segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Guia do Antigo - Escort XR3

Até o ano de 2015 eu não tinha nenhuma impressão sobre a marca Ford. Tudo que eu conhecia era sobre as Belinas que eu tive o prazer de dirigir e o que lemos nas publicações especializadas. Mas além dos pequenos Kas que eu já tive este ano, um carro que eu sondava a muito tempo veio para fazer parte da minha lista. Esse carro é o Escort e o modelo é um XR3.


O Escort surgiu entre os anos de 1960 e 1970 na Europa. No Brasil ele foi apresentado em 1983 como um concorrente direto do Gol. Já em 1984/1985 foi apresentado em sua versão esportiva conhecida como XR3. Este por sua vez foi confrontado nas ruas pelo Gol GT e pelo Monza S/R. É claro que diante dos Golf GTi, e outros tantos de hoje em dia, esses carros não chamam tanta atenção. Mas em sua época eram sonhos de consumo.

O automóvel prata das fotos é um modelo 1987 com motor CHT 1.6 de 85cv. E explicarei agora o motivo dessa ter sido a minha escolha. Eu conheci o Escort através desse desenho (1987 a 1992). Portanto eu sempre procurei um modelo desse intervalo. A escolha pelo CHT é simples, ele é extremamente agradável de andar em baixas rotações e não é beberrão. As opções com motor AP da Volkswagen, além de gastarem demais, dão mais manutenção mecânica.


É lógico que não se compara em desempenho os XR3 AP e os CHT, mas aqui eu reforço que o meu carro é para o puro e simples prazer de dirigir um clássico esportivo dos anos 1980. É um carro de design agradável, suas marcas são os faróis auxiliares na grade dianteira, o aerofólio traseiro na cor preta e com certeza, o ponto alto da versão, é o belo teto solar de acionamento manual. Completam o conjunto as rodas de liga leve aro 15 exclusivas, os vidros e travas elétricos e os bancos esportivos.

As versões top do Escort ainda eram representadas pelo Ghia (ainda mais raro de encontrar e que podia trazer ar condicionado e direção hidráulica), o Guarujá com 4 portas, o XR3 Conversível e mais pra frente o RS. O Escort é um carro que mudou de categoria ao longo dos anos. Ele começou sua história como popular e ao ter sua versão renovada, a partir de 1992, virou um hatch médio. Sem contar suas variações sedan e SW, pós 1997. As versões Hobby são simpáticos sobreviventes da metade dos anos 1990, que levaram o desenho do 1987 até 1996.


Alguns pontos merecem atenção nos Escort do modelo citado. Sempre foram ruins de estabilidade e a suspensão sofria com gente que os forçava além dos limites, portanto, mesmo que não comprometa a utilização do carro, é bom usar com moderação em curvas e estradas muito esburacadas. O fato de ser carburado significa que exige uma manutenção periódica com limpeza em média a cada seis meses.

Não é um carro que tem apelo de raridade ou carro de colecionador. Na verdade é bem comum dar de cara com modelos baratos e mal conservados. Mas para quem quer um carro antigo e ainda está disposto a arriscar num carro diferente, eu digo que o prazer de dirigir vale a pena! Para modelos em bom estado seus preços variam de 7 a 9 mil, saltando para casa dos 20 mil nos conversíveis impecáveis e passando por 10 mil nos AP 2.0 da geração 1994/1995.


Este artigo é dedicado aos fãs de automóveis, mas que também precisam pensar no bolso.

E por fim, um pouco do acústico do Soul Asylum pra vocês!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Guia do Antigo - Fusca

A lista dos automóveis de maior relevância na indústria, e na história da humanidade, não estaria completa se não incluísse o simpático e emblemático Fusca! É com certeza um dos veículos mais conhecidos do mundo, um símbolo de gerações e uma figurinha fácil de ser vista rodando até os dias de hoje. Sua história começou nos anos 1930 quando o homem que depois fundou a Porsche o projetou a pedido do ditador Adolf Hitler. No Brasil o Fusca desembarcou no início dos anos 1950 e foi comercializado ininterruptamente até 1986 e depois ressurgiu entre 1993 e 1996.


Hoje é possível comprar sua versão recriada, moderna (e cara), que virou um automóvel das categorias de luxo. Apenas uma forma de manter viva a sua história. Mas o texto de hoje se dedica ao bom e velho Fusquinha que está por aí, nas ruas e garagens de muita gente e que pode ser o primeiro passo para aqueles que gostam da cultura de um carro antigo. Os Fuscas podem ser divididos em diversos tipos de projetos. Desde o totalmente original, passando pelo carro com modificações leves para uso diário, até o totalmente equipado com acessórios e mecânica modernos.

