização, e ofereceu motores 1.8 e 1.9 no início, mantendo só o menor posteriormente. Um sedan de porte médio, bem equipado, mas hoje em dia raro de se ver, devido à suas vendas pouco expressivas. A Fiat mesmo, produziu poucos carros desses, talvez concentrando esforços nos projetos de Moby e Toro, e apenas mantendo o veículo no catálogo para ter a opção, sabendo que venderia menos que os concorrentes.


Hoje em dia eu classificaria o Punto como uma excelente opção até 30 mil de um carro não popular, não há histórico de problemas crônicos e trata-se de um bom carro. Já no caso do Linea, só se for a um preço bastante atrativo, pois a posterior dificuldade de revenda deve ser considerada. Lembre-se que hatch premium é diferente de hatch médio, esses últimos são muito mais carro e também muito mais caros.

Primeira versão, 2008, 1.4 já se encontra até por menos de R$ 20 mil no hacth, 1.8 no sedan na casa dos R$ 25 mil, esses preços são de consumidor final, é possível achar até por menos. Subindo de ano você vai chegar até uns R$ 40/45 mil nas versões mais novas, da pra chegar num 2015/2016 nesse valor. As versões mais especiais aí tem que ser vistas com cautela, os T-Jet custam quase R$ 60 mil, mas da pra encontrar carro com menos de 10.000 km rodados. E por aí vai...


Começando pelo T-Jet, caímos no Linea 1.9 e fechamos com o ELX de 2008. Aquele abraço!

sábado, 12 de agosto de 2017

Guia do Usado - Hyundai i30

Sou de um tempo em que haviam categorias de automóvel muito bem definidas no mercado. Haviam hatch, sedan, peruas e cupês, sendo esse último obrigatoriamente com duas portas. Claro, também haviam caminhões e caminhonetes e de uma forma ou outra os furgões que também viravam vans. Mas tudo isso foi se misturando e hoje em dia há cupês de 4 portas, peruas aventureiras, jipes e os adorados (embora eu não saiba bem o que são) crossovers. E dentro das categorias ainda há os tamanhos, como os hatch compactos e médios, médios como o Hyundai i30.


Embora ele tenha chegado num mercado com fortíssimos e tradicionais concorrentes (Golf, Astra e Focus) o i30 causou razoável impacto quando foi lançado em 2010. A Hyundai já havia provado que podia fazer bons carros (Tucson) e já havia se lançado no mercado de luxo com presença (Azera) então era hora de focar num público jovem e urbano, e nada mais jovem e urbano, e digamos bem sucedido também, do que um hatch médio.

Diferente do Azera, que só é encontrado na opção com câmbio automático, um hatch médio precisa ter opção manual, seja para satisfazer os puristas que ainda acham que esse tipo de câmbio representa uma proximidade maior da relação homem x maquina (eu inclusive), ou ainda para ter uma versão mais em conta e alavancar as vendas. Portanto, o i30 tem versão manual, e de motor se vale de um 2.0 que da conta do recado pelo tamanho do carro.


Embora ainda não seja uma marca consolidada, hoje em dia apenas alguns poucos ainda tem preconceito com isso. O mesmo povo que ainda fala mal de Renault, por exemplo. O fato é que a Hyundai está entre as marcas mais vendidas do país e tem mostrado qualidades para isso. o i30 é um dos motivos, pois trata-se de um carro que agrada um amplo público, de pessoas que gostam de um carro ágil e fácil de manobrar, mas que também precisam de espaço interno para satisfazer mais de uma pessoa.

Não se trata só de idade, conheço muitos consumidores na casa dos "acima de 40 anos" que gostam desse tipo de carro, assim como os "na faixa dos 30" que gostam mesmo é de sedan. Eu ainda fico em dúvida, pois um sedan sempre será um sedan, mas uma perua bem acertada costuma mexer muito com a minha cabeça. Aliás, o próprio i30 tem essa versão, a chamada CW, mas que infelizmente não tem a harmonia do hatch. Um dia posso fazer uma lista de peruas que são melhores do que os carros dos quais derivam, e a CW não estará nela.


Acho desnecessário falar sobre manutenção nos meus textos, nossa ideia é mercado e impressões de compra e venda, mas caso haja interesse eu recomendo fortemente uma pesquisada em outros níveis sobre a questão de custos. No entanto, hoje em dia o que define os gastos de manutenção é sim a categoria dos carros e não mais suas marcas ou modelos. A manutenção de um i30 não será muito diferente da de um Golf ou Focus, mas nunca espere que ela seja a mesma de um Gol ou Fiesta.

