terça-feira, 26 de maio de 2015

O que as pesquisas mostram.

Estava eu acompanhando meus sites preferidos de finanças, investimentos, automóveis, etc, e me deparo com diversas pesquisas, feitas no Brasil e no exterior. Alguns resultados nos falam muito sobre cultura e perfil das pessoas economicamente ativas no momento atual. Gostaria de compartilhar minhas impressões sobre algumas.


48% dos jovens que se formam nas universidades americanas estão confiantes de que ganharão em torno de 50 mil dólares por ano ou mais em seus primeiros empregos. Não entendo muito sobre o mercado de trabalho dos EUA, mas a própria fonte da pesquisa acredita que esse valor seja bem otimista. Aqui no Brasil isso seria um salário mensal em torno de 12 mil reais. É como se metade dos jovens que estão se formando esperasse fielmente que vai passar no concurso da receita federal ou que vai virar assessor comissionado de algum político! Vamos trazer para nossa cultura.

Eu acho muito importante fazer um paralelo com o valor do dinheiro para algumas pessoas. Eu converso com muita gente e a resposta é sempre parecida, ninguém está satisfeito com seu salário. Mas uma coisa é querer um pouco mais, outra é afirmar que não se pode viver com o que ganha. Algumas pessoas que conheço dizem que só vão viver tranquilas se ganharem pelo menos uns 5 mil por mês. Eu não ganho isso e acho que vivo bem. O maior problema na minha opinião é que quanto mais se ganha, mas as pessoas acreditam que se deve gastar em coisas que não valem.


Vamos a um exemplo bem prático. Se eu ganhasse 10 mil reais por mês eu poderia achar justo entrar num financiamento para adquirir um novo Golf de 80 mil reais. Mas espera, onde está nosso senso de noção? 80 mil reais por um hatch médio não me parece muito? 50 mil reais por um Sandero stepway? Hoje em dia qualquer popular minimamente equipado já chega na casa de 40 mil! E vemos aos montes esses carros por aí. É, talvez eu esteja errado, talvez eu não faça parte do mundo normal, porque meu salário não me permite comprar quaisquer desses carros.

80% da pessoas pagam o valor total da fatura do cartão e no vencimento. Acho melhor adequar essa para "dizem pagar". Para o entrevistador a maioria da uma maquiada, esse número deve ser um pouco menor. Mas de qualquer forma estamos falando de pelo menos 20% que entram no crédito rotativo e engordam as receitas das operadoras de cartão e dos emissores. Aqui outro resultado interessante é que 70% das pessoas dizem que gastariam menos se não tivessem cartão. Ou seja, aquele parcelado "sem juros" do cartão de crédito é o que faz a cabeça da galera mesmo!


Parcelar e financiar fazem parte do dia a dia das pessoas. Ganhar 3 mil reais por mês significa uma parcela de carro em torno de mil reais. E reclamar que a escolinha do filho, de 500 ou 600 reais, está sufocando seu orçamento. Essa é a realidade de muitos lares. Eu reclamo do que gasto na educação dos meus filhos, reclamo do que gasto no lazer da minha família, reclamo do que gasto na alimentação e manutenção do meu lar; e ando de carrão financiado. Mesmo assim eu não posso deixar de viajar, porque meus amigos viajam e postam as fotos no face e eu também preciso fazer isso, aí eu parcelo mais um pouco e gasto o que já não tenho.

Será mesmo que o problema é que ganhamos pouco? Ou será que, definitivamente, não sabemos gastar?

No ensaio, uma homenagem à velha senhora e dois carros normais, dois carros que qualquer um pode comprar! E no vídeo, um pouco de Rock N' Roll dos Stones pra vocês...


Valeu!!!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Das tragédias ao Rock!

Depois de mais um daqueles intervalos de ajuste entre a vida real e a vida virtual, tentarei hoje abordar alguns temas relevantes do momento, seja na economia, no mercado automotivo ou ainda do Rock N' Roll!


A crise instalada na política do nosso país faz vítimas regionais. O massacre do centro cívico nos mostra que (independente do partido) os políticos cada vez mais fazem questão de mostrar que são pessoas acima da sociedade normal. Sociedade que os elegeu. Sobre os projetos, me limitarei a enfatizar que a forma de aprovação dos pacotes emergenciais do estado já mostram o quanto tais projetos podem ser ruins para a sociedade. E a desculpa de que o Estado está quebrado me surpreende, pois assim como a Prefeitura atual paga pela má gestão anterior, o estado passa pelo mesmo problema. Com uma pequena diferença: a gestão anterior do estado era a mesma que a atual, estou me referindo ao mesmo governador que tivemos nos últimos 4 anos.

O massacre? Apenas um replay do que aconteceu em 1988, quando o governador da época mandou a cavalaria para cima dos professores. Onde está esse sujeito hoje? É o senador mais votado do nosso estado e um aclamado político da "oposição". Isso só me faz pensar que muitos que tiveram a tristeza de vivenciar aquele momento, hoje votam em quem foi seu responsável direto. E daqui a alguns anos? Estaremos aclamando o menino Beto Richa, responsável direto pelo que houve agora, também para o senado federal, ou até vôos maiores? E olha que de voo ele entende.


Enfim, outro assunto em pauta é sobre a possível venda do banco HSBC. Pelas fontes que tenho, lá dentro pouco se fala, mas aqui fora a mídia especializada está bem adiantada no assunto. Há um processo de venda em andamento que começará a receber as proposta formais dos interessados já no mês que vêm. E um banco que apresentou prejuízo superior a meio bilhão de reais no exercício anterior precisa mesmo repensar sua estratégia. Como ex-funcionário da referida instituição, só o que posso dizer é que não existe uma clareza na informação aos seus funcionários atuais. Boatos sempre houveram, mas no momento o que se assiste é uma realidade que preocupa (e com razão) todos que lá ainda estão, mas que está sendo tratada como sempre foi, com declarações secas de que "está tudo bem".

Você está comprando ou vendendo carro atualmente? Eu costumo dizer que se não está, está pensando. No mercado mais popular do mundo e referência para as grandes economias, estar de carro novo é a forma de dizer que a crise não me afeta, embora eu adore dizer nas redes sociais o quanto a crise afeta. Contraditório, no mínimo. Mas de qualquer forma, quem está querendo comprar sabe que se paga caro por carros no Brasil, e carros que desvalorizam muito. Quem quer vender só acha que o seu vale mais, mas no fim das contas acaba dando quase de graça na troca (em loja) porque já não pode aguentar mais a vida sem o status que o carro novo lhe proporciona.


Meus amigos sabem que eu colho os restos desse mercado (pergunte-me como), e só tenho a dizer que é uma atividade de muito prazer e risco. Estar na contra-mão da sociedade gera o julgamento dos demais, a desconfiança de alguns, mas também pode gerar um retorno que é sempre bem vindo. O mercado de automóveis usados é feito de uma correlação simples de margem e preço. Eu compro carros que eu não preciso com uma margem justa e os vendo por um preço abaixo do praticado no mercado para pessoas que os querem. É uma estratégia que agrega risco, por isso exige margem, mas ao mesmo tempo é honesta e transparente. Cada um vive a vida do jeito que se sente melhor.

No ensaio, o fantástico mundo do antigomobilismo. E no vídeo, só um aperitivo do que foi...