Eu tive um Fusca 1974 e um 1981. O primeiro seguia a linha mais original, porém com algumas alterações na parte mecânica buscando melhorar o dia a dia com ele, tais como ignição eletrônica, alternador, filtro de ar seco e elevação da cilindrada de 1300 para 1500. Além de alguns detalhes estéticos como as rodas com calotas originais que foram alargadas para abrigar os belos pneus 205/50, mais largos que garantiam um visual mais agressivo. Completavam o visual a pintura laranja, os piscas e lanternas fumê e o adesivo VW personalizando o vidro traseiro.


O 1981 seguia uma linha muito parecida, mecanicamente ele era o 1300 original ainda equipado com dínamo para carregar a bateria, nesse caso era preciso manter a rotação mais alta para garantir que o pouco rodado já fosse suficiente para carregar o que o som gastava. As rodas eram de liga leve, ao estilo da época, aro 15, e os pneus 185/60. A pintura cinza dava um tom discreto, que o fazia passar quase despercebido, mas ainda assim quem gostava de Fusca sempre exibia o sorriso típico ao vê-lo passar.

Não há segredo nenhum em manter um Fusca. Lógico que eu não diria que é um carro que se pode ter como único automóvel da casa, pois eles simplesmente tem personalidade própria. Podem apresentar defeito a qualquer momento e sem avisar. O diferencial é que tudo num Fusca é simples de consertar. É o típico carro que se faz ao gosto do dono. Você pode usa-lo todos os dias para ir ao trabalho (como eu fazia com o cinza) ou apenas para passeios esporádicos. Dirigir um Fusca é uma experiência diferente, não é como dirigir um carro normal, Fusca é Fusca!


No mercado ele sempre terá seu lugar cativo, tanto para quem vende como para quem compra. Você não será valorizado por alguém que procura um carro "normal", mas certamente ele será mais valorizado do que muitos carros mais novos. Depende do estado de conservação e da forma como se negocia. Um veículo rodando, mas que não esteja impecável, pode custar de 5 a 7 mil reais. Há modelos mais baratos mas eu não aconselho, pois podem ter problemas de estrutura ou de motor cujos gastos não valerão a pena.

Carros em estado excepcional não tem um valor exato. Podem custar de 10 a 30 mil reais, dependendo do nível do carro, do ano, e principalmente, da necessidade do dono em vender o carro. Se você estiver no lugar certo e na hora certa pode comprar um carro por um valor extremamente interessante. Mas no caso do Fusca, como há muitos (muitos mesmo) disponíveis, a pesquisa e dedicação de um tempo para testar mais de um é fundamental. Cada carro é um carro, pois praticamente tudo pode ter sido alterado e você precisa conhecer o que irá comprar.


É o primeiro que me atrevo a colocar como Antigo no nome do guia. Espero que possa ser mais um artigo de leitura para fãs de carro e fãs do Fusca!

E sobre o vídeo, com um vocal que lembra muito os Bee Gees, pelos menos essa música, Eagles é uma das maiores bandas dos anos 1970! Aquele abraço!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Guia do Usado - Fiat Uno

Vou ser sincero, conhecer mesmo eu só conheço bem os Unos mais velhos (1991 e 1997), mas como o carro foi praticamente o mesmo de 1984 até 2014 não destoa muito do que vou dizer. Atenção, eu estou falando do Fiat Uno original, não estou envolvendo o modelo lançado em 2011 como Novo Uno que na verdade é o Fiat Panda italiano adaptado ao mercado brasileiro. Hoje falamos do carro que só tem um defeito... ser um Uno!


É uma brincadeira que eu faço de toda vez que tive um, porque o Uno sempre teve fama de carro feio, pequeno, estranho, mas no fundo ele não tinha defeitos! Sempre foi um carro robusto, simples, econômico e que cumpre como poucos (talvez tão bem quanto o Fusca) o papel de ser um Carro! Manutenção barata, espaço interno justo, desempenho acima do esperado e agradável de dirigir. Sim, o bom e velho Uno é muito bom de conduzir!

Tendo praticamente o mesmo desenho básico nos seus 30 anos de produção, o famoso Mille (em algumas versões) nasceu como o substituto de outro sucesso de sua época. Quem não se lembra do Fiat 147? Pois é, eu nunca tive um, mas sei que ele carrega uma legião de fãs, e um número ainda maior de críticos, hehe. O pequeno Uno tivemos em duas ocasiões. Um 2 portas básicão 1991 e um SX 4 portas, com ótimos opcionais, 1997. E aí está um dos grandes destaques do Uno. Por um preço muito acessível você encontra ótimos 4 portas com vidros e travas elétricas.