Esqueci de mencionar que o i30 teve uma reestilização em 2013, como vemos na evolução das fotos. Um modelo 2010 parte de R$ 35 mil reais (da para encontrar por menos), enquanto que os pós face-lift, a partir de 2013, beiram os R$ 50 mil. Há também as versões CW, como já citamos, lançadas em 2012, podem ser vistas na casa dos R$ 40 mil. No geral é uma opção de carro completo e sofisticado para quem quer um status extra no seu dia a dia.


Nas versões 2010, CW 2012 e 2014. Por hoje é isso, aquele abraço!

domingo, 6 de agosto de 2017

Guia do Usado - Volvo S40

Qual a primeira coisa que você lembra quando pensa na Suécia? Eu lembro dos meus 10 anos de idade, copa de 1994, do sufoco que a seleção sueca deu na seleção brasileira naquele empate em 1 x 1 na primeira fase, e de como eu fiquei nervoso ao topar com eles na semi-final, mas tudo acabou bem com um gol de cabeça do Romário. Ok, isso não tem muito a ver com o texto de hoje, mas no mundo dos carros, a Suécia é conhecida por ser a pátria mãe da marca mais segura do mundo. E o modelo de hoje é o Volvo S40.


Embora ele esteja presente nas tabelas até os dias atuais, assim como nos textos anteriores, nosso foco é a fase clássica desse belíssimo automóvel. Lançado em 1996, ano em que substituiu o 460 (talvez no futuro este também mereça um texto), logo tornou-se um dos Volvo mais bem aceitos do mercado brasileiro. Vendeu tão bem que no mercado de usados é uma figura não tão rara assim. Esse desenho vai até meados dos anos 2000 e é o símbolo da ruptura das linhas quadradas que a Volvo adotava até então.

Duas semelhanças devem ser destacadas em relação ao último texto, do Audi A4, o S40 também possuía versão 1.8 com câmbio manual e sua versão perua a V40 era um automóvel fantástico. A versão mais simples certamente ajudou a decolar as vendas no sedan, enquanto que a Perua é mais comum de ser encontrada na 2.0 automática. Suas linhas arredondadas são bem contemporâneas do que havia disponível naquele tempo, e embora poucos saibam que a empresa é sueca, a Volvo enquanto fábrica de caminhões e ônibus já era absolutamente conhecida por aqui.


O S40 talvez seja um dos veículos de melhor custo x benefício da Volvo entre os usados. Trata-se um carro possível de encontrar em bom estado, sua manutenção é mais barata que os tradicionais quadradões e seu porte e estética são de carros mais pra uso diário. Com opiniões de outros donos eu posso dizer que sua estabilidade é invejável, assim como o já conhecido nível de segurança e conforto. Fora o estilo totalmente fora do comum, mas ao mesmo tempo discreto.

Diferente do início dos anos 2000 quando Civic e Corolla abocanharam o mercado de sedans médios à um preço um pouco mais acessível, este S40 coloca os japoneses no bolso quando o assunto é estilo e personalidade. Infelizmente sua manutenção é mais cara, por se tratar de um carro com pouquíssima mão de obra especializada, inclusive até hoje. Depois da fase quadrada, a Volvo teve uma rápida passagem por um mercado de sedans de luxo, mas hoje em dia o foco da marca é nos SUV de grande porte.


Um carro que talvez não ganhe um texto, mas que vale a menção é o cupê conversível C70. Também do final dos anos 1990, é um luxuoso sem capota que brigava com as raras versões assim do Chrysler Stratus. Bmw 325 cabrio não tinha porte para esses dois. Outro ícone fora da curva entre os Volvo foi a XC70 Cross Country, uma perua realmente preparada para o uso no fora de estrada, mas que tinha porte de SW mesmo. Diferente dos jipinhos que surgiram depois. Joguei um pouco da série 70 aqui porque não tinha mais o que falar dos 40.

R$ 15 mil reais e R$ 20 mil reais, estou simplesmente tabelando os preços dos Volvo entre 1997 e 2000. O mais barato é para o Sedan S40, enquanto que minha sugestão mais cara é para a V40. Se eu compraria? Estão muito mais próximos da realidade do que um Alfa ou até mesmo de A4, pelo simples fato de serem possível de achar a um estado justo. Volvo sempre foi carro de pessoas conservadoras, então tendem a serem mais bem cuidados. Mas no mundo dos sedan de luxo dos anos 1990, eu escolhi um nacional e todos vocês sabem qual.


O foco do texto é dos modelos mostrados, entre 1997 e 2000, como eu gosto de chamar, versão clássica do sedan que abriu às portas para muitos clientes da Volvo no Brasil, muito antes do C30. Por enquanto é isso, aquele abraço!