Não adianta, se você costuma dar carona para mais de uma pessoa ou já tem um filho, carros com 4 portas fazem toda a diferença. Tornam a experiência de ir e vir muito mais prática e confortável. Quase que igual ao Ka, eu não indicaria o Uno como um carro para viagens, embora eu tenha feito algumas com o meu, inclusive da ordem de milhares de quilômetros. Mas, era o que tinha para o momento, eu não aconselho como um carro para a família, mas sim um carro para casais sem filhos, e acima de tudo, um carro para quem preza pelo valor do dinheiro.

Um ponto de destaque do Uno, pelo menos era muito no meu tempo, era o mercado. Vender um Uno sempre foi tarefa fácil. Mas hoje em dia com a enxurrada de modelos na sua categoria e com a busca crescente das pessoas pelos acessórios de conforto, os básicos já se tornam meio problemáticos. Portanto, já pensando no momento da venda, sempre escolha carros com 4 portas e no mínimo vidros e travas elétricas. Além de serem melhor no uso diário, isso lhe garante mais agilidade na hora de trocar. Mesmo que não seja mais moeda líquida, é melhor de vender do que um Clio.


É sério, não tenho nenhum defeito específico de Uno. Claro que já tive problemas com caixa, embreagem e injeção eletrônica (principalmente nos motores de um bico só), mas foram todos simples de resolver. Os carros com motor Fire (acima de 2000) são simplesmente fantásticos quando o assunto é mecânica. Nada de problemas mesmo! Na verdade as pessoas compram Uno quando precisam de um carro, e os vendem quando já podem comprar status.

Preços? Todos. Você vai encontrar Uno (falando apenas dos que estão em bom estado) 1990 por 4 mil e 2013 por 17 mil. O quadradinho encerrou suas atividades em 2014 devido a impossibilidade de instalar air bag e ABS, obrigatoriedade a partir de 2015. Se eu tenho que dar um conselho de primeiro carro para quem só procura um carro, sim, eu diria que o Uno é uma grande opção.


E pra fechar, um pouco dos clássicos de uma época em que o mundo parecia bem diferente! Aquele abraço!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Guia do Usado - Ford Ka

Não vou chegar a chamar de sucesso, mas o guia da semana passada despertou bastante interesse, e como eu havia citado, pretendo continuar nessa linha por um tempo. Para hoje eu trago um automóvel que foi lançado no Brasil em 1997 e continua até hoje, três gerações depois, fazendo a cabeça de muita gente quando se trata de popular.


Lançado sob olhares muito curiosos, o Ford Ka chamou muita atenção na segunda metade dos anos 1990. Tanto que seu desenho básico em nada mudou por dez anos, até a chegada da reestilização mais complexa realizada em 2009. A minha história com o Ka começa justamente nesse modelo, o primeiro redesenhado. Adquiri um no início deste ano e vinha usando até algum tempo atrás.

Carro pequeno, é claro, mas ágil no trânsito e bem econômico. Na configuração flex do 1.0 8v fazia seus 12 ou 13 km/l na gasolina, número que diminuía um pouco no álcool, mas continuava interessante. Os pontos de destaque dessa versão, na minha opinião, eram o design e a abertura interna do porta malas, muito prático quando se chega em casa com as compras do supermercado.


Mas esse modelo tinha alguns problemas que só percebi quando conheci bem o antigo. O modelo novo (2009 a 2013) era maior e mais pesado que o antigo, o que me faz dizer que a direção hidráulica nesse caso faz bastante falta. O ar condicionado nem tanto, pois com metade das janelas abertas a ventilação interna é muito boa, e na essência o Ka não é indicado para viagens longas (embora o branco da foto abaixo tenha ido até Buenos Aires nas mãos de um amigo meio pirado).

A minha grande surpresa foi quando caiu na minha mão um modelo 2007. Mesma configuração e mesma cor do 2009, vidros e travas, limpador e desembaçador traseiro e nada mais! O carrinho na sua versão quase inicial, pois o desenho é basicamente o mesmo do primeiro, surpreende com a desenvoltura no transito, a maciez ao volante (mesmo não tendo DH) e a potência do motorzinho, que não faz feio no trânsito. Claro que todo carro depende mais do estilo de direção do motorista do que tanto do motor, mas o Kazinho original merece destaque sim.


Um problema a se considerar é o sistema de ar quente. As mangueiras que levam a água quente para os dutos internos costumam apodrecer com certa facilidade, e muitos proprietários apenas isolam o sistema, deixando o carro sem ar quente. Portanto ao comprar um usado questione esse detalhe e barganhe um desconto caso esteja sem o sistema.

De 1997 a 2002 é fácil achar um Ka por menos de 10 mil. Entre 2003 e 2008 na casa dos 12 mil (melhor custo-benefício na minha opinião) e acima de 2009 já salta pra cerca de 15 mil os mais simples, chegando a 20 num modelo 2012 completo. A vantagem dos últimos modelos está no status de carro mais novo, e a dica é procurar um carro com direção hidráulica. Mas pra quem procura um simples carro para ir e vir ou ainda um segundo carro para uso esporádico, o 2003 a 2007/8 é uma opção a ser considerada.


Ainda estou pensando sobre qual modelo continuar o guia, mas críticas e sugestões serão sempre bem vindas. Abraços!

E o vídeo, apenas mais uma das minhas...

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Guia do Usado - Renault Clio

Não chega a ser uma mudança radical de foco, mas o texto de hoje é dedicado e direcionado a auxiliar pessoas que buscam informações sobre determinados automóveis. Pretendo fazer algo no estilo "impressões ao dirigir", mas voltado aqueles dados que podem ser úteis para quem busca um carro usado. Meu ramo de atuação sempre foi o de automóveis abaixo de R$ 20.000,00. E por isso falo hoje de um dos meus modelos preferidos. O Renault Clio.


Já tive três desses franceses em casa, o primeiro veio meio que por acaso e acabou rapidamente ocupando o lugar carro oficial da família. Era um hatch authentique vermelho. Carro simples, modelo 1.0, mas bem equipado, só não tinha direção hidráulica (que depois acabou fazendo falta). Depois comprei um sedan expression preto, esse não tinha o ar condicionado (que também fez falta), e por último, mas não menos importante, o atual que é um sedan privilege prata.

Vamos falar sobre o que todos tinham em comum. O motor 1.0 16v Flex. Até hoje reconhecido como o motor mais econômico do mercado nacional (com exceção dos híbridos), chega a fazer médias superiores à 14 km/l na cidade (não são dados momentâneos e nem história de dono, é média mesmo!). Manutenção extremamente barata e raramente dão problemas, desde que as condições de uso sejam normais e as trocas de óleo feitas no prazo. Os meus sempre tiveram o péssimo hábito de virem com a embreagem meio desgastada, mas nada que prejudique o uso. Se for ficar com o carro vale a pena a troca.


O que me chama atenção nesses carrinhos que custam em torno de 15/16 mil reais na geração que vai de 2006 até 2009 é o nível de equipamentos. O prata, por exemplo, é um top de linha, tem ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, rodas de liga leve, farol de neblina e som com comando no volante. Coisa que muito carro novo não têm. São extremamente confortáveis e ótimos na cidade. Já na estrada é bom tomar certo cuidado em ultrapassagens, como em qualquer 1.0.

Outras características que chamam atenção na minha opinião são o design, que embora esteja quase saindo de linha, é um projeto bem moderno e agradável. No caso do sedan, o porta malas, com capacidade de 500 litros, divide com o Logan o posto de maior da categoria. Fora o acabamento (que nas versões expression e acima) são bem requintados se comparados aos demais.


Comparando com as opções mais próximas do mercado, nós temos dois grupos muito distintos. De um lado Gol e Palio, projetos bem mais pobres nessa faixa de preço, que são ótimos carros para o dia a dia e tem um mercado muito mais consolidado, mas raramente vem tão bem equipados, ou quando o são, são caros demais. De outro lado os famosos 206 da peugeot. Eu particularmente nunca tive um, mas a manutenção é mais cara e têm fama de quebrarem mais. Além de ter uma desvalorização ainda maior que o Clio.

Por fim, não posso dizer se é totalmente melhor ou pior que outro modelo, mas na opinião de dono, o Renault Clio merece o posto de melhor carro 1.0 que já tive e também o melhor custo-benefício para um carro até R$ 17.000,00, cujo quesito economia pese bastante na escolha do consumidor.

Lembrando que é um texto voltado à pessoas que pensam em comprar um carro na faixa dos 15 mil reais. Com certeza pelo dobro desse valor qualquer carro tem que ser melhor que um Clio!

Dúvidas ou sugestões de modelos, deixe um comentário! No próximo texto eu pretendo falar um pouco sobre as diferenças entre os modelos Ford Ka de 2007 e 2009.


E pra fechar, Gov't Mule!